Mostrando postagens com marcador família. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador família. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Tias Velhas, uma espécie em extinção

Tias velhas são uma instituição nacional. Desde minha mais tenra infância, eu me lembro delas nos aniversários de família em frente à TV (sim, "delas, pois elas andam em bandos, são seres gregários por natureza) e fazendo xiiiiiii para as crianças que faziam alvoroço em correrias que atrapalhavam escutar a novela.
Sempre me inquietou saber onde elas se escondiam nos dias em que não havia festas de aniversário. Talvez uma espécie de armário gigante onde ficavam em estado de hibernação e só saiam de lá para as festas em que se atualizavam das fofocas mais novas (quem casou, quem separou, quem tem o filho bem sucedido, quem tem o filho problemático, quem conseguiu bom emprego etc)

terça-feira, 19 de junho de 2012

Felizes aniversários nestas datas queridas...


Sempre dei pouca importância às datas comemorativas fossem elas quais fossem. A começar pelo meu aniversário que considero de há muito tempo uma mera formalidade que enche nosso perfil no facebook e Orkut de parabéns de muita gente que não se importa e nunca vai se importar com você, mas que se sente compelida colocar um insosso "parabéns, felicidades" na sua página da rede social.
Há muitos anos, acho que todos os dias são dias muito interessantes e isso esvai toda a graça dos chamados dias especiais. Entretanto, é importante perceber que mesmo entre todos os dias especiais, há um que é mais especial que os outros, que merece pausa, reflexão, cuidado, enfim, merece ser comemorado à moda própria. Pode ser o seu aniversário, o Natal, a Páscoa, o dia dos namorados.. sei lá. Pode ser um dia qualquer que você escolher. Que tal uma segunda-feira?  A odiada segunda-feira...
Sentado no chão brincando com meu filho caçula de bloquinhos de borracha empilhados, entre as risadas dele quando derrubava os blocos e suas caretinhas, entendi que somos o momento que vivemos. Entendi que, hoje, estou ali com ele, brincando, cuidando, mas que, amanhã, posso ser só uma sombra na lembrança dos meninos, uma fotografia numa folha, um retrato 3x4 em um documento envelhecido.
Em face dessa incerteza, tomou-me de assalto, não uma angústia, mas uma intensa vontade de escolher um dia para comemorar.
Escolhi as pessoas, escolhi o dia, desliguei o telefone, não abri a internet, sai por aí com eles para uma festa a quatro (Eu, minha esposa, Daniel, meu mais velho e Bruno, meu caçula). Sai para comemorar o melhor dia que um homem pode ter, o dia de hoje.
O mais é só especulação do que eu talvez nem sequer venha a existir.

Quinta-feira (dia 21), saio por aí para comemorar com eles o melhor 41º aniversário que um homem pode ter. Parabéns para todos nós, nestas datas queridas....

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Adesivos no carro: foi Deus quem me deu e família feliz...


Pessoalmente, eu detesto adesivos no meu carro. No meu, só tem os do estacionamento dos locais onde eu trabalho senão eles não me deixam entrar ou pior, toda vez, tenho que ficar explicando porque meu carro não tem adesivo. 
Quando a gente compra um produto da Apple, ganha uma maçãzinha para colar em algum lugar. Já vi gente que comprou a maçãzinha no camelô só para colar em algum lugar e todos pensarem que ele tem alguma coisa Apple. Nem que seja só a vontade de ter um produto da Apple.
Os adesivos religiosos é que ganharam espaço. Em época de crise, o camarada sai agarrando até em fio desencapado e isso fica claro no vidro do seu carro. Deus é fiel, Foi Deus quem me deu,, o Senhor é meu pastor e vai por aí. Há também os adesivos de apoio político que, muitas vezes, refletem uma procupação em não perder alguma vantagem ou mesmo a expectativa de obter alguma no futuro.
Temos também o adesivo da família feliz. Aquele com papai, mamãe, filhinho, filhinha e animais de estimação. Acho esse informação muito útil. É legal saber que o cara da frente tem 3 filhos, uma esposa, um cachorro, um gato e um papagaio e coloca todo mundo dentro daquele Pálio duas portas. Como ele faz isso? Sei lá.
O nome disso é efeito manada. Ou seja, um cola, todo mundo cola. Sinceramente, essa manada não me leva. O ser humano tende a agir assim. É como se houvesse um comportamento padrão a ser promovido pelo seu meio ao estilo “faça o que o seu mestre/vizinho mandar/fizer”.
Sinceramente, não critico, não sou ranzina, sou observador e observar minha espécie é a maneira mais interessante de entender o comportamento que leva desde os grandes fracassos de mobilização em massa até o grande sucesso de alguns regimes autoritários. Todos seguindo atrás de algo sem pensar, mas movido pelo fato de que o cara da frente está indo. E o cara da frente indo porque tem um à frente dele indo também...

Eis o homem...

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

É difícil ser pai, né, pai?


Outro dia, eu brincava com o meu filho de 4 anos, Daniel, e lá pelas tantas eu perguntei se ele sabia quem era a razão da minha vida. Ele não pensou e respondeu de cara: - Sei sim. Eu e o Bruno (o meu caçula). Ele me deu um beijo e disse que me amava e achava que devia ser difícil ser pai. Eu respondi que não era fácil, mas era uma coisa que mais dava sentido à minha vida. E voltamos a brincar.
Ser pai no sentido mais amplo da palavra é dividir o meu tempo com ele e entender que eles fazem parte das minhas prioridades. É sentar no chão para brincar, sair para comprar coisas juntos, conversar como gente grande, jogar videogame, brigar na hora de brigar, pedir desculpas quando nos excedemos e dar exemplos bons o tempo todo. Eles nos observam mais do que imaginamos e isso, às vezes, assusta.
Antigamente, o pai-padrão contribuía com o esperma e ali encerrava sua participação direta na paternidade. No mais, botava dinheiro em casa enquanto as mães eram as responsáveis pela educação dos filhos. A coisa, hoje, mudou. A minha geração de pai é mais comprometida e vemos isso nos shopping e pracinhas.
Temos que ter tempo para o trabalho, para o estudo, para a esposa, para os filhos... Quando sobra um pouquinho para a gente, aí sim, aproveitamos e... Damos para os filhos, pois a vida ao lado deles assume um sentido sem o qual não saberíamos mais viver.
É, Daniel, é difícil ser pai.. mas todos os dias agradeço essa oportunidade que você e seu irmão me deram de entender o que é esse nunca contentar-se de contente, esse cuidar que se ganha em se perder. Esse tão contraditório a si que é mesmo o amor. 

sábado, 23 de julho de 2011

Filhos, melhor não os ter... Será?

Camões nunca se casou e nem teve filhos, mas sinto que o soneto 11 dele se aplica muito bem a quem os tem. Filhos, filhos, filhos... melhor não os ter.. Diria o poeta. Será? Depois deles, a liberdade de ler um livro ou sair para uma peça de teatro demanda uma logística quase de operação militar com babás, vovós, listas de recomendações. Isso é um estar preso por vontade e é um ter por quem nos mata (pelo menos nossa liberdade) lealdade. Ficamos horas dedicados 100% a eles, brigando, dando bronca, rindo... e quando dormem, deixam um gostinho de saudade do tempo que estavam acordados exigindo toda nossa atenção. Isso sim, é um contentamento descontente, uma dor que desatina sem doer.
É cuidar de alguém que você sabe que única coisa que é certa é que um dia, ele irá sair pela porta e cuidará de sua vida. Sua casa ficará vazia novamente e você voltará ao solitário andar por entre a gente. Afinal, amar os filhos é cuidar que ganha em se perder.
E mesmo sabendo disso, amamo-los. E quem passa pela vida sem os ter dificilmente conseguirá entender o significado da palavra perda e da palavra medo.

Realmente, sem amor, eu nada seria... obrigado Daniel e Bruno por essa lição de cada dia.