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domingo, 5 de julho de 2015

Como são racionais e sensatos os que concordam comigo


sexta-feira, 27 de abril de 2012

A origem - episódio II - A ganância


"Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda; também isto é vaidade." Eclesiaste 5:10

Querer mais e mais é uma manifestação natural de insegurança de quem acha que, no momento seguinte, vai faltar. Mesmo que conscientemente  se saiba que não vai  faltar, a pessoa carrega o fantasma de pensar: mas e  se faltar?
A partir daí, segue um processo de moldagem do indivíduo e suas necessidades ao tamanho do consegue. Se consegue 10 mil, suas necessidades moldam-se nesses 10 mil e trabalha para conseguir mais. Porém, esse "mais" não se caracateriza como excedente, pois quando é adquirido, já encontra as necessidades do tamanho dele. O grande mal disso é a confusão que se faz com a ambição. Muitas vezes, o ganancioso é vistoso com alguém ambicioso e pró-ativo. É um interessante processo de conversão de mazela em qualidade.
De certa forma, o ganancioso tem uma certa razão quando acha que nunca é o suficiente, pois o suficiente dele se molda (para mais) na medida em que ganha mais. A pessoa que sofre esse mal não tem dimensão do dano que causa a si mesma, uma vez que a força a rodar sempre em velocidade mais acelerada para conseguir o que nunca vai satisfazê-la: poder, dinheiro, influência. Por mais que tenha, nunca será o suficiente. O ganacioso é mais ou menos como o cachorro que corre atrás do próprio rabo, só difere disso por seus meios, pois considera que para fazer valer os seus interesses vale tudo, inclusive capturar a cauda dos outros. Não há limites morais para ele.
O fato é que, muitas vezes, sua angústia em ter o que não precisa é tanta que ele não percebe nem o que tem.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Enfermagem de verdade, ofício para poucos

Leciono no curso de enfermagem há alguns anos e me faltou, nesse tempo, oportunidade dizer aos meninos e meninas de lá como eu os admiro. Muito alunos de alguns cursos da área de saúde querem é desfilar com jalequinho branco para todo mundo dizer: olha, lá vai um futuro “dr”. Hã.. como assim doutor? Bom, mas isso é outra história.
Os enfermeiros não. Raramente os vemos desfilando de jaleco embora no ambiente de trabalho usem as mesmas roupas que os “doutores”. (Hã..? Como assim de novo? Ah deixa pra lá.) O enfermeiro é uma espécie de médico a quem não cabem as glórias e o status dos homens de branco. Afinal, eles fazem o serviço pesado. Limpam cocô, tratam feridas purulentas, colocam sonda, carregam idosos quase desmontando as peças de tão debilitados, tiram sangue, recolhem urina e fezes, limpam o vômito e no meio dos excrementos humanos não há espaço para a glória. Quando muito gratidão, mas não glória.
Isso é vocação. Cuidar do próximo no sentido mais amplo da sua palavra, no sentido de ser as mãos que limpam e recuperam quando as suas mãos não mais atendem a essa função. Isso é doação. No final do expediente, os jalequinhos brancos  ficam pendurados no local de trabalho, pois eles sabem que jaleco não é roupa de grife e que rua é ambiente infectado para se desfilar com roupa que frequenta local com pessoas, muitas vezes, frágeis e expostas a todo tipo de infecção.
Não esperam o muito obrigado, não aguardam o rótulo de doutor, até porque, por sensatez, sabem que  doutor é quem cursou doutorado e não quem só fez a faculdade e se veste de branco.