sábado, 12 de setembro de 2009

Carros: estamos saturando o país.

Crescimento sem ordenamento é tão nocivo quanto estagnação ou depressão econômica. Veja o exemplo do trânsito. Com a ascensão do poder de compra da classe média brasileira, surgiu pela primeira vez na nossa história a iminência da realização de um sonho: o carro zero. Só que o cidadão dessa classe C já tinha um carro usado e, comprando o carro novo, passou o seu para frente. Normalmente, quem comprou não era alguém da classe média, pois estava assim como ele perto de comprar o seu carro zero. Foi, possivelmente, alguém da classe D que realizava o sonho de trocar o seu carro já velhinho por um mais novo. E esse velhinho foi para onde??? Para alguém da classe E que sonhava com o primeiro carro... ainda que velhinho. Nessa ciranda, a classe B e A continua comprando carro como sempre o fez.
Só em junho deste ano foram vendidos 289.000 carros que se somaram aos milhares que, como dizia Lavoisier, não se perderam, se transformaram. Se transformaram em carros de outras classes de poder de compra mais baixo do que a de sua origem. Se entraram 289 mil, é porque pelo menos 2/3 migrou de classe social, ou seja, aproximadamente 192 mil carros.
Basta dar um passeio pelas ruas para ver que, mesmo em cidades pequenas, se torna cada vez mais difícil dirigir. Estacionar, nem pensar. Desista. Uma vez adquirido o carro, todos nós trazemos na ponta a língua a desculpa para usá-lo: o tempo, o calor, a chuva, o frio, o transporte coletivo, enfim, vai por aí.
Saída para isso? Não sei. Eu, particularmente, estou tentando me disciplinar para andar mais a pé e assim, acredite, ganhar tempo.

5 comentários:

Anônimo disse...

Marcelo,

Acho que a saída é um transporte coletivo decente e pontual.

Se pudéssemos ter a certeza de que iríamos sentados conforvelmente e não chegaríamos atrasados no trabalho ou em outro compromisso qualquer, uma boa parte optaria pelo coletivo, até mesmo pela dificuldade de encontrar um estacionamento.

Beijocas

Erick Figueiredo disse...

Moro em São Paulo. E aprendi que, quando vou trabalhar é mais rápido ir de trem e metrô do que de carro. Na primeira opção economizo mais do que 15 minutos.

Ultimamente, mesmo tendo que enfrentar trens cheios, vejo mais vantagem em ir de metrô e trem do que de carro.

Anônimo disse...

realmente, essa situação do trânsito é preocupante...acho que a solução está apenas numa atitude adequada do poder público na melhoria dos transportes públicos.

Anna Paula disse...

Estou naquela classe que passou o carro velho pra frente, não pra comprar um zero mas pra economizar mesmo.
Não tô sentindo a menor falta dele e aprendi até andar a pé. Só benefícios,né?
Mas como somos muito contraditórios e adoramos criar problemas não vejo a hora de poder comprar outro.... rsrsrsrsr
bjs

Unknown disse...

Estava lendo outro dia um artigo, um ficção de um engrafamento que de muitos e muitos quilômetros que parava completamente uma cidade, as pessoas por não quererem lagar seus carros na rua acabam morrendo dentro dos mesmos.
Dizem que já tém dia e hora marcadas par o trânsito de São Paulo parar, eu moro em Niterói RJ e a coisa aqui tb está caótica. A solução depende de uma reeducação das pessoas, mais transporte coletivo em detrimento do indivídual e melhira das conjdições de urbanização.
http://alexandreluz.blogspot.com/