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domingo, 7 de março de 2021

A medida de felicidade de cada um

Aprendi que a medida da nossa felicidade é inversamente proporcional ao tanto de "coisas" que precisamos para ser feliz. Às vezes, eu via uma pessoa que tinha uma situação muito mais complicada do que a minha financeiramente, vivia uma instabilidade constante e resumia sua vida a um final de semana tomando cerveja e ouvindo pagode com uns amigos no bar.

A primeira sensação que eu tinha era me perguntar como é que uma pessoa pode colocar a cabeça no travesseiro e saber que amanhã pode não ter recursos mínimos para comer, morar, viver e que sua vida é demarcada pelo final de semana com a cervejinha e o bar. Eu logo pensava que era um alienado, um inconsequente… mas vi que não era bem assim.

Aos poucos comecei a entender que eu incorria em dois grandes erros: medir o mundo por mim e, segundo, achar que o futuro dele era mais incerto que o meu só porque tenho uma provisão financeira, um equilíbrio que me garante moradia, bens, confortos que o dinheiro dá nos dias que se seguiam. Eu só não conseguia garantir é que eu teria mais dias seguintes do que ele. E aí é que são elas… nos igualávamos em uma coisa: de certo, só temos o momento em que estamos.

Medir o mundo por si é um equívoco comum. Pensar que fulano não é feliz porque mora de aluguel é partir do princípio que sua felicidade está atrelada ao fato de ter uma casa. Mas uma casa é uma coisa que não está em você, está fora. Logo, você está vinculando que só será feliz se algo que está fora de você acontecer. Só que felicidade é algo que acontece dentro da gente e não fora. Podemos ter a casa e seguirmos infeliz, podemos não ter a casa e seguir infeliz… Entendeu? Ter a casa, pode ter dar um tempo de satisfação, mas isso nunca deve ser considerado felicidade.

Felicidade é um conceito que só faz sentido se entendermos como algo tangível ao momento em que vivemos. Se for sempre a cenoura do cavalo amarrada na frente dele, pode ser tudo, menos felicidade e vai ser o fator desencadeador de uma ansiedade constante que impede de ver qualquer momento sutil de real felicidade.

O segundo equívoco é imaginar que temos mais tempo do que o outro para usufruir de tudo que planejamos hoje. Eu disse em outro texto que a vida é uma viagem sem plano de voo, no escuro e a gente não sabe quanto combustível tem nesse avião. Bem, é isso mesmo. Achar que seremos beneficiados pelo fruto de nossa trabalho e planejamento é uma ilusão. 

Isso não é uma ode a viver de forma inconsequente, muito pelo contrário. É um convite a se planejar, trabalhar, mas não esperar demais. Toda vez que esperamos demais geramos um nível de ansiedade que consome nosso instante e tiramos exatamente a felicidade do instante. Passamos por coisas boas e que podem nos fazer felizes naquele instante sem nos darmos conta, cegos pela ansiedade do que esperamos que, possivelmente, nunca vai chegar. 

Aprender a viver o momento é um exercício diário. Como sugestão, fica um exercício: pare, feche os olhos, preste atenção a cada respiração sem se obrigar a nada. Deixe os pensamentos vagarem, quando vier um deixe passar. Não rechace, não expulse, deixe passar e volte para a respiração. Faça isso até perceber o coração batendo. Não precisa ficar muito tempo assim.. só o suficiente para perceber o momento. 

Que, no final das contas, é  única coisa que você tem mesmo.

De verdade


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Você tem razão...

Na semana passada eu fiz 43 anos, há 43 invernos que estou por aqui, afinal, nasci no primeiro dia dessa estação. Nessa idade, pelo menos para mim, as coisas são muito mais claras do que aos 23. O tempo que eu vivi, provavelmente é maior do eu vou viver. Não tenho mais tempo para desperdiçar. O relógio corre contra mim e, por isso, tornei-me extremamente seletivo. Meus minutos seguem em uma contagem regressiva que não me dá mais tempo em me empenhar na comprovação de que sou mais inteligente, mais culto, mais esperto (até porque é bem provável que não seja mesmo fazendo isso).