sábado, 3 de julho de 2010

O que derrubou Dunga?

A resposta a essa pergunta deve ser dada em dois tempos. Em uma imagem percebida por poucos em sua significância (mas destacada pela minha esposa que assistia ao jogo nervosa) diz tudo. Ao apitar do juiz indicando o término do jogo, Dunga dá às costas ao campo e sai, deixando seu exército a chorar o seu fracasso. Faltou humildade e liderança que o fariam entrar em campo e consolar aqueles que lutaram. Mas não... deu as costas e saiu emburrado, assim como entrou na copa.
O outro tempo dessa resposta se dá nas palavras do treinador que afirma não ter tido um responsável, mas sim o grupo, pela derrota da seleção. Reza a regra dos líderes que na hora do fracasso, chama-se a responsabilidade para si. Mesmo que seja na intenção de ouvir um "deixa disso", "todos fazemos parte disso" ... Mas ele se apressou em parcelar o resultado de sua falta de liderança, de sua arrogância, de seu despreparo em lidar com a imprensa, coisa que ele, depois de tantos anos de vida pública já deveria ter aprendido.
Dei pouca importância ao fiasco dessa seleção que, para mim, já entrou no torneio com a marca dos que vieram para perder, escalada, armada e burilada por um treinador que não sabe falar com a imprensa, mas o pior de tudo, não sabe ouvir.

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Piadinha infame do dia:
A seleção, depois da derrota para Holanda, vai deixar de ser patrocinada pela BRAHMA e passará a ser patrocinada pelo KY, da Johnson & Johnson.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Que me desculpe povo "Teen", mas Crepúsculo é uma porcaria.

Estreia nos cinemas o mais novo episódio da saga Crepúsculo que promete, assim como os anteriores ser uma porcaria. Poucas vezes, fui tão direto ao ponto em um texto, mas não consigo me conter diante dessas fórmulas batidíssimas de romance gótico teen. Sinceramente, não encontrei as meias palavras. É ruim pra caramba... No primeiro, aquela cena em que a menina é socorrida pelo vampiro "The flash" de ser atropelada por um carro me arrancou risadas ótimas. Só que, creio eu, a ideia dos autores não era ser cômico. Mas enfim.. Outro dia fui entender o porque de parecer tão patético para mim e ser um sucesso entre o público adolescente quando lia um artigo sobre os conflitos na adolescência.
Na verdade, os personagens do filme, vampiros, atuam fortemente no imaginário dos jovens, pois representam o estereótipo da exclusão, do outsider social. Uma sensação comum nessa época da vida. A força, a imortalidade e os superpoderes são uma projeção de sentimentos que temos, muitas vezes, inconscientes nessa fase da vida onde tudo é intenso, somos imortais, incompreendidos, marginais de uma infância que nos deixou e de uma vida adulta que ainda não nos acolheu, Vivemos em um espécie de limbo etário. O vampiro é a constituição plena de um alterego do adolescente, daí toda as paixões despertadas por esse tipo de produção cinematográfica. Isso me ajuda muito a entender as coisas...
O que não faz com que eu deixe de achar a saga uma porcaria... eu, um homem de quase 40 anos, mas o eu, um adolescente de 16 acha o máximo... 

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ensino à distância funciona ? - Parte III (Última parte)

Parte III - Não o tempo todo e com todo tipo de conteúdo.

Embora os meios de ensino à distância tenham evoluído muito e contemplem grandes áreas do conhecimento e ainda que os alunos adquiram método de estudo, algumas formações continuarão sendo necessariamente presenciais ou semi-presenciais. Por exemplo, você deixaria o seu filho operar com um neurocirurgião que se formou à distância? Deixaria seu projeto de prédio de milhões de reais nas mãos de um engenheiro que se graduou à distância? Ou mesmo, iria a um médico de próstata que estudou à distância e está aprendendo na prática depois de formado já que no tempo de estudo só viu um fiofó na tela do pc. (Isso acho que a maioria de nós já viu também...) Bom, a brincadeira é para chamar atenção de que alguns ofícios dependem mais da prática presencial orientada do que se imagina.
Aprender é relacionar-se com o conhecimento, com a prática dele e com a presença de outro ser humano que estabelece uma relação de filtro afetivo de aprendizagem. Computadores ainda não são capazes de substituir a presença de pessoas, de tom de voz, de odores e toques... os seres humanos são extremamente sinéstesicos (precisam dos sentidos no processo de entender) e ainda não dá para dispensar o professor em carne e osso em muitos processos de aprendizagem. Somos seres gregários, precisamos do outro, da experiência do outro falada de forma espontânea presente, narrando erros, rindo, entendendo que cada pessoa tem um tempo e se valendo disso para oferecer o melhor de si. 
Ainda que mundo caminhe para o on line, não consigo ver um mundo sem gente de carne e osso e por perto.  

sábado, 12 de junho de 2010

Ensino à distância funciona ? - Parte II

Parte II - Não, para boa parte das pessoas é um fiasco

Acontece que muita gente não sabe estudar quando o sistema é presencial, imagine sem a presença do professor. O ensino à distância pede do aluno uma postura mais ativa diante da construção do conhecimento e o nosso aluno ainda vive aquela ilusão de que basta estar em sala de aula para estar cursando alguma coisa. E o próprio sistema proclama essa ideologia quando exige do aluno 75% de presença em sala independente de seu resultado, ou seja, bom é o cara que está lá todo dia, mas tira cinco e ruim é o cara que falta mais de 25% mas tira 10. Ideia torta essa né.. mas tudo bem. Ensino à distância pede mudança de mentalidade e isso demanda anos de trabalho. Essa geração ainda vê a internet como uma fonte dispersa de informação e muitos deles usam bem o facebook ou o orkut, mas são completamente ignorantes com as ferramentas de filtragem de busca do Google. Acredito que quando a internet deixar de ser novidade (em uns 10 a 20 anos), as gerações começarão a ver o computador como um meio de acesso banal a esse tipo de ensino. Por enquanto, a internet continuará sendo um lugar tao perdido e confuso para eles que só serve mesmo para copiar trabalhos on line, conversar no MSN e deixar scraps de "bom fds" no orkut.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ensino à distância funciona ? - Parte I

Parte I - Sim, os recursos atuais são suficientes para uma aprendizagem motivante e interativa com o conhecimento.

Para um pergunta complexa, é melhor dar uma resposta em três partes. Vamos lá... As metodologias são eficientes, os recursos são ricos e os materiais, pelo menos os que tenho visto, são de boa qualidade. Como metodologia, desde os antigos cursos por correspondência até hoje, houve uma melhora significativa nesses processos.
O advento da internet e a popularização dos computadores foram a grande mola impulsionadora dessa forma de ensino. Mas o fato é que, mesmo a velha metodologia dos Institutos de ensino por correspondência eram altamente eficazes quando quem estava na outra ponta do processo tinha disciplina, método de estudo e vontade de aprender. Eu mesmo fiz alguns cursos por correspondência na década de 80 e tenho boas informações extraídas destes até hoje. Sem falar no tanto de pessoas que conheço da mesma época que fez curso de manutenção de rádio, eletrônica, manutenção de TV, desenho artístico e publicitário que tiveram uma boa fonte de informação nessas fontes. Em suma, o problema, não é a metodologia, mas quem está do outro lado, o aluno. Se o aluno possui disciplina e vontade de aprender, o seu sucesso se dará por via de carta ou de vídeo conferência via web em plataforma de LMS (Learning Management System).

Próxima postagem: Não funciona. Para a maioria das pessoas é um fiasco

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Copa mundo: um burro que vai, um gênio que vem... ou não




Mais uma copa do mundo... Na minha história, lá se vão dez. Se bem que a de 1974 e 1978 se perderam na minha memória, da primeira não lembro nada e da segunda, quase nada. Só me recordo do pessoal dizendo que foi comprada pela Argentina. Nada de impressionar já que a nossa (a taça) foi roubada e depois vendida. Será que foi um argentino que comprou? Sei não.
Bom, toda época de convocação é a mesma coisa: o treinador é burro, convocou time sem craque, fulano é uma revelação e não foi... culpa do treinador burro. Os paulistas fazendo as eternas contas de quantos jogadores do São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos foram injustiçados... Os cariocas seguindo a mesma linha e o outro tanto do país alegre quando um jogador convocado é da sua região. O que nos oferece as eternas reportagens do menino humilde que ganhou dinheiro com o futebol e ajudou a família lá naquela cidadezinha que, se não fosse o menino craque, nem no Google Earth ela aparecia. E lá vem reportagem do Globo Esporte com a mesma temática de sempre e as imagens dos familiares em frente à TV com camisa lá do time lá da Europa em que o rapaz joga.. as intermináveis fotos na parede seguidas das medalhas de conquista na divisão infantil e juvenil de um time local. Troque o nome, mas a história é sempre e exatamente a mesma.
E lá está, na ponta de tudo o treinador. De santo a maldito em segundos, na velocidade de uma bola, na mão de um goleiro... na desgraça de tomar um gol no último minuto ou de ver o seu homem da defesa arrumar o meião enquanto o atacante adversário faz a festa em suas costas.
E BOOM!.... A volta ao Brasil se dá pelas portas dos fundos do Galeão enquanto a imprensa especula se a sua permanência no time será possível... e mais uma vez, o nome de Luxemburgo é cogitado para substitui-lo.
O fato é que todos, de campeões a perdedores, todos deixaram as nossas terras com mais críticas do que elogios e o que ficou para memória não foi os adjetivos que eles levaram, mas o que eles trouxeram, grandes generais, magníficos estrategistas, melhor técnico do mundo.... ou simplesmente, burros.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

De Discussões e vaidades

Quem se diz muito perfeito/Na certa encontrou um jeito insosso/Pra não ser de carne e osso, pra não ser carne e osso (Carne e osso - Zélia Duncam e Moska)



A vida me ensinou que gozei de melhor conceito quando me mantive calado do que quando falei alguma coisa. Opinião é coisa que só se dá quando se pede, senão fede. Uma vez, ouvi isso de um colega e achei engraçado o jogo de rimas e verdadeiro o jogo de lógica.
Muitas vezes, fico ouvindo duas pessoas discutirem para tentar entender onde elas discordam e já não é surpresa quando constato que as duas concordam em quase tudo, mas estão num jogo cabo de guerra para ver quem leva a paternidade da criança (idéia) que, muitas vezes, nem é tão bonita assim.
Durante certo tempo, interferi dizendo: - olha, mas o que vocês estão falando é a mesma coisa. Hoje, não faço mais isso e procuro me divertir com a vaidade humana. Em uma discussão, surge a curiosa necessidade de, se ambos estiverem certos, um estar mais certo do que o outro. Ainda que isso não traga nenhum benefício além de deitar na cama no final da noite e ter a sensação de ter sido per-fei-to.
As pessoas ainda não perceberam que o tempero da coisa é ser imperfeito. É errar, é estar errado e saber mudar de idéia, é aceitar que o outro pode ver coisas que não vemos e deitar a cabeça no travesseiro com a certeza de seremos amanhã diferente do que fomos hoje porque aprendemos coisas novas, inclusive que o universo não gira em torno de nós.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Maturidade é saber o olhar o rio por onde a vida passa

Quando somos jovens acreditamos que o tempo conspira a nosso favor, quando envelhecemos vemos que o tempo nos coage com a inevitável consciência do fim. Outro dia, eu estava em sala de aula e alguns alunos do diretório entraram para dar um recado. O discurso era o de sempre: mudar o mundo, formar consciências revolucionárias, estatizar a Vale do Rio Doce, declarar guerra ao imperialismo Ianque... enfim, o papo típico de quem tem 20 anos. 
Uma vez eu li que se você não é um revolucionário aos 20, você é um insensível, se você o é aos 40, é um insensato. Achei engraçado pensando que, em 20 anos, aqueles meninos estarão, como na música do Belchior , “em casa guardado por Deus contando o vil metal”. É a rota inexorável do homem.
A maturidade nos ensina não a fugir das lutas, mas a medir a relação de perdas e danos, ganhos e méritos que cada batalha traz. Nunca desisti de lutar, mas hoje, à beira dos quarenta, aprendi a planejar todos os combates e avaliar se os ganhos que dele obterei serão dignos da força que despenderei para vencê-los.
Aprendemos a "olhar o rio por onde a vida passa" (Ana Carolina) e temos a medida melhor das coisas. Dá muita vontade de contar essa história para alguém que vemos com esse discurso, mas entendemos que faz parte de uma etapa necessária de consciência da vida e que nada dirá a ela isso, pois só o tempo sabe as palavras certas para fazê-lo entender o ininteligível.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Nonsense – propaganda tosca – gente dançando no balcão

A nova propaganda da CAIXA me incomoda pelo seu nível de nonsense. Entendo um banco como uma empresa que vende contas correntes, seguros, poupanças, investimentos diversos, títulos de capitalização, oferece dinheiro emprestado... enfim, presta serviços financeiros. A antiga propaganda dos poupançudos tinha tudo a ver pois era a venda de um produto: a poupança da CAIXA.
Agora, gostaria que alguém me explicasse em que acrescenta na venda de produtos um monte de gente com roupa igual dançando em cima de um balcão. Que coisa mais tosca! Aí poderia se argumentar que é uma propaganda de imagem institucional e não de produtos. Eu repito a pergunta: o que acrescenta à imagem da empresa um monte de gente dançando com roupa igual em cima de um balcão?
Se vocês encontrarem alguém que falou: Nossa, aquele monte de gente dançando com roupa igual em cima do balcão da CAIXA me deu uma vontade de comprar seguro e abrir uma poupança lá... Eles são tão simpáticos, veja as pessoas dançando com roupa igual em cima do balcão...
Interna o cara.
Ou fica na sua que é alguém da equipe que fez a propaganda e se você fizer algum comentário vai dar um baita fora.