terça-feira, 20 de julho de 2010

Palmadas são a solução? Palmadas não são a solução?

O projeto de lei Nº 2654 /2003 da deputada Maria do Rosário prevê a proibição de castigos corporais mediante qualquer pretexto. É a famosa lei contra a palmada. Isso suscita a discussão sobre a validade dessas ações no processo de educação. De um lado, os radicais da educação pregam que palmada traumatiza e cria monstros. 
Não vejo esse argumento como válido, pois eu tomei algumas e boas palmadas na minha infância, assim como boa parte da minha geração, e, até hoje, não senti vontade de ter uma amante atriz pornô, engravidá-la, matá-la e sumir com o corpo. É, mas argumentam, que teve gente que já fez isso... E possivelmente pelos traumas das palmadas.  
Não acredito que violência seja a solução para nada, mas como diz minha tia: pé de galinha nunca matou pinto (salvo se a galinha tiver o sobrenome Nardoni) E, ainda mais, acho muito difícil argumentar com um garotinho de 4 anos sobre a importância de não se arremessar coisas do 3º andar de um prédio, mas há de ter uma solução para isso que não passe só pelos tapas.
O meu medo é o precedente que essa lei abre: a ingerência do estado sobre aspectos da vida particular. Tenho medo que vire moda e o estado passe a estabelecer o tempo que devo deixar meu filho vendo TV ou jogando vídeo game. Ou ainda, que o estado estabeleça o tipo de alimento de terei que dar a ele sob pena de prisão em caso de descumprimento. Entendo que há limites que devemos estabelecer para os filhos e que, mais do que nunca, há limites que devemos estabelecer sobre o terreno em que o estado deve legislar.

4 comentários:

BLOGZOOM disse...

Eu assisti na televisão e vi reportagem em revista.
Embora algumas vezes parece que a criança só fique sossega mediante este tipo de atitude, eu sou contra, eu penso que falar e bons exemplos são opções que devemos sempre pensar e agir.

Max Martins disse...

Olá, Marcelo

Creio que você tocou no ponto central da questão. Concordo que as crianças devem ser protegidas de adultos que não têm a menor condição de serem pais de verdade. Por outro lado, também me questiono quanto ao fato de que essa lei pode abrir precedente para o estado intervir de outras formas sobre a vida particular do cidadão.

Abraços

Mamãe caprichosa disse...

Sou mãe de três "pestinhas", ops...digo, três sdoráveis criancinhas!!! rss
Tem horas que eles extrapolam qualquer limite...esse negócio de só conversar,não resolve em todos os casos!!!
Sou a favor do diálogo, de dar exemplos coerentes e saudáveis, mas de vez enquando uma palmadinha, não faz mal a ninguém e, muito menos, traumatiza!!
Por defender essa opinião já fui chamada de violenta, selvagem e outras coisa....continuo achando que, sou apenas uma mãe interessada em que seus filhos não ultrapassem os limites da boa educação!! Além dos tapinhas, tb dou beijos, abraços, palavras de incentivo e, o mais importante, estou sempre presente nos momentos em que eles mais precisam!!
Abs
Carla

Laila disse...

Acredito que quando a situação é crítica, a ingerência do Estado sobre aspectos da vida particular é necessária. Ou será que estamos num passado não tão distante em que se acreditava que debaixo do telhado e dentro dos muros da casa valia tudo (inclusive agressão física e verbal a filhos e esposas)? É certo, então, punir um desconhecido que insulta o outro na rua ou que espanca o filho de outro e fechar os olhos aos insultos e espancamentos dentro de casa?
Não acho que as palmadas criem monstros, não! Até porque eu mesma já apanhei muito e não me considero psicopata ou coisa parecida. Mas o fato é que viveríamos muito melhor sem elas, e que (eu acho) essa lei -se aplicada- pode evitar muito sofrimento, muito trauma, muita lágrima.