quarta-feira, 18 de junho de 2008

Esse sedutor Orkut...

Não adianta me convidar para o myspace, GAZZAG, HI5... sei lá. Sinto um Q de lealdade ao Orkut. Afinal, foi ele que nós ensinou compartilhar informações com amigos via scrap, expressar nossos gostos e expectativas, encontrarmos pessoas como nós em comunidades, acharmos velhos colegas de escola e, até mesmo, aprendemos a cultuarmos o ócio com a dignidade das comunidades sem sentido (EU RESPIRO ENQUANTO DURMO, EU SOU IRMÃO DO FILHO DO MEU PAI, MEU VIZINHO MORA PERTO DA MINHA CASA...).
É claro que há os pervertidos que em seus momentos de ócio mais absoluto saem pelo Orkut dando bom FDS para Deus e o mundo, mas isso é patológico. Precisa de tratamento médico, não de críticas.
De uns tempos para cá, o Orkut assume tons até de oráculo e coloca mensagens dignas das mais profundas idéias dos livrinhos de bolso: seu dia trará uma grande e feliz descoberta. Sua sorte irá lhe sorrir nesse dia. A vida abrirá novos caminhos para você.
O pessoal do Orkut é tão legal... vi um cara na TV que foi atropelado por uma carreta quando trocava pneu. Matei a charada... esse não checou o seu Orkut hoje. Se o tivesse feito, isso não teria acontecido. É por essas e outras que não passou um dia sem saber o que o Grande Orkut tem reservado para mim.
E as fotos atualizadas dos colegas de perfil. Vez por outra, aparece um monte de fotos de um monte de gente que você nem se lembrava de que tinha adicionado como “amigos”. Aí você pensa; caramba, quem é esse cara? Tudo isso colocado estrategicamente em cima de uma listinha ao estilo das escolas primárias: aniversariante do mês. E, nesse momento, saímos dando um monte de parabéns que se dependesse de nossa memória, nem saberíamos que os camaradas faziam aniversário naquele dia. Olhamos nossa lista. Digitamos em um scrap e saímos distribuindo CRTL+C/CTRL+V para os ilustres, porém desconhecidos aniversariantes.... ”de onde eu conheço esse cara mesmo?” Sei lá. Mas o parabéns me fez sentir uma pessoa melhor... mais atenciosa com o mundo. Graças ao Orkut.
De vez em quando uma alma caridosa enche o nosso scrap com mensagens de paz e amor que eles insistem em dizer que lembraram de você quando a viram, mas não dizem que lembraram dos outros 976 perfis adicionados como amigos dele/a também.
Aos mais sacanas, sempre deixam um scrap de uma moça (até bonitinha) que faz de tudo na frente de uma webcam ou que o namorado malvado divulgou as fotos deles transando e ela se encarrega de alardear. Ah... quase esqueci da festa do BBB que a Globo não mostrou. Mas o Orkut está lá para mostrar tudo.
E aqueles scraps com letrinhas que formam uma imagem... que doçura! O colega de perfil te mandou (você nem lembra quem é o infame), mas o cara lembrou de você junto com os outros 976 perfis dele... Quanta consideração.
Olha, chegou uma mensagem... Ah.. aquele colega bacana que manda mensagem de paz e esperança para você no scrap... Olha anjinhos... poxa, que bom que ele lembrou de mim! De mim e de mais 976 perfis na página dele...
Caramba.. De onde eu conheço esse desgraçado mesmo?!

sábado, 14 de junho de 2008

Garimpeiro de leitores

Escrever em blogues é um ato de garimpagem. Todos querem ser lidos, mas nem sempre querem ler, disse-me um colega de blogue em um comentário há poucos dias. Concordo com ele. E de lá para cá passei a observar o fluxo de visitas a partir dos comentários deixados no Saco de Filó e mesmo em outros que visito com freqüência maior do que os meus comentários deixados lá dão a entender.
Gosto do prazer do bom texto, pelo simples prazer do bom texto. Ars Gratia Ars (A arte pela arte). Hoje, entendo que os comentários mais toscos são decorrentes de uma lógica bem particular. Por aqui, já ironizei, já escrachei os colegas do “kkkkk legal seu texto. Visite o meu blogue”. Mas, atualmente, entendo como alguns mecanismos funcionam e pego menos pesado. Aos nossos textos, chegam diversos tipos de leitores e vejo, nessa diversidade, material para pensar. Eis os leitores comentadores:

O Voraz - Lê porque se sente compelido a ler por sua natureza. Vai do início ao fim e ainda deixa um comentário de uma pertinência que impressiona. As observações deixadas instigam a gente a ir no blogue do cara sem ele precisar dizer o clássico: visite meu blogue. Figura rara, mas se você tem um cative-o, pois isso é como o ouro.

O autômato - Lê como uma máquina e com uma ansiedade louca de chegar ao fim. Parece estar bebendo um remédio ruim. Vira tudo de uma vez ao estilo leitura dinâmica. Normalmente, faz uma vaga idéia do que você falou e faz um comentário superficial. (Tipo: É, acho que as pessoas são o que são. É isso aí. Visite meu blog.) Desperta curiosidade de saber: sobre o que escreve esse cara? E nos atraem, às vezes, para o blogue deles.

O distraído – Lê, mas é como se não o tivesse feito. Comenta uma opinião como se discordasse de você, mas no fundo não está divergindo em nada. Ele é que acha que está porque não entendeu uma linha do texto. Normalmente, assume uma postura rebelde quando discorda e não faz idéia do quanto chega a ser cômico. Às vezes, nos desperta a dúvida. Esse cara sabe ler no sentido mais amplo da palavra? Deve ser engraçado o blogue dele, vou lá comentar um vídeo do youtube.

O trapaceiro – Não lê uma palavra. Quando muito o título do que se escreveu e vê a figurinha ao lado. Precisa desesperadamente de justificar o tópico COMENTE O BLOG ACIMA da comunidade, mas acha que textos com mais de 5 linhas são impossíveis de serem lidos. Deixa sempre um: bom blog, legal. Visite o meu. Um dia escreveram no meu: não gosto de texto, meu negócio é goodies... Passei alguns dias para descobrir que diabos é isso. Mas descobri. Muito a contragosto, Fui ao blogue do cara. Ele me venceu.

O revoltado – Lê qualquer coisa para discordar. Discorda inclusive do que acabei de falar. Normalmente, lê, mas tem uma limitação de raciocínio assustadora e não consegue diferir ironia de crítica direta. Comenta a postagem com um dicionário ao lado que o permite usar termos herméticos que lhe dão um respaldo de vocabulário para encobrir a restrição de raciocínio. Costumam não permitir a visita de volta porque omitem o perfil ou quando não omitem... Meu Deus, melhor não tivéssemos ido!

Escrever em blogues é garimpar bons leitores. O bom leitor te deixa o desejo de ir ao texto dele, pois, com certeza, quem escreve bem, lê bem. E vice-versa. O comentário de um texto é o seu melhor cartão de visitas em um blogue. Tornei-me um garimpeiro de pessoas interessantes e se você chegou até aqui e entendeu aonde quero chegar, acabei de encontrar mais uma pepita de ouro na minha mina de palavras.
Ganhei meu dia.

Em tempo: Nesse mundo sem rosto da blogsfera, sua cara são suas linhas.
E tem gente que anda precisando de uma cirurgia plástica, um botox, uma limpeza de pele... sei lá, algo que dê uma forcinha à natureza.

sábado, 7 de junho de 2008

Internet: terra do nunca, país das maravilhas ou mundo de OZ.

A internet é terra do nunca. Uma terra que nem J.M. Barrie, autor de Peter Pan sonhou criar. Uma terra em que o real e o imaginário navegam na mesma embarcação. Uma terra em que um e-mail nos traz a solução para conquistar mulheres em dez lições, um perfume que nos tornará irresistível mesmo que você seja uma figura ao estilo Quasímodo, o corcunda de Notre Dame (ou a cara do Amaral que jogou no Corinthians). Mulher alguma resistirá às dicas que você recebeu e que somada ao perfume... meu Deus. Que perigo você se torna!
E se seu pênis é pequeno: acabou o problema. Os e-mails trazem um método revolucionário de ENLARGE YOUR PENIS (aumente seu pênis)... Você terá em poucos dias um daqueles instrumentos que se assemelham a tacos de beisebol... Usar bermuda... Nunca mais... Agora, só calça comprida. Você deixará com cara de tacho aqueles que um dia te apelidaram de verruguinha nos vestiários da escola nas aulas de educação física. E, de posse de assustadora e avantajada ferramenta, ainda ganha grátis um guia do orgasmo feminino. Dez dicas de levar qualquer mulher a loucura.. uma espécie de mapa rodoviário dos pontos de prazer do corpo feminino. E com alguns reais a mais, talvez venha até um GPS para você achar o ponto G. Isso é que é modernidade!
Ainda abro um e-mail que me oferece uma chance imperdível de obter uma renda de até 3000 reais, trabalhando em casa, fazendo o meu horário, sem precisar de fazer prova, concurso ou o diabo que o seja... É uma chance única que uma alma caridosa me oferecer de ficar rico, ter meu próprio negócio, conseguir minha independência financeira total com um pequeno investimento inicial. Caramba, que cara legal. É o que eu digo: ainda tem gente boa no mundo. Mas declino da oferta.
Isso tudo chega na leva dos e-mails do Orkut. Aquele montoeira de colegas que estão em seu perfil e que mandam os convites para você participar de comunidade que se tornam cada vez mais imprescindíveis para a perpetuação da vida no planeta e para me próprio crescimento pessoal como: EU CONHEÇO O FULANO, EU AMO A LILI, EU JÁ TOMEI SORVETE SÁBADO DE MANHÃ, EU JÁ VI ALGUÉM TIRANDO MELECA, EU SOU FÃ DA JUJU...
Recebo dúzias desses e-mails e atentei para um fato: em alguém no mundo virtual tem gente achando que eu sou um desastre com as mulheres, tenho pau pequeno, não entendo nada de dinheiro e que eu ando muito à toa... sei não, fez meio mal para minha auto estima.
Vou encerrar aquela conta de e-mail no hotmail.

Em tempo: houve um atraso nas postagens na semana passada. Andei com uma infecção de garganta terrível e fui obrigado a ficar de molho mesmo. Repouso total... caramba. Como recebi mensagem de “atrasou por quê?” Fiquei feliz com a suspeita de que são mais de 11 leitores.. abraços

quinta-feira, 5 de junho de 2008

O dom da ubiqüidade - o que é isso?

A palavra é difícil, mas o significado é legal. UBIQUIDADE tem origem no termo latino UBI que era utilizado como um pronome interrogativo (ONDE está você) ou mesmo como um pronome relativo (Eu vi ONDE ele estava). Mas o fato é que seja de um jeito ou de outro UBI se referia especificamente a um LUGAR. Logo, ubiqüidade é a "o dom" daquele que consegue estar em vários lugares ao mesmo tempo. Dizem que Santa Clara tinha esse dom, daí ser padroeira da televisão (uma imagem que está em vários lugares ao mesmo tempo). Tem a história, inclusive de Santo Antônio de Pádua, que teria, durante um culto, saído do corpo e ido até um local distante onde seu pai estava sendo julgado para ser punido com a forca. Daí a expressão "tirar o pai da forca".
Mas o que impressiona é que tenho sérias razões para crer que algumas coisas ainda guardam os segredos da ubiqüidade. Vejamos: Quando eu era aluno de graduação, lembro de um grupo de bolivianos tocando músicas com flautinha no pátio da minha faculdade, quando comecei a trabalhar em outra cidade (em outro estado), havia o mesmo grupo de bolivianos, nos meus tempos de Mestrado, eu sempre os via em algum lugar no Rio e, pasmem, quando estive nos EUA, pelos menos umas 3 vezes, lá estavam eles. Os mesmos bolivianos, com as mesmas flautinhas e com a mesma banquinha de CD. Em tempos diferentes, mas em vários lugares a um tempo.
Assim o são outras coisas também. Um flanelinha me parou em Fortaleza e falou: e aí tio, pode tomar conta? Quando estive em Curitiba, presenciei um garoto falando para o motorista que me conduzia: e aí Tio, posso tomar conta? Fiquei me coçando para perguntar se ele tinha parentes no Rio e em Fortaleza. A mesma cara, o mesmo jeitão e o mesmo: aí tio, posso tomar conta.
A partir daí passei a observar aqueles que vivem da ubiqüidade e constatei que McDonald é algo assustador. Os atendentes têm a mesma cara, pedimos do mesmo jeito, sempre há uma plaquinha de WET FLOOR (chão molhado) em todos os lugares do mundo. Será que é a mesma pessoa que coloca aquela plaquinha?
E, por fim, constatei apavorado que os chineses (desses, eu já suspeitava da ubiqüidade há tempos) são os grandes mestres dessa arte. Consigo ver um chinês na TV que treina para a abertura dos jogos olímpicos e o mesmo chinês, pasmem, no caixa da pastelaria em que como um pastel de carne toda semana. Há algo de estranho no ar. Será que os bolivianos, os funcionários de Mc Donald, os flanelinhas e os chineses são parte de algo que transcende a nossa compreensão.

Música de suspense, por favor...
Frase de arquivo X
The truth is out there" (A verdade está lá fora)

sábado, 31 de maio de 2008

Blogosfera: se bota lona vira circo, se bota muro vira hospício.

Escrever em blogues é expor o que se pensa ao mundo e a todo tipo de doido. Ou você ecoa com o senso comum ou encontra uma maneira de apresentar uma idéia de forma irônica e que leve as pessoas a pensarem o quão estapafúrdias são certas colocações/posições. Um texto sobre falta de fé das pessoas na sua capacidade se superar, vai sempre encontrar um camarada mal resolvido pela frente que vai ver nisso uma apologia ao ateísmo, um semear de descrença e ódio racial, por fim, uma manifestação de homofobia digna de processo jurídico.
Aí é que está o problema: cada pessoa constrói uma interpretação de acordo com o universo em que vive e suas mazelas e frustrações que afloram sob o anomimato da web (aqui posso ser eu, Paulo S., ou P.S. ou mesmo nem ser). É lugar comum, mas digo que a sociedade faz pessoas doentes, uns mais doentes do que os outros (assim como os iguais de Orwell) e, estas, quando não encontram as soluções para os problemas (às vezes, nem o sabem que os têm), vêem o mundo como algo hostil e tudo ameaça o frágil seu equilíbrio. Aí, insiste-se no conflito, no embate, na discussão, na disputa como se aquilo fosse a última fronteira que irá redimi-las e, quem sabe, curá-las. Mas não cura, e prossegue-se doente de blogue em blogue a caminho do elixir da sanidade que irá salvar sua alma. Segue uma busca pelo insano espelho em que projetará o ódio originado em suas frustações. E como dói.
Mas enfim, blogosfera é isso.
***
Situação: textos sobre medidas ilusórias (tom irônico)

- O texto fala sobre o problema das soluções "esparadrapos" de problemas graves.
- Então você é contra soluções... seu fascista!
- Não. Acho que tem que ser definitiva.
- Arrá... então você não suporta crítica...
- Não disse isso.
- Ah, não acha que sou digno de argumentar com você. Só argumenta se for te elogiando... arráá! Conheço seu tipinho...
- Nem pensei nisso. Muito pelo contrário...
- Arrá.. aí vem com ironia... seu canalha!
- Não tô ironizando. Falo sério.
- Arrá, quer dizer que não mereço nem sua ironia... seu homofóbico.
- De onde você tirou isso? Mas você...
- Eu leio nas entrelinhas.. conheço gente da sua laia. O jeito que você me trata diz tudo.
- EU te trato???
- Aí... tá vendo... Se não me trata, você me destrata, seu racista imundo.
- Mas de onde você tirou isso: eu nunca fui ...
- Seu nojento, todo mundo que diz que não é, é porque no fundo, pra mim, é. Conheço o dessa gente. Quem diz que é assume, quem diz que não é omite... seu podre.
- Mas peraí... o texto falava de soluções que são absurdas porque não resolvem...
- Cale a boca, não me censure. Não interessa. Eu te odeio. Odeio todos iguais você...

***
Você tem blogue? Não conhece um? Esquenta não... dias desses você encontra.

Em tempo: Aposto que vai ter comentário de gente dizendo que a critica foi para fulano ou beltrano... Não foi para ninguém, mas carapuça é fogo. Blogosfera é isso. Não ponha lona, nem cerque, por favor.
Se bem que, na atual cirscunstância, eu não sei se saio ou se fico...

quarta-feira, 28 de maio de 2008

FW: Emails: passe a diante

A internet é cheia de lendas urbanas. Vira e mexe somos bombardeados com e-mails de pessoas que acham que estão prestando um favor imprescíndivel para nossa existência ao nos avisar que se não repassarmos o e-mail para mais X pessoas, nosso MSN será deletado, nosso perfil de orkut será apagado, nossa conta de e-mail será subitamente excluída pelo GOOGLE ou outro serviço de web (FW REPASSEM PARA SEU AMIGOS... ATENÇÃO!!!). Estas pessoas acreditam que precisam nos proteger de um grupo de bandidos (FW: REPASSEM...) que oferecem perfume no estacionamento do shopping, desmaiam a pessoa e roubam-lhe os rins... os dois. Ou mesmo facínoras cruéis que imitam choro de bebês, quando alguém vai ver, eles roubam seus rins, seus pulmões, seu fígado, te injetam todos os tipos de vírus do planeta e ainda te deixam numa banheira de gelo (É verdade, isso aconteceu com um amigo de um amigo de um vizinho do meu tio no interior de São Paulo).
Temos, ainda, o colega tão bacana que nos avisa que já está aprovado pela câmara o fim do 13º terceiro salário, o fim do pagamento de férias, o fim do FGTS, o fim do salário e o retorno constitucional da escravidão... é FW: REPASSEM.. ISSO NÃO É MENTIRA. LEIA ATENTAMENTE...
Bons tempos em recebíamos as inocentes correntes que nos avisavam que as pessoas que passaram adiante ganharam na loteria sozinhas, mas os que romperam a corrente (como aconteceu com um fazendeiro na Nova Zelândia e com um funcionário público no Paquistão) foram tocados pelas mais diversas desgraças da humanidade.
Acho que isso é para eu pagar minha língua que reclamava dos e-mails com anexos de powerpoint que aquele teu amigo bacaninha (eufemismo de mala sem alça) te manda com uma história para você refletir, com mensagens de anjinhos sorrindo com uma musiquinha ao fundo... é aquele que você perde a paciência e quando abre sai clicando para encurtar as animações.. É.. aqueles que lotam sua caixa de correio... Sim, aqueles que saem pela internet rodando de mala em mala direta... Isso... Esse mesmo. Lembrou...?
...
Pensando bem, não tenho tanta saudades desses não.

Em tempo:
Um recado aos colegas que fazem de suas vidas uma abnegada e sagrada missão de distribuir mensagens de powerpoint. Há pessoas que odeiam receber aqueles arquivos... acreditem.

sábado, 24 de maio de 2008

Eu quero uma cota para mim

É. Enchi. Não vou mais falar dos comentários completamente estúpidos que as pessoas escrevem nos blogues, mas a pesquisa do comentário mais escroto continua. Se for possível, dê sua opinião. Ela é muito importante para nós (Sempre quis escrever esse slogan de caixa de sugestões em algum lugar... Só não sabia onde).
O fato é que, cada dia, vemos um processo de loteamento social em nome do politicamente correto. Ei, caro colega, não sou racista, nem discordo disso, acho que cada um deve defender o seu interesse ainda que os outros o considerem o mais esdrúxulo que há. O que ora reinvindico é uma cota para mim. Ué, por que não? Há cotas para negros, cotas para portadores de necessidades especiais, cotas para índios, cotas para idosos, cotas para alunos de escolas públicas, cotas para mulheres (em partidos políticos). Os políticos já introduziram há algum tempo a cota para seus parentes que uns mal intencionados chamam de nepotismo, que pecado!
Recentemente, um grupo gay da Bahia propôs uma cota para homossexuais no serviço público. Aí eu acho que complica. Se definir quem é negro é difícil, definir quem é gay então... huummm Não vai dar certo. Corre o risco de, se for aprovado o projeto de lei, termos a seguinte situação:

Concurso público 2009
Entrevista eliminatória

- Estou vendo que o você é doutor em Administração em Harvard, fala três idiomas, tem 10 anos de experiência em multinacionais, mas infelizmente...
- Infelizmente o quê?
- Infelizmente, o senhor não é gay.
- Hã...?
- É. Essa vaga é para a cota de gays.
- Mas eu...
- Desculpe senhor, regras são regras.
- Mas e o meu currículo... eu preciso desse emprego.
- Sr... o senhor não se enquadra nas cotas.
- Mas eu sou meio gay...
- Tem que ser inteiro.
- Eu gosto da Sher, da Madonna...
- Não basta.
- Eu fazia cover do Menudo quando garoto.
- Não é conclusivo.
- Olha, fui criado pela minha avó, sou filho único, adoro usar blusas baby look...
- Por favor, senhor, não apele.
- Quando eu era garoto, eu, eu, eu... eu fazia trenzinho com os moleques e queria sempre ser a locomotiva.
- Senhor, não ofenda minha inteligência... seguranças, tirem-no daqui.
- Os seguranças o retiram da sala que quando arrastado ainda tem tempo de gritar:
- Eu acho o Rodrigo Santoro um gato, eu juro, eu juro...

Pois é... o que me incomoda é não ter uma cota para mim. Calhei de não ser negro (embora tenha tias mulatas, não fui agraciado com um cabelo carapinha, nem pele escura), nasci homem (perdi as cotas de mulheres), estudei em escola pública, mas, nessa altura do campeonato, não quero fazer uso disso para mim, chegou atrasado em minha vida, não tenho nada de índio, aliás, fui ver um de verdade depois de velho e fiquei surpreso que eles não inham cocar e suas peles não eram necessariamente vermelha. Estou longe de ser idoso e a única necessidade especial que tenho é a de escrever (além é claro de ter uma cota para mim) e, por fim, nunca me ocorreu a vontade de ser gay... Gosto de ABBA, mas acho a Sher performática demais... E o Rodrigo Santoro é um cara boa pinta, mas dizer que é um gato... fala sério!
Sugiro uma cota para pessoas que não tem cota. Isso faria justiça àqueles que, como eu, vagam sem o privilégio de usufruir de alguma cota.
Junte-se a nós.
Sem cotas unidos, uni-vos.
Ou, então, passe a achar o Rodrigo Santoro um gato.. por mim, tudo bem.
Você faz a história, você decide...
(também sempre quis escrever isso... agora imagina a musiquinha do programa. Faltava oportunidade. Acabei de gastar)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O paraíso, a criação da humanidade e a internet

Adão vivia no paraíso feliz e sozinho. Tinha tudo que precisava: um computador e conexão de internet (banda larga da DEUS Telecomunicações). Deus, o dono do provedor, só deu um aviso:
- Adão, se chegar um e-mail em seu outlook com um link anexando um arquivo executável, não clique, senão você vai ferrar todo o nosso criador, quer dizer, provedor.
- Adão levou isso numa boa. Chegavam e-mails de Fw:REPASSEM contando a história de uma menininha que tinha uma doença incurável que só poderia ser tratada com um transplante caríssimo... e Adão nem aí para isso... Chegaram e-mails com mensagens do tipo: Veja o que fizeram com suas fotos. Clique aqui. E Adão nem clicava. Até avisos da receita federal celestial chegavam e Adão ignorava.
Mas o tédio tomou conta dos dias de Adão que pediu a Deus para transferir uma mulher de outro setor para ficar ali com ele. Deus atendeu, mandou e acabou com os dias de sites eróticos e MSN adulto de Adão.
Os primeiros dias foram maravilhosos e Adão nem lamentou ter que ceder um tempo no PC para a Eva checar mensagens no Orkut. Tudo bem.... Age of Empire ficava para depois.
Um dia, Eva recebeu um spam que prometia revelar coisas que ela não suspeitava sobre uma determinada participante de um BBE (Big Brother Éden). Mas a Adão, por precaução, já havia desabilitado o recebimento de anexo do outlook. Eva recebeu este e-mail mais vezes e as mensagens no scrap de seu orkut se repetiam todos os dias. Ela não agüentou e pediu a Adão para abrir o arquivo. Ele, depois de resistir à idéia, acabou aceitando contanto que fosse aberto em um outro HD da máquina.
- Clique.

O final da história todo mundo já sabe. Deus teve um baita prejuízo, expulsou Adão do Paraíso e, hoje, ele e Eva moram em um lugar onde só tem conexão discada, PC deles é uma carroça e a lan house mais próxima fica a dois dias de viagem.

Adão chora de raiva toda vez que tem que baixar um e-mail com anexo e riscou o emule da sua vida.
Eva se cala, envergonhada.

Em tempo: um dia eu escrevi uma história parecida com este estilo em um post e teve um gênio que comentou que eu havia deturpado a história original. Que não era assim... E aí eu fico como? Shade... Chei de vontade de mandar o infeliz ir à merda, né.

sábado, 17 de maio de 2008

Blogueiros, blogadores, blogantes e bloguistas...

Saio um pouco da questão dos comentários e volto para a reflexão da atividade, seja ela lúdica ou não, do dono de blog. Primeiro de tudo, aproprio-me de vez da palavra e, doravante, escreverei na forma blogue. Ótimo, tomamos a palavra dos americanos e nos apossamos do termo sem pagar direito autoral ou fazer citação no final do texto. Pronto: é nossa! Acabou.

A blogosfera já amadureceu a ponto de podermos discutir o termo referente ao elemento atuante desse universo. Em português, há diversas maneiras de se referir a quem exerce uma ação: aquele que vende é VENDEDOR, o que produz é PRODUTOR, aquele que faz uso de um meio é MEIO+ISTA (Pianista, flautista, dentista...), aquele que atua sobre o evento de um verbo é VERBO + NTE (Estudar; estudante, pedir; pedinte). No uso popular, há a forma -EIRO para, conforme apontam alguns estudiosos formam palavras de menor prestígio social (Ex.: Pedreiro, motoqueiro, lixeiro, encrenqueiro...)

É hora de pensar qual sufixo seria melhor para o dono do blogue. Se entender blogue como primitivo do termo blogar, vamos as possibilidades:

EIRO - Blogueiro:

Sei não. Pouco status, vão pensar que atuo em um estrato social menos prestigiado. Vão achar que ando fazendo ctrl+C/ctrl+V, saio deixando comentários do tipo KKKK legal seu blog. Visite meu blog. Vai ter gente achando que sou capaz até de ler um texto sobre uma revista com o nome de um Estado e pensar que estavam falando do Estado e comentar com se fosse um Estado... (vi isso outro dia no blog do Euzer e comentei com ele).

DOR - Blogador:

Huumm. Sufixo muito ativo. Vai parecer que fico o tempo todo por conta disso. Vão pensar que eu moro na comunidade EU TENHO UM BLOG ou na BLOGS BRASIL.... ou outra. Tudo bem, meu nome está lá em todas as páginas de comente o blog acima o dia todo e a semana inteira, mas é só umas passadinhas que eu dou de vez em quando. Vão pensar que eu sou à toa.. fica mal para mim. Vão acabar suspeitando que eu encho o meu blogue de link (e rezo todo os dias para clicarem) para fazer grana no AD SENSE... Um dia faço fortune e compro a Microsoft...

NTE - Blogante:

Essa não... sufixo muito passivo.. me lembra estudante (até que não era para ser passivo, mas acaba sendo), contribuinte, pedinte... dá uma idéia de alguém alheio ao processo, mas ao mesmo tempo dentro dele. Sei lá... Vão achar que eu coloco meu endereço mais de 10 vezes no tópico Blogues atualizados em Maio só para neguinho pensar que é um texto diferente daquele que escrevi 20 dias atrás... Vão chegar a achar que fico catando recursos em site de blogues para colocar aquelas musiquinhas irritantes de fundo e aquele cursor de animado ou que tem estrelinhas correndo atrás.... tudo isso para compensar a falta de conteúdo.

ISTA - Bloguista:

Acho que gostei dessa. Parece o termo daquele que exerce com especialidade o seu ofício. Ainda que esse não seja o meu ofício. Parece aquele que toca o blogue como tocam o piano: o pianista. Ou aquele que trata com destreza o dente, o dentista ou, então, aquele que com habildade se dedica à ciência: o cientista. Se bem que tem punguista, lobista... Huumm .. sei não, acho que vou preferir continuar sem rótulo por enquanto... no máximo o de implicante, ainda que preferisse impliqueiro.


Para não perder o hábito do escracho, antecipo alguns comentários que serão recebidos. Se houver necessidade, é só copiar e colar na área de comentário. Tudo para facilitar a vida dos colegas...


Kkkkkkk legal seu blog. Visite meu blog.

Adorei seu blog. Visite meu blog.

Discordo. Nada haver, as pessoa tem mais é que se espreçar com liberdade. Vizite meu blog. Bjxx

Também adoro essas coisa de PRODUTOR e VENDEDOR. Adorei seu blog. Visite meu blog.


Em tempo:

Continuo em minha busca pelo comentário mais escroto da blogosfera... Ajudem-me a encontrá-lo e cumprir minha missão de vida.