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terça-feira, 7 de julho de 2015

As veias sutis da estátua

As pessoas, atualmente, possuem uma maneira muito sórdida de alardear suas virtudes, ou pseudovirtudes. Outro dia, postei algo sobre como são sensatas e inteligentes aqueles que concordam com a gente para chamar a atenção das pessoas a essa vaidade idiota dos tempos modernos. Entretanto, dirigindo para o trabalho e digerindo as ideias, cheguei à conclusão de que, quando acentuamos as virtudes daqueles que concordam com a gente, estamos, na verdade, em um ato de narcisismo absoluto elogiando a nós mesmos.
É como se disséssemos: olha como ele é o espelho do que eu sou, se ele é sensato e virtuoso e ele me reflete, logo, eu sou sensato e virtuoso.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Poetizando pensamento em tempos de rótulos

Ou é pensamento ou é de direita, ou é pensamento ou é de esquerda. Eis aí uma antítese dos tempos modernos. Pensamento não tem morada certa. O pensamento se dá ao luxo de flutuar sobre os rótulos e como uma pena (tal qual aquela do filme do Forest Gump) que paira leve no ar, voa, acelera, paira de novo, pousa, voa de novo. Aí, quando a gente pensa que vai acomodar, vem um brisa e joga para cima tudo. As ideias mudam, a gente muda e o pensamento nos mostra que quietude não é seu forte. Até porque, se acalma, não é mais pensamento. O pensar é inquieto.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Poucas coisas realmente importam

O problema é que percebemos isso tarde demais para não nos importarmos com o que não merece nosso desgaste. Outro dia, eu coçava a barriga do meu filho caçula (6 meses) com a barba e o fazia dar gargalhadas. Ele se revirava cada vez que eu fazia barulho com a boca e coçava sua barriga com a barba.
Veio-me este pensamento de súbito. Quando nascemos o que nos é importante é tão básico, tão restrito. Crescemos e desenvolvemos sentimentos de posse, de revanche, de onipotência e perdemos a dimensão de como as coisas que importam são tão poucas, tão próximas.
O que vi nessa vida de pessoas que vendem sua alma por coisas, que cultivam inimizades por orgulho, que compram brigas, batem no peito e dizem que dão uma boiada para não sair da briga como se aquilo fosse algo que valesse a pena, como se aquilo fosse uma virtude a ser cultivada. E desde quando estupidez é virtude? Gente que esquece que não somos um cargo, estamos num cargo e a noite em que estamos pode ser sempre a véspera da que saímos. Pessoas assumem crenças religiosas e políticas e por elas são capazes de brigar, discutir, até matar. Evocam para si a missão de mudar o mundo convencendo as pessoas de que elas estão certas, plenamente certas. Esquecendo o quão desimportante é estar certo em 99,9% das vezes.
Tudo isso por que um dia perdemos a noção de que o que importa, de verdade, é muito pouco.