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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Conceitos e definições - Por um ano realmente novo

Conviver com jovem o faz manter-se sempre conectado com o jovem que você foi. Envelhecemos e distanciamo-nos da leitura daquilo que um dia teve ideias, concepções, conceitos e definições diferentes do que agora somos.
A sociedade nos oferece modelos do que é ser feliz, do que é ser bem sucedido, do que é ser bom. 
Ser feliz não é um comercial de Claybom em que todos acordam sorrindo e desenham carinhas na superfície lisa da margarina antes de passar no pão. Pessoas costumam acordar amarrotadas e as embalagens já se encontram abertas e totalmente reviradas na superfície.
Sucesso e dinheiro, realmente não são sinônimos. Se seguirmos esta equação dinheiro = sucesso encontraremos numa ponta Bill Gates (ou Warren Buffet) e na outra, pessoas como, por exemplo, Jesus (ou Budha), que até onde se sabe não deveria ter nenhuma lista de bens muito grande a se declarar na receita federal e não pode ser considerado um fracasso. Pessoalmente, acho que ambos estão longe disso.
E, finalmente, ser bom. Bom é um termo não-concluso. Ele pede um complemento. Dizer ser bom é insuficiente para definir pelo menos bom para que ou para quem. Acho que o bom é ser bom, de alguma forma, para todos. Bom filho, bom marido, bom pai, bom colega e acima de tudo, bom para si mesmo.
Carecemos um conceito de mais claro do que é ter sucesso, ser feliz, ser bom pois, em face da diversidade dessas ideias, corremos atrás do próprio rabo. Corremos, às vezes, pegamos, constatamos que é nosso, soltamos, corremos de novo, pegamos, constatamos que é nosso...

Ad infinitum et ad eternitate...

E que todos tenha um 2012 mais claro em seus conceitos e buscas.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Presidente ou presidenta? Dilma será o quê?

Alguns órgãos oficiais, que nem de longe podem ser denominados autoridades para falar sobre Língua Portuguesa, se apressam em emitir as opinões mais estapafúrdias possíveis se valendo em argumentos que, longe de embasarem a teses, provocam risos nos estudiosos do idioma.
O fato é que presidente é um substantivo cujo gênero pode ser definido como Comum de Dois, ou seja, prestam-se a definir tanto ao sexo masculino como feminino mudando-se apenas o seu dêitico (artigo ou pronome que o antecede). Seguem estes exemplos palavras como dirigente, assistente, pedinte, contribuinte, presidente entre outros casos. Todos esses casos se assemelham em sua formação por serem compostos por um radical verbal (dirig-, assist-, ped-, contribui-, presid-) mais o sufixo –nte que indica aquele que exerce a ação de algo.
Dessa forma, não existe o termo presidenta, assim como não existe o termo assistenta, contribuinta, dirigenta, pedinta e outros. O fato de Dilma ser a primeira mulher presidente do Brasil não justifica a flexão já que outras mulheres foram dirigente, assistente, pedinte, contribuinte e nem por isso se fez necessária a flexão nominal de gênero onde ela não existe.
Mais uma vez, pipocam pessoas emitindo opinião sobre assuntos que desconhecem ou sobre o qual sabem muito pouco. O grande problema com relação à língua é exatamente esse, muita gente acha que, porque fala, sabe sobre ela.

Veja bem, eu, por exemplo, tenho dentro de mim um monte de órgãos que uso todos os dias, mas não me considero um especialista em nenhum deles e me sinto desconfortável em emitir opiniões técnicas sobre os mesmos.

----- X ------
Em razão de alguns comentários agressivos, quero deixar claro que não me revoltei com o resultado das eleições, que não tenho nada contra Dilma Roussef, mas que gostaria de suscitar uma questão lingüística e não política. Sei que esse tema (política) mexe com paixões e resguardo-me o direito de publicar comentários que se atentem à discussão lingüística.


Prof. Marcelo Leite
Doutor em Língua Portuguesa pela UFRJ