sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Plebiscitos e opiniões irrisórias

Ninguém nunca me chama para eu opinar coisas que são diretamente do meu interesse. Chamaram-me para dizer se eu preferia ter um rei ou um presidente, chamaram-me para dizer se eu queria ter o direito de comprar ou não uma arma. Enfim, chamaram-me para decidir coisas que comparo a pintar uma maçaneta em uma casa em ruínas. Sabe aquela casa que está caindo aos pedaços e te chamam para escolher a cor da maçaneta? Pois é. É isso.
Aprovaram um imposto e não me perguntaram se eu concordava, aumentaram uma alíquota e não me consultaram, gastaram meu dinheiro contratando auxiliares de deputados e senadores e, nem ao menos, perguntaram se estava tudo bem para mim.
Vivemos decidindo coisas absolutamente irrisórias. Quero decidir coisas legais, ou pelo menos, coisas irrisórias do meu interesse. Por exemplo, o Dunga deve ou não chamar o Rogério Ceni, Juvenal Antena deve morrer ou não, a abertura e encerramento da copa de 2014 deve ser no Maracanã ou não, ou quem sabe, Tropa de Elite deve virar série de TV ou não.
Movimento Pró-decisões irrisórias, eu quero. Nosso slogan será, se é para ser irrisório, que seja até o talo.

Em tempo:
Tem um bispo no nordeste que está fazendo greve de fome por causa da transposição do S. Francisco. Se der certo com ele, embarco na do cara e pressiono o Lula. Quero Tropa de Elite todas as sextas, depois de GLOBO REPÓRTER.... e gravado em película.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Deu em "O GLOBO" - 05/12/07

Argentino propõe criação de imposto sobre beleza


"O escritor argentino Gonzalo Otálora está causando polêmica com uma campanha em que defende a cobrança de impostos das pessoas consideradas lindas para compensar o "sofrimento" daqueles que supostamente foram menos favorecidos pela natureza. O escritor, de 31 anos, diz que sua iniciativa tem o objetivo de provocar um debate sobre o culto à beleza na Argentina e sua influência em setores como a política, a economia e a educação. Armado com um megafone em frente à Casa Rosada, sede da Presidência argentina, em Buenos Aires, Otálora reclama os direitos das pessoas que são consideradas feias pela sociedade."

Se adotada pelo governo brasileiro, poderíamos considerar a seguinte lista de isentos de tributação abaixo ou do pessoal que vai ter uma baita devolução para receber:








Em tempo 1: Coitadinha da Ana Paula Arósio, não vai fazer para pagar imposto!
Em tempo 2: O governo argentino prepara uma lei para tributar homens sexualmente bem dotados. O que vai ter de camarada sonegando informação só para pagar imposto não é brincadeira!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Notícias incomuns que lemos por aí (parte 01)

Prostituta vende horas de amor para ajudar crianças carentes no Chile
Seus clientes já compraram 27 horas para ajudar o evento. Ela disse que cobra US$ 300 (cerca de R$ 550) por uma hora e meia de serviço.

Se isso vira moda, vai ser um barato. Imagine a mulher descobrindo que o marido andava saindo com prostitutas e relevar o caso. Afinal de contas, é quase que um engajamento social... “Pô, meu bem, estava ajudando as criancinhas”.

Outra coisa: A prostituta da foto é até bonitinha, mas olha para a cara dela. Parece que ela está fazendo força para tentar ler uma placa com letras pequenas. Será que é moda no Chile?

P.S.:
Vai uma sugestão, no Brasil, se liberar recibo para abater em imposto de renda, aumenta a clientela.

Em tempo:
É o dando que recebe que não sai de moda nunca.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Só para explicar.. quem é Pollyana?

Pollyana é a personagem de um livro do mesmo nome de Eleanor H. Porter. Eu li este livro quando era criança na escola. Odiei. Era a história de uma menina totalmente alienada que entrava numa "jogo do contente". Acontecia uma desgraça e a menina sempre via um lado bom. Perdia uma perna e pensava: Oba! Agora vou ter 50% de desconto na compra de sapato.

A autora lançou o Pollyana, a menina e não achando que era o bastante, lançou Pollyana, a moça. E a minha professora me fez ler os dois.

Bom, não vejo mal nenhum em ver o lado bom das coisas, mas acho que essa política aliena. Há coisa que tem um lado bom tão pequeninho que só se enxerga de lupa. Às vezes, passamos anos para conseguir ver o lado bom de uma situação.

Agora, lanço Tia Pollyana, a professora, aquela que acha que é ruim com ele, mas pior sem ele.

Então, apanha, Tia Pollyana.

Tia Pollyana lida bem com as diferenças e é fã do Tony Ramos

Há uma lógica perversa dentro da chamada "política de inclusão" de pessoas portadoras de necessidades especiais (Maldito termo politicamente correto que não define nada). É simples, inserimos em um grupo de pessoas "normais", uma pessoa com alguma deficiencia (física e mental) e... pronto, ela já está incluída. O problema está resolvido.
Mesmo que esta inserção seja feita sem levar em conta o tipo de deficiência, em uma sala com 50 alunos e com uma professora e uma instituição totalmente despreparada para a situação.

Pronto, agora incluímos o cidadão. Somos uma sociedade democrática e com espaço e oportunidade para todos.
Não somos, não.

Colocar um pessoa que necessita de um atendimento especial (principalmente no caso de deficiência mental) no meio de outros não resolve nada. Muito pelo contrário, cria mais um. E, por incrível que pareça, pessoas não curam por osmose nessa situação... sabe, só de ficar perto... tchummm melhora.

Isso, na verdade, esconde a economia porca que se faz quando não se investe em instituições de ensino e nem e qualificação profissional à altura para lidar com as diferenças.

Ser diferente é normal, anormal é passar recibo de burro para quem paga imposto.

P.S.: Tia Pollyana acha lindo suas salas cheias e seus incluídos. Melhor que nada né... Que bom que ainda tem umas duas carteiras vazias ainda para encher. Que bom!

domingo, 2 de dezembro de 2007

Varrendo para debaixo do tapete.

Pessoalmente, eu abomino todo politicamente correto. Parece-me uma maneira de varrer o problema para debaixo do tapete. A lógica é simples: eu troco o nome e o problema se esconde por trás de um eufemismo. Dinheiro não contabilizado esconde um caixa dois, improbidade administrativa camufla a velha e conhecida corrupção... Escondemos os problemas por trás de medidas e palavras. Escondemos miséria e desigualdade social por trás de programas sociais paleativos, políticas de cotas, aprovações automáticas, mudanças de critérios... se o aluno não atinge o que seria suficiente para sua aprovação, mudamos este mínimo, afinal, abaixo de zero há todo um universo infinito de número negativos...

A primeira parte da solução de um problema é admitir sua existência sem escondê-los atrás de palavras.

Ainda estamos varrendo o problema para debaixo do tapete...

Para perder a paciência, tecle...

O que me consome naqueles atendimento eletrônico são as opções: Para clientes tecle 1: Para futuros clientes tecle 2; Para quem nunca vai ser nosso clientes tecle 3;... 1... para serviços, tecle 4; para dúvidas tecle 5; para...
Outro dia me ensinaram um macete. Quando começar, sai teclando tudo que eles te encaminham para o atendente e você explica o problema. Testei e funcionou com a OI.

Em tempo: caramba, já viu quantas vezes você repete a mesma história aos atendentes para eles te darem um número para você checar depois. Dá o número logo, pô.

Educação é resultado sim...



Ano que vem faz 15 anos que atuo na educação.

De lá para cá vi de tudo, a experiência me deu muito mais dúvidas do que certezas. Entretanto, uma certeza eu tenho. Educação é resultado. O grande problema da área são as pseudo-ideologias que aparecem todos os dias desconstruindo o que havia e tentando construir o que talvez venha a existir.
Digo talvez, por que, no fundo, educação é resultado. Se uma metodologia dá certo e apresenta bons resultados em um sentido amplo da palavra, por que não a manter? Aí vem uma nova metodologia que diz que tudo que foi feito estava errado, o certo agora é X-ismo. Tudo isso, para descobrir depois que X-ismo era uma idéia equivocada. Mas aí, lá se foi uma geração inteira perdida na vaidade acadêmica de um incompetente bem intencionado.
Vamos parar com a babaquice do "temos que focar o processo, pois o resultado é uma conseqüência". Não. O produto (ou resultado) é tão importante quanto o processo e não vale a pena mexer se esse resultado é bom.
São 15 anos que fazem refletir cada vez mais.

Politicamente correto o escambau...

A onda de politicamente correto beira o ridículo. Depois de ser obrigados a substituir o termo negro por afro descendente e acabar com todos os problemas de discriminação e sociais do Brasil, agora, temos termos como desprovido de altura socialmente convencionalizada (anão. Imagine a Branca de neve e os sete "cidadão altura socialmente convencionalizada" ), indivíduo disponibilizado pelo mercado de trabalho (desempregado), profissional liberal de terapia sexual (prostituta) e vai por aí a fora.
O melhor foi a notícia que li em um jornal na internet.

Em protesto na Ucrânia, cachorro rejeita rótulo de vira-lata
Odysseus é um "Ca De Bou", uma raça rara na Europa. Ele participou de manifestação em Kiev, a capital ucraniana.

É isso aí.

Vira lata são esse filhos de profissionais liberais de terapia sexual que chamam o meu cachorro assim. Declarou Vladimir Smirnoff, dono do cãozinho e politicamente correto.