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domingo, 20 de setembro de 2020

Aonde quer que você vá, é lá que você vai estar

Recentemente, terminei de ler um livro cujo autor se chama Jon Kabat-Zinn, um professor americano de medicina genial que trabalhou a vida toda com os efeitos da meditação nas pessoas. O livro se chamava "Aonde quer que você vá, é lá que você vai estar" e trata sobre o equilíbrio a ser cultivado em nós mesmos porque afinal de contas, ele te acompanha a todos os lugares. Se você se sente em paz em um mosteiro no Tibet, é provável que você se sinta em paz em uma praça de alimentação de um shopping. Pois é, a paz é algo que você carrega com você e precisa cultivar todos os dias e não uma sensação que pertence a um lugar.
Se você só encontra paz em um mosteiro isolado do mundo, não vejo diferença disso e de tomar Rivotril, a paz não está em você, está fora.
Outra dia, vi uma discussão em um grupo que participo de internet em que as pessoas expressavam o desejo de mudar de cidade, emprego, convívio com os amigos e construir uma nova vida. Ou seja, resetar e reiniciar o sistema porque o atual está dando problemas. Não gosto de comentar, mas achei que poderia contribuir de alguma forma com o raciocínio deles e assim o fiz. 
Na verdade, as dores realmente estão nos lugares em que estamos e nos lembram o sofrimento por sua constante presença. Olhar o que te causa sofrimento é reviver o que te faz sofrer, mas tem um lado positivo nisso tudo: com o passar do tempo, a exposição àquilo que te faz sofrer banaliza o fato e já não incomoda mais, ou melhor, te incomoda cada vez menos.
Fugir do lugar para não conviver com aquilo que te lembra a dor até faz sentido, mas pensar que isso te permite fugir do sofrimento é uma ilusão, pois este se encontra dentro de você e não no lugar. Você pode mudar para o Japão para não conviver mais com pessoas ou lugares que te feriram e fizeram sofrer, mas, no fundo, aquela história vai repousar dentro de você e, eventualmente, seus monstros vão te visitar em portas, persianas ou janelas que deixamos abertas na alma. 
A realidade é que precisamos aprender a lidar com nossos fantasmas, com nossos sofrimentos, deixando claro a eles que são só sofrimentos, que pertencem a um passado (que não temos mais como mudar) ou a um futuro (sobre o qual não temos controle). Todas as dores são partes de nós, porque são coisas que nos fizeram ser quem somos.  É impossível destruí-las sem nos destruir.
O desejo de fuga é normal e vem, muitas vezes, com a bebida, drogas, mudando de país, mas o único resultado certo que temos nesse tabuleiro tão complexo que é a vida é que podemos fugir de tudo e de todos, menos de nós mesmos e de nossa história. 


sábado, 6 de fevereiro de 2016

Não da guarda, mas anjos "de" guarda...

Sim. Existem anjos "de" guarda. Quanto aos anjos da guarda, não tenho tanta certeza. Acho pouco provável que a espiritualidade tenha colocado alguém de plantão para ficar lhe dando ideias boas o tempo todo e protegendo das furadas em que você entra. Prova disso é que, numa breve lembrança, você deve recordar uma série ideias erradas que teve e que o levaram a umas "encrencas" inimagináveis.
Pois então. Não somos tão especiais assim para termos uma cobertura 24 horas, do tipo seguro de automóvel. Deixar-nos errar faz parte da aprendizagem.
Mas já reparou como, em situações críticas da vida, costuma aparecer alguém para dar uma força. Às vezes, nem sempre do tamanho da força que precisávamos, mas na medida certa para a gente ganhar "galeio" e conseguir energia para cobrir o restante que faltava?