domingo, 10 de fevereiro de 2008

Blogs e Blogueiros... e você?

Gostei desse universo de blogosfera, aliás, acho este neologismo o máximo, mas ainda engatinho e não pude deixar de notar que há tipos e temas que são recorrentes. Há vários tipos de blogs e blogueiros. Comecemos pelos blogueiros e deixemos os blogs para uma outra oportunidade:

O adolescente revoltado
Adota uma postura rebelde fala com ares de "o mundo me odeia e eu odeio o mundo, os outros não me entendem e eu sou alguém desolcado no mundo". No geral, usa um monte de imagens e faz referência a um monte de bandas que eu (um velho de 36 anos) nunca ouvi falar. O blog tem cores forte e imagens que, muitas vezes, repetem-se em inúmeros blogs e sites da internet. Adotam nomes do tipo: palavrasesangue, gritodeliberdade, solidaoemletras...

Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia, mas aí vai um grátis...
O mundo não te odeia, as pessoas te entendem sim, você não está deslocado no mundo.. é só impressão sua. E deixa de frescura e vai estudar que tem prova na semana que vem. Ah... e quando você passar dos 30 vai achar o título do seu blog e bandas com títulos como fucking cops coisas patéticas.

O Cronista Teen
Postura barbie, blog com fotos das "miguxas", "dos Xurras". Uso intenso de abreviaturas do tipo "niver"... Fala do próprio cotidiano e aborda o tédio existencial. Normalmente, o tema só interessa a ela mesma e tem um monte de link de foto de coisas como Niver da Fê (é surpreendente como existem pessoas com nomes do tipo Paty, Fê, Va, Su... proliferam os monossilabos de maneira assutadora). Adotam nomes do tipo: blogdafe, diariodaju...

Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia, mas aí vai um grátis...
Seu cotidiano é um tédio mesmo, tente fazer de seu um diário uma piada e não um drama.. senão piora.

O tecnológico
Repete as notícias já encontradas em portais sobre tecnologias e faz algumas adpatações para dar um ar de novidade. Dentre os citados ainda é o mais interessante, mas por repetir o que já foi escrito na internet recebe comentários do tipo : legal, vou comprar um... Muitas vezes, vem com uma dúzia de banners que mandam a gente clicar, oferecem serviços, apresentam selos de concursos de blogs. No geral, eles querem é que você visite e aumente a pontuação dele. Adotam nomes do tipo: tecnomundo, infotecno, universodigital, digitoetal...

Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia, mas aí vai um grátis...
Desista! Não vou clicar nas suas propagandas. Ah sim... prefiro o site da INFO.

O Intelectual
Fala de cinema, teatro, dança, livros, música (normalmente jazz e blues), cita autores e faz relações intertextuais que mostram suas leituras-cabeça. Escreve textos grandes e em letras pequenas. No geral, são legaizinhos, mas no fundo são uns chatos. Sempre lembram que os comentários feitos no seu blog devem ser a altura de sua geniallidade (não dizem isso, mas deixam insinuado nas entrelinhas). Adotam nomes do tipo: dialeticabrutal, onusvital, verbavana,...

Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia, mas aí vai um grátis...
O pessoal anda falando que você é fresco. Eu defendo dizendo que é só o seu jeitão. Você não é gay, é só chato pra cacete. A gente já sabe que você é culto, agora, aja naturalmente.

O comediante
Enche o Blog de video do YOU TUBE que todo mundo já cansou de ver, coloca foto montagens e faz control+C e control+V em piadinhas de sites de humor. Costuma vir cheio de banner e dá a impressão que tem milhões de visitas/dia. Adotam nomes do tipo: batataoca, ovochoco, sapocareca... ou outro nome engraçadinho...

Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia, mas aí vai um grátis...
Se quero vídeo do you tube, vou lá... não gosto das fotomontagens pois já vi umas 10 dessas na web... ah e se insistir, paro de rir por educação...

O umbigocentrico
Gosta de temas exóticos do tipo um herói de mangá com aquelas historias estranhas que envolvem demônios, vida em outra dimensão e coisas do gênero. Pede em comunidades de blogueiros que façamos comentários. Caramba.. Comentar o quê? Adotam nomes do tipo: dimensaokakuto, kakutomundo, kakataluta.... Normalmente, vigiam quem diz que comenta e não comenta, precisam que comentem.

Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia, mas aí vai um grátis...
Aquele herói japonês é curtição sua e dos colegas de sala. A maioria das pessoas não entende nada...

Os estéticos
Colocam flash, recursos de banner, inserem imagens, cheio de banner é um verdadeiro circo. Selo de concursos de blogs, links.... Normalmente, o conteúdo é inversamente proporcional a quantidade de papagaiada. Para não dizer que não tem nada, sai colando link do you tube, piadinhas e escreve umas linhas (umas duas mesmo, no máximo)

Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia, mas aí vai um grátis...
Tá legal.. no meio dessa piscação de banner, eu tenho que comentar o quê? Ah.. também não vou clicar nos seus baners... desista

O Escritor frustrado
Coloca capítulos de um livro que escreveu e que aborda de maneira teatral coisas banais (acha isso genial e sempre tem um séquito fiel que também faz o mesmo). Este se parece muito com o intelectual, mas é mais insistente e acha que todo mundo que entrar no seu blog vai ler aquele post imenso que ele publicou. Divide post em capítulos e acha que tem maluco que acompanha. Um dia pretende publicar (Deus nos proteja), mas ainda está buscando parcerias (Deus os proteja)...

Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia, mas aí vai um grátis...
Kafka foi genial com a Metamorfose, você não está sendo nem original, nem genial... pára com isso, rapaz.

Ah, e tem os cronistas chatos (e implicantes assumidos), como eu, que escrevem sobre os blogs que visita e acha graça em tudo que lê.
Isso é rir do cotidiano e torna as coisas mais leves.

Qual tipo é você? A lista encontra-se aberta para acréscimos....

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Pílulas...

Se Cristo vivesse para comemorar Natal, seu dia de aniversário cairia sempre no mesmo dia do Natal e ele viveria o dilema: dois presentes simples ou um presente bom?

*
Os produtos com validade até o dia 25 de dezembro de um ano X podem ser consumidos de forma segura até que hora nesse dia?

*
Sócrates dizia: Só sei que nada sei. Se ele não sabia nada como é que ele sabia isso?

*
Os Corintianos não entenderam: O Pastor gritava "DEUS É FIEL" e não DEUS É DA FIEL"

*
Acho que, no fundo, todo chato tem razão. Você discorda? Pois, você está certo.

*
Domingo foi projetado para ser um dia deprimente. Acordamos tarde, agüentamos o Didi, suportamos o Faustão, aliviamos nos programas de revista eletrônica (Fantástico) e terminamos com aquelas musiquinhas do Domingo Maior com um filme que já passou mais de mil vezes. Aí constatamos que a Segunda-feira é uma realidade inexorável. E como dói.

*
Formatura é igual chulé: só dono que não acha que é tão ruim.

*
Uma vez comi um feijão amigo, passei mal e me pergunto até hoje: amigo de quem?

*
Um colega comprou um carro azul petróleo... e petroléo é azul onde?

*
Minha mãe me dizia que dormir sem camisa afastava o anjo da guarda e durante anos suei de pijama. Ao chegar na adolescência cheguei à conclusão que o calor não compensava e dei aviso prévio para o anjo.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Um país de escritores e de escrevedores

“Digo isto porque tenho medo que, um dia, você também me esqueça...”
Dora, personagem de Fernanda Montenegro no filme Central do Brasil.

Não foi com esse filme que trouxemos o Oscar para Brasil... Entretanto, ele é o ponto de partida de mais uma série de reflexões sobre o país que temos e o país que queremos. Central do Brasil foi a grande demonstração de amadurecimento do cinema brasileiro, mostrando que dos arroubos do Cinema Novo, das inovações e óticas engajadas de Júlio Bressani e Glauber Rocha entre outros, brota um cinema maduro, bonito e sensível que constrói a apresentação de nosso perfil cultural ao mundo de maneira clara, lúcida e cada vez menos estereotipada. Mas o que mudou na face do Brasil de Glauber e Júlio para o Brasil de hoje? Dora e Josué ainda são a cara do Brasil. Milhões de brasileiros ainda vivem afundados no analfabetismo e distanciados dos bens de consumo da sociedade capitalista. Ainda não temos os rostos bonitos e bacanas das novelas das oito. Estamos mais para Central do Brasil do que para a fábrica de sonhos da Globo. Para início de conversa, falta, no Brasil, um programa educacional sério que vise à formação do usuário da língua em primeira instância. O ensino fundamental ainda se confunde em seus objetivos e, em meio ao despreparo dos profissionais, entende que dar aula de português é falar de “regrinhas” e exceções. A primeira visão que devemos ter do nosso idioma não é a imensa lista de regras com as quais, muitas vezes, nos inundaram a cabeça na escola. Estudar a Língua Portuguesa é dar ao falante o manejo da língua escrita (e, obviamente, oral) a fim de habilitá-lo a exercer sua plena cidadania. Nunca entendi, por que toda tentativa de ensino efetivo da norma culta de nossa língua começa pelo soterramento do indivíduo com regras que por si só assustam. Afinal de contas, a gramática é feita em função do uso e não o contrário. Fala-se, por vezes, na formação do leitor, entretanto, é muito difícil gostar de ler se as aulas de português não são momentos de incentivo à leitura e à produção dos próprios textos. Não estamos falando, necessariamente, da leitura de livros, mas de qualquer texto que deveria ser trazido para a sala. Obviamente, que tragam consigo a semente da reflexão e da formação da consciência crítica. Músicas, avisos, leis, textos de jornal, material de revistas, publicidade, tudo escrito em língua portuguesa é válido. Que a língua simples das ruas, da realidade do aluno seja trazida para a sala de aula, não para ser ensinada (mesmo porque, essa ele já conhece), mas para amparar a reflexão sobre a norma culta que se origina, creiam ou não, dela. Não acredito que seja possível ensinar português sem cruzar o universo escrito da norma culta com a realidade oral do aluno. Todo ensino que não leve em conta esse cruzamento de universos lingüísticos é uma ode à alienação. O ensino de português sem a língua em formas de textos ou sem o uso do universo oral é a repetição dos erros já apontados e condenados no ensino da língua materna. Mesmo correndo o risco de cair no lugar comum, ainda assim, como Dora, digo isto, diariamente, a meus alunos tanto na faculdade de Letras como aos de ensino médio, talvez, porque, no fundo, tenho medo de que não levem a sério a mensagem e, fatalmente, me esqueçam. Por fim, que o milênio que se inicia seja o milênio da consciência, da leitura, da reflexão. Uma Era de cada dia menos de Josués e escrevedores.

Amém.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

E-mails e e-teiros...

(a pedidos de todos os meus 14 fiéis leitores. Mais uma crônica)
Abri o programa de e-mails como faço todas as manhãs. Passei a vista nos primeiros, mais um, mais outro, mais um... Os e-mails são sempre uma surpresa previsível. Fico pensado porque que o cara do outro lado do teclado acha que eu quero aumentar meu pênis, emagrecer, fazer um empréstimo em condições maravilhosas, me comover com anjinho, doar para uma campanha de um menino que tem uma doença rara que faz com que ele cuspa sem parar e se desidrate até morte, ou mesmo uma corrente que deve ser enviada para mais 20 pessoas senão vai acontecer com você o mesmo que aconteceu com um fazendeiro da Nova Zelândia que não enviou e foi atingido por um fragmento de satélite artificial em sua costas quando tomava banho de sol ou uma dona de casa na Sibéria quebrou a corrente e teve seus braços decepados por um aparelho de barbear descontrolado enquanto usava o vaso sanitário. E aquelas mensagens de esperança que começam com UM DIA...?? Aí vem outro slide de powerpoint.. UM HOMEM CAMINHAVA POR UMA RUA... E lá vem outro slide com letrinhas que escorregam e, ao fundo, um pôr-do-sol... QUANDO ENCONTROU UMA CRIANÇA... Agora as letrinhas caem e o slide tem como fundo um cachorrinho... E O HOMEM PERGUNTOU... POR QUE CHORAS? Bom, esse cara não cogitou a possibilidade de o menino dizer: NÃO É DA SUA CONTA. Claro que não, o mundo de slides de powerpoint é sempre lindo e cheio de lições de vida, fotos de anjinhos e bichinhos que nos enternecem. Além das letrinhas que caem, rolam, piscam e distraem as pessoas, uma vez que aquilo não tem conteúdo nenhum. Mas eu gosto mesmo é dos novos métodos de assalto. O e-mail sempre começa com Assunto: FW;FW; PASSE PARA TODOS A QUEM VOCÊ AMA, NÃO É BRINCADEIRA!!! Esse tom de ameaça me encanta. Logo após vem o texto: Há uma nova forma de assalto. Uma funcionária de banco em Belo Horizonte estava saindo de seu carro quando foi abordada por um outro carro que abriu a janela e dois rapazes vestidos de preto lhe pediram uma informação. Quando ela foi dar informação um dos rapazes retirou um chocolate baton do bolso e começou a falar suavemente e com voz enigmática “compre baton, compre baton...” balançando-o em movimentos compassados diante de seu rosto. Em alguns segundos, a mulher perdeu a consciência. Horas mais tarde, ela acordou inconsciente na banheira de sua casa (e olha que ela nem tinha banheira e morava em apartamento e não em casa) cheia de espuma em volta e havia um aviso escrito no espelho: capturamos seu Chiuaua para fazer sabão (e olha que ela nem tinha cachorro). Não chame a polícia. Sabemos quem você é e onde te encontrar. Não é mentira. Esses bandidos não respeitam ninguém, roubam o que é seu mesmo que você não tenha. Passe esse e-mail para o maior número de pessoas para que elas fiquem cientes desse novo golpe na praça. Sinceramente, não paro mais para dar informação e nem como mais baton. Cruz credo!

Em tempo: Que tal comentários?

As coisas não têm que ter sempre sentido.

Um dia eu estava assistindo a uma entrevista e o cara falava sobre o significado de alguns nomes. Lembrei dos filmes de caubóis em que o índio se chamava, Chero-toko, e os seus sempre explicavam que aquele nome significava “guerreiro selvagem que luta na lua com honra e perseverança”. E eu ficava pensando. Caramba, que poder de síntese.. tudo isso numa palavra pequeninha.
Acho que foi por conta desse poder de síntese que algumas tribos entraram em extinção. Explico. Chegou-se a um ponto tal que para o líder da tribo dar uma bronca o cara só olhava e falava: Ó...! e todos já entendiam seu sermão sobre a virtude, a honra, a sensatez e a presença de um deus imenso e bondoso que cuidava de todos. Num estágio evolutivo posterior, era só uma levantada de sobrancelha e os demais se prostravam de joelhos.
Era um silêncio ensurdecedor.
Com o passar do tempo, todos morreram.. de tédio.
Mas, tudo isso é para falar que nessa busca por explicar os nomes surgem coisas absurdas e que me fizeram perder o gosto por etimologia (estudo da origem das palavras) muito cedo. Vez por outra aparece um a jornalista (sic) explicando que uma palavra se origina em uma outra expressão ou apresentando uma história mirabolante de uma palavra. No fundo, é um chute atrás do outro, mas que é tão bem bolada que a gente sai repetindo por aí com ares de verdade universal.
Bom, salvo raríssimas exceções, me esquivo de etimologias e assumo que uma palavra significa o que ela quer dizer. Já gostei de contar que morcego vem do latim mus (rato) e cecus (cego) porque os antigos romanos acreditavam que morcegos eram ratos que envelheceram e criaram asas.
Continuo gostando das historinhas, mas para mim, morcego é um mamífero que parece com o rato e que voa. (ponto final)

P.S.: A coisa mais absurda que já ouvi foi que a expressão cuspido e escarrado para referir-se a semelhança entre pessoas vinha do termo “esculpido em carrara”. E desde quando quando alguém é igual ao outro parece com uma estátua de mármore carrara. A idéia é esculpido (semelhante fisicamente) e encarnado (semelhante no jeito de ser).

Quem gosta do assunto pode dar uma olhada no www.areadeletras.com

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O eliminado de hoje é você

Como construir um discurso do Bial de eliminação em paredão.
Curso prático em uma lição

Depois de vários contatos dos brothers com as famílias via TV de plasma (queria uma TV daquela) e ver que os caras repetirem sempre as mesmas coisas: ó, a tia lalá, O zecão... caraca!.. Meu pai, minha mãe, a Aninha... caraca! O Alfredo, o Jão, o Pepe...caraca... (preste atenção que eles colocam a mão boca sempre que apontam para a TV. Será isso um sinal?

1. Adote a seqüência aleatória para comunicar. Tente ser imprevisível, mesmo quando só há duas opções :
O ELIMINADO e o QUE FICA. O QUE FICA e o ELIMINADO. Nunca permita que saibam quem é o eliminado no início do discurso. Desvie com elogios aos dois... isso sempre confunde.

2. Reúna considerações pessoais de cunho poético e com metáforas de efeito.
Ex.:
E você, Fulana, que veio como um furacão e como um brisa se foi. Em alguns momentos explode em ímpetos, em outros deságua de ternura... E você, beltrana, uma flor que chegou em botão e desabrochou na convivência com os brothers.

3. Faça citações literárias que já se tornaram lugares-comuns, com interações a elas:
Ex.:
Tudo vale a pena se alma não é pequena, mas a sua alma não foi pequena.
Tinha uma pedra no meio do caminho, entretato, o que é uma pedra para um guerreiro.
Amor é fogo que arde sem ver, mas esse você viu arder e se esvair nas cinzas.

4. Afunile o discurso. Faça o processo na ordem inversa, ou seja, afunile o discurso no oponente que fica e rompa a expectativa ou afunile no eliminado. Encha de frases feitas de uso popular.
Ex.:
Mas quem muito procura acha, e você procurou... o eliminado de hoje é você, Fulano.
Água mole em pedra dura, tanto bate... o eliminado de hoje é você.

É isso aí.
Agora, na hora de dispensar alguém (namorado(a), empregado(a)... ), você já tem estilo BBB.

Em Breve...
Como fazer piadinhas
Por Fausto Silva

Como fazer novelas que só se passam no Leblon
Por Manoel Carlos

Fazendo pessoas rirem por educação
Por Renato Aragão

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Sei não... mas parece flashback...

Coisas do carnaval. No final da folia, já podemos fazer um balanço do que foram os dias em que Momo reinou. Surpreendentemente, chegamos à conclusão que, entra ano, sai ano... é sempre a mesma coisa.
Há algo de paranormal nisso, compare com a gente.

1. Uma escola de samba homenageando um Estado do norte/nordeste que liberou dinheiro público aos montes para ela. Os enredos oscilam entre o profundamente chato e o plenamente desinteressante.
(Beija-flor e Mangueira)

2. Imagens repetidas de bailes com os seguintes tipos: pessoas vestidas com fantasias da moda (tropa de elite), pessoas vestidas com fantasias tradicionais (havaiana), caras sarados com copos de cerveja na mão andando arrastando o pé para frente, homens vestidos de caricaturas de mulher na rua e achando isso o maior ato de transgressão do mundo;

3. Jornal nacional mostrando a folia em todo o Brasil (Bloco de bonecos em Recife, Ivete Sangalo na Bahia e escolas de samba no Rio e SP) e esquecendo do resto que acontece no mundo.

4. Sambas que possuem frases de efeito como “chora cavaco”, Olha o escola X aí gente”, e o tradicional “oooooi” sem o qual o carnaval nada seria.

5. Propagandas de preservativos do governo que tentam convencer um cara que passa os quatro dias embriagado a usar camisinha e não dirigir daquele jeito.

6. Uma escola de samba polêmica (esse ano foi a Viradouro)

7. Uma BBB curtindo a folia como prêmio por ficar exposta 24 horas para o país e não poder nem futucar o nariz de vez em quando.

8. Concursos de pessoas que acham que as marchinhas não devem morrer (sic). Profusão musiquinhas sobre “a pipa do vovô”, “Cachaça”, e que terminam sempre do mesmo jeito “lá, lá, lá... se acabar na folia”.

E vai por aí...
Se você perdeu.... Fica triste não... ano que vem tem mais...
De novo e igual.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Um Brasil de escrevedores e escritores

“Digo isto porque tenho medo que, um dia, você também me esqueça...”
Dora, personagem de Fernanda Montenegro no filme Central do Brasil.



Não foi com esse filme que trouxemos o Oscar para Brasil... Entretanto, ele é o ponto de partida de mais uma série de reflexões sobre o país que temos e o país que queremos.
Central do Brasil foi a grande demonstração de amadurecimento do cinema brasileiro, mostrando que dos arroubos do Cinema Novo, das inovações e óticas engajadas de Júlio Bressani e Glauber Rocha entre outros, brota um cinema maduro, bonito e sensível que constrói a apresentação de nosso perfil cultural ao mundo de maneira clara, lúcida e cada vez menos estereotipada.
Mas o que mudou na face do Brasil de Glauber e Júlio para o Brasil de hoje?
Dora e Josué ainda são a cara do Brasil. Milhões de brasileiros ainda vivem afundados no analfabetismo e distanciados dos bens de consumo da sociedade capitalista. Ainda não temos os rostos bonitos e bacanas das novelas das oito. Estamos mais para Central do Brasil do que para a fábrica de sonhos da Globo.
Para início de conversa, falta, no Brasil, um programa educacional sério que vise à formação do usuário da língua em primeira instância. O ensino fundamental ainda se confunde em seus objetivos e, em meio ao despreparo dos profissionais, entende que dar aula de português é falar de “regrinhas” e exceções.
A primeira visão que devemos ter do nosso idioma não é a imensa lista de regras com as quais, muitas vezes, nos inundaram a cabeça na escola. Estudar a Língua Portuguesa é dar ao falante o manejo da língua escrita (e, obviamente, oral) a fim de habilitá-lo a exercer sua plena cidadania.
Nunca entendi, por que toda tentativa de ensino efetivo da norma culta de nossa língua começa pelo soterramento do indivíduo com regras que por si só assustam. Afinal de contas, a gramática é feita em função do uso e não o contrário.
Fala-se, por vezes, na formação do leitor, entretanto, é muito difícil gostar de ler se as aulas de português não são momentos de incentivo à leitura e à produção dos próprios textos. Não estamos falando, necessariamente, da leitura de livros, mas de qualquer texto que deveria ser trazido para a sala. Obviamente, que tragam consigo a semente da reflexão e da formação da consciência crítica. Músicas, avisos, leis, textos de jornal, material de revistas, publicidade, tudo escrito em língua portuguesa é válido.
Que a língua simples das ruas, da realidade do aluno seja trazida para a sala de aula, não para ser ensinada (mesmo porque, essa ele já conhece), mas para amparar a reflexão sobre a norma culta que se origina, creiam ou não, dela.
Não acredito que seja possível ensinar português sem cruzar o universo escrito da norma culta com a realidade oral do aluno. Todo ensino que não leve em conta esse cruzamento de universos lingüísticos é uma ode à alienação. O ensino de português sem a língua em formas de textos ou sem o uso do universo oral é a repetição dos erros já apontados e condenados no ensino da língua materna.
Mesmo correndo o risco de cair no lugar comum, ainda assim, como Dora, digo isto, diariamente, a meus alunos tanto na faculdade de Letras como aos de ensino médio, talvez, porque, no fundo, tenho medo de que não levem a sério a mensagem e, fatalmente, me esqueçam.
Por fim, que o milênio que se inicia seja o milênio da consciência, da leitura, da reflexão. Uma Era de cada dia menos de Josués e escrevedores.
Amém.

Imagens impressionantes de marte!


Foto do 'Pé-Grande de Marte' chama atenção na internet
Planeta tem tradição de imagens controversas
SÃO PAULO - Seria o Pé-Grande - o mítico primata da América do Norte - um marciano? A questão causou alguma polêmica na internet nos últimos dias, por conta de uma imagem feita em 2007 pelo robô Spirit, da Nasa, que guarda uma estranha semelhança com uma das supostas aparições do monstro terrestre.

***
O saco de filó vai além e mostra fotos que são definitivas no mistério do planeta vermelho. mantidas em segredo pela NASA até 2007, agora estas fotos chegam a todos como o início de o fim de uma grande conspiração marte.

Veja a foto de uma espinha inflamada que estourou e foi futucada. Futucada por quem??? Só o tempo irá dizer.

Abaixo a imagem de uma mesa coberta por uma toalha que simula uma cor de terra. Observe o contorno da mesa e dos talheres, pratos, castiçais...

Quem eles estariam esperando para jantar? O mistério persiste. E por que não querem que vejamos o que eles colocaram na mesa embaixo da toalha?

Veja na foto acima, na parte inferior da imagem, um agrupamento de celulites gigantes no solo de marte. Observe também, próximo as celulites, um rosto que parece feminino com um leve sorriso de ironia. Seriam as celulites seres de martes que fazem as mulheres da terra como suas hospedeiras? Uma mulher cheia de celulite seria um alienígena entre nós? As perguntas se acumulam...

Por fim, a mais impressionante de todas. O espermatozóide gigante de marte. Veja as imagens de um imenso espermatozóide em solo marciano.

O que eles querem dizer com isso? Quem somos nós? Para onde vamos? De onde viemos? Quem vai ganhar o BBB 8? O que aquela ministra comprou que gastou mais de 170 mil reais em um ano no cartão de crédito?.... O mistério persiste.

A verdade está lá fora.
Fox Mulder