quarta-feira, 4 de maio de 2011

Comunidade é a favela pós-moderna

Na onda do politicamente correto, o que antes era chamado de favela ganhou um termo mais nobre, comunidade. Para se entender melhor, comunidade é o agrupamento irregular de pessoas de baixa renda que são, normalmente, esquecidas pelo estado durante o ano todo, mas lembrado pelas TVs na época do carnaval. O puxador de samba começa “Alô comunidade de Vigário geral, alô comunidade de Parada de Lucas, alô comunidade do Capão Redondo” (se não conhece esses lugares, digite no Google para ter uma noção do que estou falando).
É pouco provável que o puxador, no Rio, comece com “Alô comunidade da Barra da Tijuca” ou em São Paulo, "Alô comunidade de Alphaville”, embora quem tenha dinheiro suficiente para aparecer de destaque nas escolas de samba seja o pessoal que mora nesses locais.
É isso, comunidade é a favela pós-moderna que de tanto ser desgastada pela violência, pela falta de saneamento, pelas escolas caindo aos pedaços trocou de nome. Hoje, as pessoas não andam mais por aquelas favelas, mas sim, por comunidades.... desgastadas pela violência, pela falta de saneamento, pelas escolas caindo aos pedaços.. mas com o belo rótulo de comunidade.

4 comentários:

livia disse...

oi Marcelo. muito bom o texto,alias muito bom o blog, leio sempre. uma vez eu vi o Lula contando q na infancia a "comunidade" dele ficou alagada, entao ele saiu com um amigo e uma tabua ajudando as pessoas a passarem. ele disse: "estava ajudando junto com meu amigo afro descendente q no meu tempo se chamava mesmo era crioulo parrudo". todos cairam na gargalhada. muito enjoado os politicamente corretos.

Eduardo Montanari disse...

Eu acho que na verdade a mudança do termo favela para o termo comunidade, se deve mesmo é a vergonha que nosso próprio país tem desses lugares. Dói muito menos aos ouvidos, tanto os nossos quanto os de fora, ouvir a palavra comunidade.

ALENCAR disse...

Olá
Essas comunidades, felizmente estão tendo uma atenção do governo, sobretudo na segurança.Vejo essas comunidades ou favelas com muito carinho, pois é lá que surgiram e surgem os randes compositôres, como: Sargento, Dona Ivone Lara, Cartola e tantos outros, acho que se não houvesses essas comuniades o Brasil não teria a sua maior festa, o Carnaval, que é copiado por vário Estados brasileiro. Visitei recentemente o "Alemão" e pude constatar a felicidade daquele pôvo simples que não se preocupa com rótulos, querem mesmo é viver com espontâneidade o que é próprio dos cariocas.

lislane disse...

Oi Marcelo, gostei muito do seu blog, vou ler sempre e indicá-lo também, pois, achei uma ótima oportunidade para leitura.
Um grande abraço!
Felicidades para você e família.
Lislane