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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Tirar o jovem da rua não resolve problema nenhum, só adia.

Tenho visto alguns programas do governo que dão uma bolsa e algumas ocupações para o jovem durante o dia. Acho louvável iniciativas dessa natureza, mas me pergunto até que ponto são efetivas para resolver o problema. Se vejo essas ações de um lado, pouco vejo por parte do mesmo provedor algo no sentido de capacitar, dar uma profissão, inserir no mercado de trabalho por meio de programas de estágio e de aprendizes. Vai lá uma iniciativa ou outra, mas os programas assistencialistas não se integram bem com isso. 
Parece-me que a preocupação é mais em atender o imediato do que pensar o jovem para os próximo 5 a 10 anos. Não gosto disso. Não vejo efeito nem boas intenções nesses programas.
Todo vez que escrevo sobre isso no saco de filó (Leia a postagem sobre o bolsa família para entender melhor) sempre vem alguém ligado a militância do partido do governo dizer que não é bem assim, que o projeto prevê isso e se não está sendo feito na minha cidade, eu deveria denunciar (EU??), mas o fato é que, pelo jeito, não está sendo feito na minha cidade nem nas cidades da pessoas que conheço. Talvez eu não conheça pessoas o suficiente, talvez não conheça cidades o suficiente, talvez eu não tenha aprendido a ser hipócrita o suficiente, talvez...
Essa coisa de dar bolsa e "ocupações" para o jovem que não sejam focadas em um planejamento de geração de renda de 5 a 10 para se obter resultado me parece uma enganação que traz muito mais más do que boas intenções.


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Quando auxílio social vira algema

"Estou cego, estou cego, repetia com desespero enquanto o ajudavam a sair do carro, e as lágrimas, rompendo, tomaram mais brilhantes os olhos que ele dizia estarem mortos."
SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira


Manter programa de auxílio com bolsas em dinheiro sem uma contrapartida social efetiva é criar uma dependência e um tipo de escravidão que interessa a quem? 
Em 1888, a escravidão acabou no Brasil, mas a sociedade se encarregou criar maneiras de substituir esse processo de dominação por outro. Veio o trabalho assalariado que criava um vínculo patrão-empregado altamente interessante para o patrão já que o operário era uma peça que, se trincasse, seria substituída. E a manutenção dessa peça era obrigação da própria “peça” com o que recebia uma vez por mês.
Na era da informação, essa forma se perpetua. Mas como escravizar aquele que não tem salário? Como fazê-lo viver sob meu domínio sem esse vínculo da carteira azul?
Pois é simples, diria Maquiavel (se estivesse aqui e propusesse os métodos aplicados em O príncipe e que lhe permitiram virar adjetivo em português, maquiavélico): Dê ao miserável uma bolsa de 50 reais por mês. O suficiente para não deixá-lo morrer de fome e o necessário para lhe ser grato. No outro mês, faça o mesmo, mas jamais lhe dê ofício que permita gerar esses 50 reais ou mais. Não ofereça a seus filhos escolas dignas que lhes permitam crescer e pensar por conta própria. Dê-lhes o mínimo para que, amanhã, sejam os herdeiros dos 50 reais que pingam, mas não secam. Pronto. Está feito. E toda vez que alguém se levantar contra sua maneira de agir, grite à legião de miseráveis que as vozes que se opõem são as vozes que não sabem a dor de um estômago vazio, são as vozes que querem acabar com aqueles que se preocupam com o povo.
Eis a fórmula pronta que, mesmo ao mais maquiavélico dos líderes, causaria rubor nas faces.
Isso muito me inquieta. A cegueira do próximo me inquieta.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Múltiplas visões da bolsa... mas ela caiu. E o bom do saco, só amanhã.

Em frente de wall Street, um catador de papel, caminhava procurando folhas de papelão e garrafas, De repente, sai uma mulher, executiva de um grande banco, às pressas e deixa cair sua bolsinha próximo à porta giratória. O homem se apressa e grita:
- Dona, caiu a bolsa!- Eu sei, eu sei, eu sei... acende um cigarro e sai consternada a passos largos, ignorando-o.

Na bolsa, um batom, um celular, uma carteira com 320 dólares e um drops Mentos pela metade. Naquele fatídico dia, todos choravam as tristezas dentro do prédio. O catador de papéis não... Com certeza, ele não. Foi o único lucro registrado com a queda da bolsa naquele dia.
***
Em um hospital próximo, o médico avisa... estourou a bolsa. O pai, na recepção, nem percebe a chegada do seu neném e lamenta:

- É. Eu sei... eu sei... Acende um cigarro com a mão trêmula.

***
Numa cidadezinha do interior, um caipira retorna à mercearia e encontra todos assistindo a uma TV em preto e branco em que o jornal anuncia que estourou a bolsa de Nova Iorque.

- A daqui também, fala o caipira com os pacotes de arroz numa mão e uma bolsa de plástico rasgada na outra.