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sábado, 3 de setembro de 2011

A bolinada

Tecnicamente falando, aquilo que sentira no ônibus era uma bolinada. Sim. Passaram a mão em sua bunda. Algo impensável para ela com seus 105 quilos distribuídos em 1,55 m e virando a casa dos 50 anos. Mas era o que de fato sentia. Passaram a mão na sua bunda. Ali, naquele ônibus, meio congestionado no corredor. E se fosse sem querer, uma passada casual que viria seguida de um “desculpe”. Mas o "desculpe" não veio. Não. Definitivamente falando, era intencional. Atrás de si, um senhor com uma bíblia velha embaixo do braço, um menina ouvindo música com fones, um jovem com bolsa de supermercado na mão. Descartando a mocinha do fone de ouvido, tanto o jovem quanto o senhor com a bíblia velha poderiam ter trocado o que carregavam de mão, soltado as alças do ônibus e vapt. Passado a mão nela. 
O pensamento corroeu-lhe a alma. Ficava entre a vontade de reagir e uma impotente sensação de despertar desejo novamente. Pois, afinal, apesar de tudo, desejada. Já nem se lembrava mais o tempo que havia entre aquele episódio e o último elogio. Isso se perdera no tempo. Mas, ali, no ônibus, sua bunda era novamente estrela. 
Todavia, era uma afronta, um desrespeito. Precisava tomar uma atitude. Olhava trás em busca de um sinal de quem havia feito aquilo. Mas até agora nada e seu ponto de descida já se aproximava. Desceu olhando para trás com aquele dúvida amargando-lhe.
A partir daquele dia, pegou aquele coletivo mais umas 30 vezes, no mesmo horário, na esperança de descobrir quem a havia bolinado. Procurara sempre no mesmo horário por todo o tempo. Mas nada. Nunca mais viu o rapaz da bolsa, o senhor com a bíblia velha ou mesmo a garota do fone de ouvido.
Levou aquela dúvida para o túmulo.


segunda-feira, 21 de março de 2011

Calça saruel é a desistência definitiva de ter bunda.

Tem mulher que coloca enchimento, implanta silicone, usa salto para empinar, veste calça apertada... tudo para mostrar um bumbum que deixa os homens sonhando acordado. Nos últimos tempos, o movimento feminino se rebelou e adotaram a tal de calça saruel. Isso é um grito de liberdade, como se dissesse, não tenho, não quero e não mostro... Como se alguém realmente quisesse ver aquilo que está escondido debaixo daqueles trapos molengos que se assemelham a uma roupa feita fora de medida. 
Se as calças justas iludem com embalagem o que se guarda no conteúdo, as calças saruel trazem aquela frase que Dante encontrou na porta do inferno: "Deixai toda esperança vós que entrais..."

P.S.: A origem da calça saruel é africana... acreditem na ironia.. logo, africana, o reduto dos bumbuns da espécie humana... Ah.. outra coisa, a mulher da foto não dá para saber se está de frente ou de costas... Só descobrimos isso pela posição dos pés..