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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Trânsito: reduto de toda imbecilidade humana.

Há coisas que só acontecem no trânsito. Por exemplo, você dirige devagar em um local e um apressadinho fica ali, no seu retrovisor, fazendo de tudo para passar. Pisca o farol nervosamente e, numa manobra arriscada, ultrapassa. Passa pelo seu lado olhando com cara feia para você e passa a dirigir na sua frente na mesma velocidade em que você dirigia ou até mais lentamente.
Na estrada, há o motorista que dirige só para ele. Quando percebe que alguém pretende ultrapassá-lo, acelera com vontade para não ver sua "masculinidade" maculada por alguém que o ultrapassou. Há também o sem noção que instala um som mais caro do que o carro (normalmente um Chevette. E em se tratando disso, qualquer coisa é mais cara do que um Chevette) e dirige com o braço para fora, de óculos escuros e com a música (sic) na última altura. Vergonha? Nem pensar. Aquele é ponto máximo de sua existência. Dentro de seu Chevette bege, com vidros escuros, rebaixado e com o som nas alturas...
E os taxistas... ah.. os taxistas. Essa classe de profissionais que fazem sempre a mesma coisa todo dia e conseguem se aprimorar fazendo cada vez mais mal feito com o passar do tempo. Há também os motoristas de caminhão que dirigem unica e exclusivamente para eles. E agem assim porque se fossem alguma coisa melhor para agir diferente não seriam motoristas de caminhão, certo?
E por fim, os "motoquinhas". Aqueles motociclistas que estacionam de modo a ocupar a vaga de um a carro ou que param a moto tão perto da traseira do seu carro que dá um trabalho de sair sem derrubar aquela merda. Em movimento, perdem a noção de espaço e acreditam que qualquer 20 cm dá para passar sua moto e se não logram êxito na tarefa, te olham com cara de raiva que te faz perder uns 2 Kg e meio por olhada.
O trânsito é isso e muito mais. Portanto, por trás de um volante, tente ser menos imbecil. Eu tenho feito um esforço nesse sentido e espero obter êxito total ou, pelo menos, êxito parcial nessa insana tarefa de ser menos idiota ao dirigir.

Vai! Você consegue! Acredite em você...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

No próximo desastre sou eu quem vou.

Lembro que meu pai comentava que, certa vez, o meu tio mais novo ficou indignado porque houve um acidente em minha cidade e ele não estava com o meu pai quando passava pelo local, mas sim o seu irmão mais velho. No ápice da indignação, o garotinho soltou:
Tá bom, mas no próximo acidente sou eu quem vou com você.
Só entendi essa indignação anos depois quando despertei para o fato de que as pessoas nutrem um prazer mórbido pela desgraça. Perdi a conta do número de vezes que engastalhei no trânsito porque houve um acidente e, longe de fato afogar a via, o que arrastava o tráfego era o tesão com que as pessoas olhavam pela janelinha e, num espetáculo de horror, comentavam os detalhes. Se havia cabeças esfaceladas, a descrição vinha seguida de espasmos faciais que davam um tom teatral ao ocorrido. Se não havia nada no local ficava, só um carro amassado, nada mais, senti-se um "ahhh" de frustração como se o espetáculo para o qual se preparavam tivesse sido cancelado.... Ahhhh.
Eu, um alienígena por opção, sempre me esquivava desse mórbido prazer. Gatos e cachorros atropelados acabam com meu dia... Certa vez, já fiquei de baixíssimo astral por causa de um cachorro atropelado na Dutra e olha que eu não fui o responsável... eu só passei segundos depois. Tempo suficiente para ver o animal agonizando.
Mas segue o circo dos horrores.
Pessoas sussurram no ônibus. Outras narrativas se mesclam. Histórias de acidentes piores vistos por eles ou por pessoas que eram colegas dos colegas deles. Mais sangue, mais miolos, corpos em ferragens... O ônibus se afasta e o trânsito flui. Os temas cotidianos voltam e a temática do acidente só será retomada durante o telejornal da noite que irá mostrar o desastre e o sujeito vai contar com orgulho de medalhista olímpico que passou ali na hora que aconteceu. Ou que quase pegou aquela van minutos antes... e persiste assim o prazer de quase morrer.
Como é bom!

Em tempo:
Já observaram a quantidade de quase mortos que surgem depois de um acidente. Aquele que ia, mas não foi. Como é bom ser quase morto...! Dá uma sensação de que eu sou alguém especial, ainda que meu cotidiano insista em negar isso.
Penso, blogo, existo.