terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A arte de comentar III – Seja coerente...

Bom, concordo com você, mas acho que o que você falou não tem nada a ve,r essas paradas tipo assim, sei lá.. Visite o meu blog.
(Visitar seu “blog”??? Você surtou?)

Bom, você escolheu um aspecto do texto e acredita que pode acrescer algo, apresentar um ponto de vista ou fazer um elogio. Atenha-se a sua idéia central (elogio, crítica, exemplificação). Muitos comentários são escritos de forma que não sabemos se a pessoa era a favor, contra, se quer inserir algo, exemplificar... enfim, sei lá.
Reler o que se escreve depois de pronto é uma dica de ouro. Erros de digitação são normais e perdoáveis, mas não conseguir passar uma idéia, aí não... Isso é sério. Percebam sempre que expressões como “sei lá”, “nada a ver”, “mil coisas” não querem dizer absolutamente nada.
Aquela idéia de “eu me expresso do jeito que eu quero” é uma postura compreensível em alguém imaturo, pois ainda não tomou cacetada o suficiente para aprender que não dobramos a vida na porrada, ela é que nos dobra de tanto bater. Mas para isso não há palavra que explique, só tempo mostra.


Leia também
A arte do comentário I: As comunidades e seu funcionamento básico
A arte de comentar II – Só comenta bem quem lê bem.



Esclarecimento:
O objetivo dessas postagens é esclarecer, ajudar e oferecer algumas dicas de como fazer um comentário pertinente, inteligente e que valorize o trabalho de quem postou o texto comentado. Entretanto, somos todos livres para ir até aonde queremos (e não fazê-lo) ou mesmo até aonde a natureza nos limita. É bom que fique claro que sou totalmente contra todo e qualquer tipo de censura. E por fim, acredito que ninguém é obrigado a nada por aqui e a liberdade de pensar é tão ferrenhamente defendida quanto a de não o fazer.

18 comentários:

Wander Veroni Maia disse...

Oi, Marcelo!

Outro dia, conversando com uma amigo blogueiros, chegamos a conclusão que comentar virou uma arte pelo simples fato que interpretar (e ler) está ficando cada vez mais raro. Virou um dom, antes mesmo de ser uma premissa.

Tem gente que adora uma polêmica e pega para si uma parte do texto, muitas vezes, sem contexto, e comenta sem total coerência, tomando para si a liberdade de expressão.

Mas este comentarista, esquece que, liberdade é uma coisa e idiotice é outra. Se não quer comentar, é melhor ficar calado do que escrever algo cretino ou programado (legal seu blog, visite o meu http://...).

Estou ficando com medo: a blogosfera está passando por um período de imbecilidade, igual a TV Aberta. Socorro! Ainda bem que ainda existe gente que pensa, lê, escreve e comenta.

Nada contra, quem está promovendo isso. Mas temos que rever a nossa postura e lutar para uma blogosfera de qualidade e de diversidade, principalmente.
Abraço,

=]

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http://cafecomnoticias.blogspot.com

sacodefilo disse...

Wander,

É por isso que a gente se deu bem desde o início. Registra isso em cartório que eu assino. rs

Comentar mobiliza duas grandes habilidades de um usuário da língua: a interpretação e a expressão escrita. Isso demanda um desenvolvimento que não ocorre da noite para o dia.

O que eu mais vejo na blogosfera é essa dificuldade de conexão entre informação e expressão de idéia. E o mais engraçado é que quando se levanta essa questão.. huumm Como incomoda!
É como se futucássemos uma ferida aberta e inflamada. Causa dor e provoca gritos. Mas, enfim, é isso.
Se ainda se grita mediante o estímulo é sinal de que há vida e, enquanto há vida, há esperança. rs...

Um grande abraço, meu amigo.
E Feliz Natal.
Abs

Marcelo

regina claudia brandão disse...

então teacher, tudo lido e relido e entendido ... vc me segue e eu sigo vc ... alguns comentários, realmente, são um caso curioso ... rsrs ... por isto que a gente tem que propagandear os nossos escritos ... o meu, apesar de específico, sobre rock, pode ser exemplo, sem que eu precise dizer: escreva assim ou assado. os meus comentários, idem. percebo, até, que as pessoas médio econômicas em seus comentários andam se soltando mais.

Anônimo disse...

Olha não sei como é aqui pelo seu blog mas, no meu os comentários são ótimos.

Mas, eu acredito que os comentários são apenas uma parte do que esta se tornando a blogsfera.

Escrevi até um artigo sobre este tema, após, acompanhar as votações dos meus artigos nas comunidades sociais.

Parece que uma horda de 100 noção esta invadindo a blogosfera e repetindo a repetição.

Eles só sabem interpretar fotos e filminhos como vão interpretar um texto??

sacodefilo disse...

Olha, Francisco,

Eu não tenho o que reclamar. O nível dos comentários aqui no saco de filó é bem alto e, muitas vezes, acho que os comentaristas promovem uma discussão melhor do que a postagem.

Abs

Anônimo disse...

Marcelo, estou ADORANDO essa série sobre comentários (Fazendo média: Eu adoro todo o resto também, mas essa série sobre comentários está muito, muito boa).

Acho que o importante é saber expressar bem as suas idéias e se comunicar da melhor maneira possível. Esse tipo de expressão realmente dificulta o entendimento e empobrece o comentário, não é necessário decorar o Aurélio de trás para frente, não. Basta ter bom senso e ser claro.

Mais uma vez, parabéns pelo post.

Homenzinho de Barba Mal feita disse...

Esse tipo de idéia vaga é comum no programa Altas Horas. Quando algum adolescente pega aquele microfone, é quase certo que vem um comentário cretino ou uma pergunta sem noção.
Eu já recebi um comentário, em que o Pelé é um grande ídolo, porém o individuo, não acreditava que o Pelé é um ídolo...rs
Foi algo assim que o cidadão comentou.

Guilherme Bandeira disse...

Acho que geralmente quem comenta rápido, está mais preocupado em visitar o próximo blog e deixar mais um comentário idiota para gerar visitas ou fazer parcerias. Acho válido se expressar da maneira que quiser, mas existem regras básicas para isso. Já sou fã do seu blog, leio tudo tá bom?...rs.

Um Natal bem maneiro e um 2009 mais ainda!

www.olhaquemaneiro.com.br

All3X disse...

Marcelo, você foi sucinto o suficiente para dizer o necessário com brilhantismo.
E, aqui, esta ficando meio difícil para mim, gosto de ler os comentários da postagem, para ver o que já se falou. Mas quando passo aqui já encontro um número razoável que me impressiona.
Difícil, mas tento fazer assim mesmo.
E muito bom para ti, consegue trazer para cá muita gente boa. E olha que esse lugar nem tem fundo...
Se a blogosfera virou um canal aberto de conteúdo não muito relevante, digo (reforço) que ainda existem canais que transmitem bom sinal.
All3X

LETÍCIA CASTRO disse...

Ah sei lá, Má, tipo assim... hehehe
Olha, esse trecho aqui adoraria que uma determinada pessoa lesse: "...é uma postura compreensível em alguém imaturo, pois ainda não tomou cacetada o suficiente para aprender que não dobramos a vida na porrada, ela é que nos dobra de tanto bater." Mas, infelizmente, não vou perder meu tempo não pq essa é realmente do tipo que precisa apanhar pra aprender. rs
Marcelo, pode ter certeza que tudo o que vc disse no diHITT é recíproco. Esses dias, o Wander e eu estávamos comentando sobre a nossa "panelinha" blogosférica e quem estava nela. Num determinado momento, eu disse: o Marcelo... e o compadre retrucou: ah, o Marcelo já é nosso, não tem jeito! rs Quer dizer, vc não tem muita escolha não e nos sentimos honrados, viu?
Beijo grande e que vc e a sua família tenham o melhor do Natal!
Até, amigão!

Caio Rudá de Oliveira disse...

Estou acompanhando a série, e como todas as outras, está ótima.

Percebi uma mudança de postura sua. Falta da acidez na crítica. Mas entendo que tudo tem sua hora. De todo modo, gostei da mudança de estratégia. Se ser irônico e sarcástico não tem adiantado, quem sabe com conscientização...

Os esclarecimentos estão aí, também as dicas para comentar bem. E não são vagos! Uma pessoa com um mínimo de semancol vai se tocar das barbaridades que comete, em termos de comentários.

Só me preocupa uma coisa: por mais que seja brilhante essa série, uma verdadeira enxurrada de "awareness", é difícil mudar toda uma história de vida de preguiça e incapacidade de ler bem três linhas...

sacodefilo disse...

Caio,

é uma mudança de estratégia mesmo. Temporária... rs De tanto bater o bicho fica sem vergonha e acaba gostando de apanhar...

Vamos tentar outra via. Agora, mesmo pegando leve, você precisa ver como essa série incomoda.

Está surtindo resultado então... bom sinal.
Abraços

Unknown disse...

Sócrates disse: "Só sei que nada sei". E pronto! Apesar de toda a dialética, toda a cultura, toda a sua sabedoria, ele foi sincero, e bastou pra que esta frase se tornasse imortal! Aonde quero chegar!? Comentar, muitas vezes, não é uma arte, mas apenas um desejo de se expressar, seja de forma simples, direta, emocional ou...sei lá...pois é, às vezes ficam as confusões das idéias, o sentimento de que o comentário nada tem a ver com o texto! O importante é tentar e ter a simples sabedoria de que o que foi escrito, permanecerá!
Claro que há os..."excelente matéria", "muito bom, gostei", "ótimo texto, continue assim"...isto não são comentários, mas apenas...palavras, soltas palavras, sem começo, meio e fim!
Abraços

Anônimo disse...

Quando estudei as teorias da Escola de Frankfurt aprendi no meio daqueles textos chatos, prolíxos e rebuscados uma coisa essencial para fazer uma boa leitura de mundo.

Numa sociedade em que o progresso científico nos diz "vá em frente" porque senão você vira um perdedor, eu só vou aprender alguma coisa se o conhecimento me ela me servir para alguma coisa. É o que se chamou de "sociedade da razão instrumental". O nome é o de menos.

Logo, eu só vou dar uma passada no Saco de Filó, por exemplo, se o meu comentário servir para alguma coisa, como por exemplo, subir no ranking do dihitt ou passar a vez no Orkut. Neste caso, o teor do comentário fica a segundo plano, o que importa é que eu passei batata quente. A reflexão e a coerência em torno do assunto fica em terceiro plano. Ou seja, creio que tudo se tornou uma corrida individual, um jogo de quem aparece mais. Tudo isso é muito mais um pretexto para realizar um desejo individual, seja qual for.

Por isso, eu não vou pra ercola para aprender, vou para tirar nota ou para passar de ano. Faço faculdade para conseguir um bom emprego, compro um carro para conseguir mais mulheres. Digo que assisto aquele filme francês para me sentir mais intelectual. Trocando em miúdos, a tragédia está feita.

olivacijunior disse...

é verdade amigo, é preciso descer do muro e dizer tudo que pensar sobre o assunto.

joao Assis disse...

Marcelo,
Saiba que estou com você nessa série de postagens,pois acredito que temos essa ferramenta para usá-la de uma forma sadia,para promovermos mudanças,corrigir tantas injustiças,pois ao meu ver,a participação popular é essencial em todas as esferas da sociedade.
Um forte abraço,amigo.

Ellen Regina - facetasdemim disse...

Minha maior dificuldade na net é comentar poesias. Acho esse um gênero super difícil, com mais exigências que qualquer outro.

Então vez ou outra aparece alguém com meia dúzia de rimas e frases propositadamente cortadas ao meio, versos sem sentido e um asqueroso jogo de palavras... Alguns, quando muito, parecem prosa dita em versos. Outros, nem isso [na verdade, não parece nada, só um borrão de palavras aleatórias].

Não que eu seja expert em qualquer coisa, afinal não sou poetisa por incompetência, justamente pq acho esse gênero difícil [e banalizado] demais.

marcela primo disse...

§

Confesso que o "sei lá" se tornou um vício de linguagem na minha relação com os amigos próximos.

Embora tenha um quê de função fática nessa expressão, em geral a uso muito sinceramente como resumo de: "minha opinião está posta, mas pode discordar de mim; por favor, sinta-se livre para falar o contrário e me convencer de que estou errada, porque não pretendo ter certeza sobre coisa alguma".

Considerando que conheço pessoalmente 90% dos autores de blogs que visito, não vejo problema algum em dizer um "sei lá" nos comentários de seus textos ou em resposta ao que escrevem sobre os meus. Eles estão habituados a ouvir isso de mim, portanto, quando lêem, há uma aproximação afetiva. Podem sentir o tom da minha voz e mesmo me verem diante deles quando lêem um "ah... sei lá..." meu.

§