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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Da geração Coca-cola só ficou um arroto...

Hoje, as passagens no Rio subiram de 2,75 para 3,00 reais e esse aumento de uns 9% me fez lembrar aquela histeria coletiva em junho do ano passado. Manter a lucidez em meio a uma legião de bonecos de fantoches de redes sociais gritando “não é pelos 0,20” foi esforço quase insano. Vi gente boa e que eu, até então, considerava inteligente gritando no facebook “o gigante acordou!” E eu pensava “caramba, que gigante?”. Por fim, lembrei de um colega de rede social que eu considerava um idiota, mas não um idiota  perfeito (afinal, ninguém é perfeito) que postou que estava detonando os reacionários do seus grupos de amigos. Por reacionários, entendam, todos que discordavam da histeria coletiva vigente.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

"Comoção nacional..." Eu já cansei.

Comoção nacional é o nome que a imprensa dá a uma desgraça com cobertura de TV, rádio, jornal e revista. A última foi a dos Nardonis, e, em meio a tanta crise econômica mundial, surgiu o caso daquele psicopata que manteve seqüestrada e matou a ex-namorada porque não aceitava o fim do namoro.

Mais uma vez, segue-se uma seqüência de decisões desastrosas da polícia e das pessoas ligadas ao caso, como sempre... Parece um script lido e decorado à exaustão.

É uma história que se repete. A contagem é cansativa se começarmos a lista do episódio do ônibus 174 até hoje (isso para não ir muito longe).
O que eu não entendo é por que as histórias se repetem de forma tão circular. Seguido a isso, temos uma comoção nacional, debates sobre a ação da polícia, avaliação de especialistas em rede nacional, câmeras exclusivas e depoimentos de pessoas que conheceram a vítima, nos bares, em frente a uma TV, pinguços inveterados questionam a tática usada pela equipe de ação da polícia e alternativas de modus operandi. Tudo repetido em um ritual macabro que oferece chamadas de plantão extraordinário do jornal a cada instante.


Mas o corpo esfria, os atores são recolhidos, os cenários desmontados. Na coxia, só o pessoal da limpeza e do apoio. Do outro lado, a platéia já deixou a sala e o gerente do teatro só espera que uma nova peça seja colocada em cartaz.
Não que ele deseje. Longe disso, mas se acontecer... vai fazer o quê?
Será que sou só eu que canso dessas coberturas?
Acho que fiquei velho, acho que fiquei chato.

Em tempo:
Acho que a imprensa tem o dever de mostrar estas coisas
(e a admiro por isso), mas tem hora que o dever se confunde com algo que não consigo entender. Aí cansa...

sábado, 19 de julho de 2008

Nardonis, Vales e Petróleos... ahhhhhh

Chego em casa moído de cansaço, tiro os sapatos que trazem os dedos tão unidos que parecem um massa única de carne. Aos poucos, desvencilho-me dos problemas que arrastei do trabalho para não contaminar o meu sacrossanto lar. Tiro a camisa para fora da calça. Arreganho os dedos dos pés... ahhhhhh
Ligo a Tv e vejo um grupo de pessoas que passou a noite na porta do prédio de um casal que está sendo acusado de assassinar uma menininha, crime bárbaro. O grupo estava sentado em banquinhos, havia levado seu lanche e aguardava ansioso o momento de gritar; assassino, lincha, no ápice desse evento público singular em suas vidas. O casal entrou pela porta dos fundos... ahhhhh, ecoa como um hino de decepção.
No canal seguinte, um grupo de pessoas entra em uma instalação da Cia Vale do Rio Doce e destrói tudo, quebra móvel, interrompe passagem, entoa palavras de ordem contra o imperialismo ianque... morte a George Bush. No jornal impresso do dia seguinte, aparecem em sofás com bandeiras da vitória nas mãos até a chegada da ordem de desocupação de um juiz... Ahhhhh, ele é um agente das classes dominantes, um monstro preconceituoso...
Enquanto isso, um grupo de estudantes bloqueia as portas de um prédio da Petrobrás pedindo que as reservas sejam definidas como patrimônio nacional e não interessa que estejam há abaixo da camada de sal no oceano... Isso é fundo pra caramba! Só podem ser tocadas por mão (sic) brasileiras. Ahhhhhhh ! O petróleo é nosso. Entoam os gritos de ordem. Com mais de 50 anos de atraso.
Vejo que envelheci... ou o tempo me trouxe algo que ainda não sei...
Um dia, disseram-me que quem não é revolucionário aos 20 é insensível, mas quem o é depois dos 35 é um insensato. Quando ouvi essa afirmativa pela primeira vez e era um revolucionário, achei-a absurda, cruel, retrógrada.... Até mesmo, imperialista ianque.
Hoje...., ahhhh...
Hoje, eu arreganho os dedos recém-suados saídos do sapato...
Tava apertado.

Em tempo: Antes que comece o meu linchamento, devo dizer que acho muito importante a participação em todo tipo de movimento. E fico feliz que sempre existam pessoas dispostas a isso como eu o fui um dia. Por favor, façam minha parte, movimentem-se por mim. Eu já me movimentei muito pelos colegas que arreganhavam os dedos espremidos por um dia de trabalho intenso... agora é minha vez... Ahhhhhh! Coisa boa!