domingo, 2 de agosto de 2015

Meu ideal também seria fazer isso, Mestre Rubem..

Em 1967, Rubem Braga publicou uma crônica chamada “Meu ideal seria escrever” que reflete todo o anseio daquele que quer mudar alguma coisa no mundo. Não se trata de mudar o mundo já que isso é de uma pretensão absurda, uma vez quem nem mesmo conseguimos mudar pequenos maus hábitos de nós mesmo. Mudar algo no mundo é alterar o espírito de certas coisas que, por fim, gerariam uma reação em cadeia mudando o espírito de outras e outras e outras.
Pois eu também tenho como ideal escrever uma história tão engraçada e espirituosa que aquela moça que está lendo da tela do smartphone dentro do ônibus, cansada, estressada, além da idade do viço da juventude e ainda amargando a solidão de um jantar com comida de microondas, esquecesse os amores que se foram, que não deram certo e abrisse um sorriso leve que a libertaria por alguns instantes de um gosto de fel nas memórias.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Consciência tranquila


terça-feira, 28 de julho de 2015

Ideologias e piadas

Por trás de uma piada, sempre há uma ideologia. 

Essa frase é tola porque é um pleonasmo pretensioso (quase uma tautologia - ou seja, uso de palavras diferentes para expressar uma mesma ideia; redundância - se é linguagem é lógico que é ideologia). Ela é amplamente usada por quem se presume alguém de um nível de consciência social muito acima do resto dos mortais. 
Entretanto, seu uso demonstra significativo desconhecimento do que é a linguagem. A verdade é que por trás de toda linguagem há ideologia. Todo ato comunicativo é um ato social e ideológico que posiciona o enunciador no mundo em que ele vive. 
"Por trás de uma piada, sempre há uma ideologia" é uma frase tola porque, na pretensão de ser politicamente correto e virtuoso, seu usuários se esquecem de que, por trás dela mesma (dessa frase), há uma ideologia, às vezes, menos suave do que uma piada.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

O Atleta e a continência: uma tempestade em copo d'água

Nos últimos dias, surgiu uma polêmica sobre os atletas patrocinados pelo Exército nos jogos Pan-americanos no Canadá. A questão era a saudação que faziam quando subiam ao pódio, eles batiam continência. Pois é, aquele sinal de natureza militar com que se saúdam os pavilhões nacionais e autoridades. A mão que sobre esticada e toca a testa próximo a sobrancelhas.
Daí, foi feita uma tempestade em copo d'água pela imprensa, disseram que os atletas eram obrigados (ninguém é obrigado a nada e se houver uma diretriz no seu financiador que o incomode, troque de financiador.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Fé customizada

Os católicos têm trabalhos de caridade e uma liturgia tão bonita. Já os evangélicos (os de verdade, não os da teologia da prosperidade) possuem uma ideia de reabilitar o indivíduo do vício, do mal que se aproxima bem do que eu entendo como Cristianismo. Pois é. O Cristianismo me fascina. Os protestantes me impressionam por sua coragem de, em um passado, peitar uma das maiores instituições da história e sobreviver. Os judeus me encantam por seus relatos de experiências na convivência entre humanos desde tempo imemoriais. Mas o Budismo também é muito interessantes com as ideias de alma, corpo, evolução espiritual, a ideia de Kharma me atrai e a inexistência exatamente de um Deus chefe geral e controlador de tudo e de todos atendendo a pedidos e punindo me soa interessante.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Uma piada é só uma piada

Rir é o melhor remédio? Mas não sei se curaria ranhetice da turma do politicamente correto. O fato é que algumas pessoas perderam a capacidade de entender que uma piada é só uma piada.
Piada, linguisticamente falando, é um texto em que predomina em estilo narrativo, usualmente em 3º pessoa, contado de forma curta e cujo intuito é única e exclusivamente fazer rir em face de um evento inusitado que rompe a expectativa do ouvinte e provoca o riso pelo grotesco. Esse é o efeito do humor. Não confunda humor com algo engraçado. O humor é decorrente da ruptura do usual gerando o grotesco que pode ser engraçado ou não. Inclusive, isso varia de pessoa para pessoa, uns acham graça de uma coisa, outros não.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Apaixonando-se por seus erros

O tempo traz muita coisa para gente. Rugas, cabelos brancos, fragilidades mil decorrentes da idade, mas quem se foca na casca perde a essência das coisas. O tempo me trouxe muita coisa boa, mas a que mais tenho degustado atualmente é a capacidade de me apaixonar por meus erros. Isso não quer dizer que eu queira errar cada vez mais mais para me apaixonar mais. Muito pelo contrário, quero me apaixonar mais para errar menos.
É óbvio que fazemos tudo com o objetivo de não errar, mas só não erra quem não faz e, vez por outra, batemos de cara com o fracasso. Planejamos tudo, executamos e ficamos perplexos e desejoso de saber onde foi que erramos. Às vezes, esquecemos que não fomos nós que erramos, mas as coisas é que deram errado, pois não controlamos todas as variáveis de uma situação e mesmo aquele 0,0001% pode ter sido o suficiente para colocar tudo a perder.