Mostrando postagens com marcador vida dos blogues. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador vida dos blogues. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Os sete pecados capitais de um blogue.. escolha o seu.

Próximo de fazer um ano de existência e de atividades como blogueiros (prefiro bloguista, mas vá lá), a gente se torna mais leitor do que qualquer outra coisa. Em um dia de pouco passeio pela blogosfera, leio de 10 a 20 blogues. Em dias de "à toa", coisa rara, perco a conta. E acreditem, virou mania. Leio por prazer de ler.
Gosto mesmo disso e já assumi como uma das minhas saudáveis perversões.
Há blogues que são geniais, belos textos, bons assuntos (não vou citar para não cometer injustiça, mas dê uma olhada no meu blog roll e nos que eu acompanho para ter uma idéia), outros nem tanto, textos ruins, montoeiras de vídeos do youtube, ctrl+C/Ctrl+V... vixe, que horror! Há cronistas geniais que ainda não o sabem, jornalistas sagazes ou mesmo poetas brilhantes. Do outro lado, há rascunhos mal feitos de projetos de intelectuais (são os poetinhas punk-rebeldes que rimam pus-luz-seduz-alcaçuz) em quem ainda não caiu a ficha (talvez nunca venha a cair) do quanto é ruim o que postam.
Há de tudo para tudo que é lado... Até houve uma época em que abri uma série de críticas ao que havia de ruim... (lá para maio, mais ou menos). Hoje, acho bom até o que é ruim, mas acredito que a morte de um blogue (naquela estatística dos 3 meses de vida) está ligada aos 7 sete pecados capitais da blogosfera.
Ei-los...

A ira
Quero ser crítico, mas não tenho bagagem intelectual para isso. Mas e daí, dane-se. O que vale é expressar o meu pensamento. Faço textos que reduzem as barras de rolagem do navegador a um pentelhinho de tão finas. Sou um gênio e odeio tudo que é estranho a minha genialidade (minha mãe disse que sou e ela não mente). Sou um intelectual (sic) e faço poemas irascíveis (ainda que não saiba bem o que isso quer dizer) que rimam pus com luz e terminam em atendimentos no SUS. Sou uma espécie de punk deslocado do tempo e atribuo todo meu fracasso ao sistema. E quem é você para me analisar?

A gula
Coloco um texto que fica vários dias e decido que não posto outro enquanto não tiver pelo menos 80 comentários. Sou guloso de comentário. Atolo as comunidades do orkut com minha presença... no oitenta e um, eu escrevo outro texto. Ando meio sem inspiração (embora eu também não saiba bem o que é isso). Ah, sei lá, nada a ver, mil coisas.

A inveja
Não gosto de ler, mas gosto de escrever (sic). Acho que tudo que é blogue que tem muita visita é ruim. Escrevo textos em que saio descendo a ripa e dando nomes aos bois. Falo mal de todo mundo e crio polêmica com o que vier pela frente... Não interessa. Você concorda? Pois eu discordo e quem é você para me julgar? Meus comentários em outros blogues? Sou contra tudo ,principalmente a qualquer coisa que você você seja a favor.

O orgulho
Não preciso da sua visita. Escrevo por escrever. Não está bom o texto? Coitado, você não entendeu. Expresso no meu blogue os capítulos do meu mais genial romance, e único, de 850 páginas. O que? Acha que colocar 50 páginas do meu livro em um post torna a leitura cansativa... paciência. O problema é que você não tem hábito de leitura. Não posso fazer nada. Só lamento. E quem é você para me julgar?

A avareza
Posto um texto a cada mês e participo das comunidades com tópicos do tipos "blogues atualizados no segundo semestre de 2008". Deixo claro que, se vai citar meu texto, faça os créditos, insira o link, informe o meu nome e coloque meu banner. Ah, e encaminhe um pedido de autorização para eu assinar reconhecer firma em cartório e devolver.

A preguiça
A última vez que atualizei foi em janeiro de 2008. Já até escrevi alguma coisa depois, mas aí... cara, nem lembro a senha. Aí ferrou. Comentar? Huum.. às vezes, sei lá... "Legal o texto". Passa no meu. http://... Para mim é o suficiente.

A luxúria
Descobri que existe cursor de estrelinhas, selos de blogues, banner colorido, propagandas em pop-up que te pagam 0,01 cada vez que alguém clica (vou ficar rico se a população da China em peso clicar no meu banner), fundo preto, letras verde claro, bonequinhos que se mexem na tela, jogos em java, musiquinha de fundo, radio ambiente, espaço para vídeos preferidos... coloquei tudo no blogue de uma só vez. Meu blogue é uma suruba de recursos exóticos. Em conexão discada demora uns 10 minutos para abrir... Clica, saia de perto e volta daqui a pouco.

Nessa minha história de blogosfera, aprendi que ser amado e odiado faz parte da brincadeira e vamos tentando seguir com a balança mais equilibrada possível.
Descobri que o legal é isso também.

Em tempo:
Certa vez eu li um post em um blogue que trazia o tema que abordei aqui, os sete pecados. Não lembro o post, não lembro o blogue, mas faz muito tempo mesmo (eu nem tinha blogue na época) e eu achei bem legal. Outro dia eu me lembrei disso e aí, eu pensei... e o que o saco de filó tem a dizer sobre os pecados da blogosfera?
Aí vai.
Quer dizer: aí foi.


Se bem que pecar mesmo é fica vendo a vida passar... de bobeira.
Bloga aí.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Um blogue nasce de uma idéia: a idéia de trocar idéias

Nasce e morre...
Nasce numa tarde (ou noite) de poucas atividades obrigatórias. Brota junto a isso a vontade de ser lido. Um desejo compulsivo de que alguém leia o que você escreveu. Ainda que você mesmo, depois de lido, ache uma porcaria. Mas o desejo permanece... Leia-me por favor.
No meio do caminho entre o blogueiro e o leitor há
uma comunidade e seus tópicos, um ponto de encontro em que outros projetam o compulsivo desejo de ser lido... e lá vai um COMENTE O BLOGUE ACIMA...
Nesse momento, atropelos e calotes envolvem o marinheiro de primeira viagem em um círculo de indignação e compulsão:
INDO.. comentando.. fui... indo para ler... E, na outra ponta, outro ansioso segue a mesma via crucis. Indo.. comentando.. fui... indo para ler.. comentando o de cima...
Uma idéia,
um texto, uma surpresa, um vídeo do youtube, uma piada, um crtl+C/crtl+V, uma foto montagem, um link e, aos poucos (em poucas semanas), a compulsão se alterna pela perplexidade: vou colocar o quê?

Aceita parcerias?

E lá ficam os blogues com seus post de dias, semanas, meses atrás... numa solidão que dá dó. Deixam de freqüentar o comente o blogue acima e passam ao fatídico
Blogues atualizados em (mês/bimestre, trimestre, ano...)
Ocasionais retornos ao blogue vêm seguidos de pedidos de desculpas, ausência, mas nesse momento, o pobrezinho já agoniza e vive à deriva no purgatório do blogspot, wordpress, uol, terra... Até que um dia, perde-se a senha, não se consegue acessá-lo. O coitadinho morre... sem direito a enterro, mas com lápide em .jpg:

Aqui, java!
Faça logoff em paz!

Saudades eternas.com/cemitério_de_blogues

Sem direito à carta de convite com a família enlutada lamentando a perda e dizendo que tem o doloroso dever de comunicar o falecimento.

***
Em tempo

Escrevi isso porque li outro dia em algum lugar na internet que 90% dos blogues abertos hoje não sobreviverão a 3 meses de existência e, dos 10% que superam esta primeira fase, mais da metade morrerão em menos de um ano... o saco de filó superou a primeira peneira. (hoje são 9 meses... uma gravidez)..
Sem pessimismo.. rumo a 2ª peneira.