segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A questão do "rolezinho" sob outra ótica

Tudo bem.. eu sei que pensar no contrafluxo do senso comum é quase um crime inafiançável, mas vou correr esse risco. Essa história de rolezinho não tem nada de conotação de luta por direitos civis, igualdade etc... Isso é balela!
Não se está lutando pelo direito de ir ao shopping. Esse direito, as pessoas sempre tiveram e, se houve algum tipo de discriminação algum momento, foi divulgado pela mídia e e punido de acordo com a lei.

Isso é frustante para maioria das pessoas que buscam discriminação em tudo e todos que estão em volta. Não digo que não haja preconceito no Brasil, seria hipocrisia, mas ficar achando preconceito e discriminação em TUDO já é uma patologia e precisaria de tratamento psiquiátrico e não de incentivo.

Além disso, há uma questão de logística por trás disso que ninguém levantou. Caros leitores, um shopping, para operar, precisa ter padrões de segurança determinados pela lei. Esses padrões tomam como base o número de pessoas circulante (estimativas) e a partir daí são definidas as áreas de escape, equipamentos de incêndio, tamanho das áreas livres, número de câmeras, número de seguranças (já notou que aumenta o número de seguranças na época do Natal, por exemplo?). 
Imagina que um shopping foi projetado para um fluxo de 2500 pessoas/horas e só atinge esse número em períodos de festas, e, de uma hora para outra recebe mais 1000 pessoas acima do seu limite no mesmo momento. A segurança de todo mundo que está ali é colocada em risco.
Eu, na outra ponta, consumidor, que preciso comprar algo e sei que está havendo isso naquele shopping não vou lá, pois me colocaria em risco, a mim e a minha família. Não interessa que o rolezinho seja feito por 1000 pessoas de classe baixa vindas da periferia ou 1000 pessoas com gente branca, loira e de classe alta.... 1000 pessoas a mais expõe qualquer um ao risco.
Pronto. Esse shopping perdeu um consumidor. Um só não, pois como eu, há milhares e talvez milhões de pessoas que não vão se expor a um risco. Logo, se isso vira pratica comum, as lojas perdem em vendas e o shopping deixa de ser um lugar seguro.  

Se eu tenho uma loja em um lugar exposto a esse risco e ainda, por cima, mal visto pelos clientes, eu o retiro de lá. Você manteria?

Mas, enfim, muita gente não quer ver isso, ou não consegue porque os seus olhos veem o que querem. Para não ficar mal com esses colegas, crio outra versão:

É isso gente, eles não querem os rolezinhos porque só tem pessoas da periferia, pobres, negros, pardos, mulatos todos excluídos de um sistema capitalista selvagem.

Até porque, verdade é aquilo em que se optou acreditar.

Um comentário:

a transviada disse...

os calouros da usp "invadem" shoppings como parte do trote todos os anos, com uma mesma quantidade de participantes que os presentes no "rolezinho". inclusive, fazendo tanto barulho quanto. alguém falou sobre as mesmas medidas de seguranças? não, imagina! o que os calouros da usp fazem todos os anos é "festa", afinal foram todos aprovados no vestibular mais difícil do brasil! logo, o problema realmente não é os "+1000" ou "-1000"...