Mostrando postagens com marcador atenção. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador atenção. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Adesivos no carro: foi Deus quem me deu e família feliz...


Pessoalmente, eu detesto adesivos no meu carro. No meu, só tem os do estacionamento dos locais onde eu trabalho senão eles não me deixam entrar ou pior, toda vez, tenho que ficar explicando porque meu carro não tem adesivo. 
Quando a gente compra um produto da Apple, ganha uma maçãzinha para colar em algum lugar. Já vi gente que comprou a maçãzinha no camelô só para colar em algum lugar e todos pensarem que ele tem alguma coisa Apple. Nem que seja só a vontade de ter um produto da Apple.
Os adesivos religiosos é que ganharam espaço. Em época de crise, o camarada sai agarrando até em fio desencapado e isso fica claro no vidro do seu carro. Deus é fiel, Foi Deus quem me deu,, o Senhor é meu pastor e vai por aí. Há também os adesivos de apoio político que, muitas vezes, refletem uma procupação em não perder alguma vantagem ou mesmo a expectativa de obter alguma no futuro.
Temos também o adesivo da família feliz. Aquele com papai, mamãe, filhinho, filhinha e animais de estimação. Acho esse informação muito útil. É legal saber que o cara da frente tem 3 filhos, uma esposa, um cachorro, um gato e um papagaio e coloca todo mundo dentro daquele Pálio duas portas. Como ele faz isso? Sei lá.
O nome disso é efeito manada. Ou seja, um cola, todo mundo cola. Sinceramente, essa manada não me leva. O ser humano tende a agir assim. É como se houvesse um comportamento padrão a ser promovido pelo seu meio ao estilo “faça o que o seu mestre/vizinho mandar/fizer”.
Sinceramente, não critico, não sou ranzina, sou observador e observar minha espécie é a maneira mais interessante de entender o comportamento que leva desde os grandes fracassos de mobilização em massa até o grande sucesso de alguns regimes autoritários. Todos seguindo atrás de algo sem pensar, mas movido pelo fato de que o cara da frente está indo. E o cara da frente indo porque tem um à frente dele indo também...

Eis o homem...

domingo, 19 de abril de 2009

A sublime arte de ouvir

A vida nos dá grandes lições e a maior delas são aquelas que têm como protagonistas os outros e não nos mesmos. Como em um filme, assistimos aos erros alheios e, se atentos formos, aprendemos como agir ou, melhor ainda, como não agir. Já vi quedas de onipotentes que, cegos por suas certezas, tropeçaram nas pernas.

As grandes lições que tirei da minha vivência em ambientes corporativos é que cada vez temos mais chefes e menos líderes. Ao líder é inerente o culto ao "ouvir", mas ao chefe, a cegueira da própria vaidade faz com seus ouvidos se lacrem e o único som que lhe chegue é o que já está dentro de sua cabeça. Sabe que, por isso, há alguns anos abdiquei do desejo de falar com pessoas que não querem ouvir. Diante delas, eu ouço, coloco o cérebro no piloto automático e sigo em frente.

É necessário ouvir para concordar e discordar, para entender e até mesmo não entender, para gostar ou detestar. Entretanto, na ânsia de falar ou de impor o que temos a certeza de que é o certo, esquecemos que o certo é não impor, mas compartilhar a decisão para vermos se ela está correta. Em cargos de comando, a maioria das pessoas se nega a ver que, na vida, nunca somos, só estamos. E vivemos como se fôssemos... assim, para sempre. Mas não somos. 

Um retrato dessa falta de "ouvintes" é que, ao abrirmos um jornal vemos cursos de oratória, como falar, como impostar a voz, como ser eloquente, mas nunca vemos um curso de "como ouvir bem", "o que devemos prestar atenção quando falam conosco", uma espécie de arte "auditória". 

E, assim, seguimos, falando, falando, falando... e, às vezes, ouvindo em um mundo em que a natureza já nos proveu sabiamente de uma boca e dois ouvidos, para que fizéssemos uso mais destes do que daquela.

Em tempo:
Constatação aos 37: Na minha vida obtive mais benefícios quando ouvi do que quando me aventurei a falar quando devia, somente, ouvir.