Toda vez que tem um feriadão, surgem aqueles ranzinzas que levantam discursos de quanto o Brasil perde em dinheiro, de quanto os serviços atrasam de como somos indolentes e dados ao “dolce far niente”, o doce prazer da preguiça, de não fazer nada.
Esses comentários são, além de mentirosos, maquiavélicos. Planejam e desenham uma sociedade (inexistente no mundo) sem feriado e de preferência sem finais de semana e sem férias, voltada para a produção 100% do tempo de sua vida. Afinal, riquezas devem ser produzidas. Para quem? Para o país, para gerar mais impostos, para o patrão? Para o funcionário? Não. Definitivamente, para esse último não.
Não é verdade que perdemos dinheiro. O fato é que alguns setores como o de sorvete param de produzir picolés, por exemplo, para que o consumo possa aumentar com que está de folga. As fábricas param de produzir geladeiras para que os colegas de comércio das cidades de turismo ganhem mais dinheiro para poder comprar uma geladeira. A indústria de carro para de produzir carro para que o rapaz que trabalhe no hotel aumente seus ganhos e possa juntar dinheiro para comprar um carro. Ninguém perde coisa nenhuma. O Dinheiro não desaparece, como apregoam alguns, só muda seu fluxo.
As pessoas podem ajustar suas agendas, produções para dias a menos do que o planejado, o dinheiro não deixa de ser gerado, as riquezas continuam a crescer e melhor, de uma maneira mais justa, pois se desloca do conceito de fazer dinheiro e liga-se ao conceito de viver melhor.
Pessoalmente, acho esse comentário da perda de riquezas uma visão que só foca no ser humano como um produtor de gerador de dinheiro e esquece que dentro de uma roupa e atrás de uma carteira de trabalho existe um ser humano.
Feriado serve para as pessoas darem pausas na sua vidas cheias de números, contas, horários e encherem de vida onde antes havia dados estatísticos e cifras.
Aproveite.
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