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domingo, 19 de abril de 2009

A sublime arte de ouvir

A vida nos dá grandes lições e a maior delas são aquelas que têm como protagonistas os outros e não nos mesmos. Como em um filme, assistimos aos erros alheios e, se atentos formos, aprendemos como agir ou, melhor ainda, como não agir. Já vi quedas de onipotentes que, cegos por suas certezas, tropeçaram nas pernas.

As grandes lições que tirei da minha vivência em ambientes corporativos é que cada vez temos mais chefes e menos líderes. Ao líder é inerente o culto ao "ouvir", mas ao chefe, a cegueira da própria vaidade faz com seus ouvidos se lacrem e o único som que lhe chegue é o que já está dentro de sua cabeça. Sabe que, por isso, há alguns anos abdiquei do desejo de falar com pessoas que não querem ouvir. Diante delas, eu ouço, coloco o cérebro no piloto automático e sigo em frente.

É necessário ouvir para concordar e discordar, para entender e até mesmo não entender, para gostar ou detestar. Entretanto, na ânsia de falar ou de impor o que temos a certeza de que é o certo, esquecemos que o certo é não impor, mas compartilhar a decisão para vermos se ela está correta. Em cargos de comando, a maioria das pessoas se nega a ver que, na vida, nunca somos, só estamos. E vivemos como se fôssemos... assim, para sempre. Mas não somos. 

Um retrato dessa falta de "ouvintes" é que, ao abrirmos um jornal vemos cursos de oratória, como falar, como impostar a voz, como ser eloquente, mas nunca vemos um curso de "como ouvir bem", "o que devemos prestar atenção quando falam conosco", uma espécie de arte "auditória". 

E, assim, seguimos, falando, falando, falando... e, às vezes, ouvindo em um mundo em que a natureza já nos proveu sabiamente de uma boca e dois ouvidos, para que fizéssemos uso mais destes do que daquela.

Em tempo:
Constatação aos 37: Na minha vida obtive mais benefícios quando ouvi do que quando me aventurei a falar quando devia, somente, ouvir.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A arte de comentar III – Seja coerente...

Bom, concordo com você, mas acho que o que você falou não tem nada a ve,r essas paradas tipo assim, sei lá.. Visite o meu blog.
(Visitar seu “blog”??? Você surtou?)

Bom, você escolheu um aspecto do texto e acredita que pode acrescer algo, apresentar um ponto de vista ou fazer um elogio. Atenha-se a sua idéia central (elogio, crítica, exemplificação). Muitos comentários são escritos de forma que não sabemos se a pessoa era a favor, contra, se quer inserir algo, exemplificar... enfim, sei lá.
Reler o que se escreve depois de pronto é uma dica de ouro. Erros de digitação são normais e perdoáveis, mas não conseguir passar uma idéia, aí não... Isso é sério. Percebam sempre que expressões como “sei lá”, “nada a ver”, “mil coisas” não querem dizer absolutamente nada.
Aquela idéia de “eu me expresso do jeito que eu quero” é uma postura compreensível em alguém imaturo, pois ainda não tomou cacetada o suficiente para aprender que não dobramos a vida na porrada, ela é que nos dobra de tanto bater. Mas para isso não há palavra que explique, só tempo mostra.


Leia também
A arte do comentário I: As comunidades e seu funcionamento básico
A arte de comentar II – Só comenta bem quem lê bem.



Esclarecimento:
O objetivo dessas postagens é esclarecer, ajudar e oferecer algumas dicas de como fazer um comentário pertinente, inteligente e que valorize o trabalho de quem postou o texto comentado. Entretanto, somos todos livres para ir até aonde queremos (e não fazê-lo) ou mesmo até aonde a natureza nos limita. É bom que fique claro que sou totalmente contra todo e qualquer tipo de censura. E por fim, acredito que ninguém é obrigado a nada por aqui e a liberdade de pensar é tão ferrenhamente defendida quanto a de não o fazer.