sábado, 27 de setembro de 2008

Eu até sei que você existe, mas e daí??

O grande mal da humanidade em todos os tempos sempre foi a falta da percepção da alteridade.. Esta palavra tem origem latina (alter = outro) e significa aquilo que está no outro, no caso, a existência do outro. Certa vez, disse por aqui que um egoísta é aquele que só fala nele, um egocêntrico acha que só falam nele e o ególatra tem certeza de que todos deveriam falar nele se tivessem bom gosto.
Na base disso, está o problema da alteridade. A pessoa que sofre desse mal não atropela o outro, porque simplesmente ignora a existência do outro. Também chamada de síndrome do filho único, pois reflete muitas vezes a existência de pais que disseram para ele que o mundo era feito só para ele.
Encontramos esse comportamentos em casos como:


a) duas vagas no estacionamento e o cara estaciona com metade do carro em uma vaga e a metade em outra. É...Você vai ter que dar mais voltas para procurar um lugar para parar.


b) o cara entra em um lugar fechado em que ninguém fuma e acende um cigarro. Alguns ainda disfarçam: se importa se eu fumar? Ora, claro que não... já estava sentido falta de fumaça por aqui.. manda ver. Sou um único caso de fumante passivo por opção no planeta.. Aproveita!

c) O sujeito entra em um auditório lotado senta em uma cadeira e coloca suas coisas nas duas ao lado dele. Segue-se a pergunta gentil de quem quer sentar: tem alguém sentado aqui... (Tem. O ego do cara. Procure outro lugar)


d) Na fila do banco, chega correndo, fala com o primeiro da fila, passa o serviço dele para outro em detrimento do restante da fila. Só ele tem pressa, só ele tem serviço... só ele... afinal.. que fila?


e) o vizinho liga o som e compartilha com você em volume máximo o último CD da Banda Calypso e da Taty Quebra Barraco mais de 5 vezes cada um... detalhe às 10 e meia da noite.
Sem comentários...

Mas, sejamos compreensivos, e entendamos que este cara sofre de um mal terrível. E, movidos por um espírito cristão saibamos perdoar... Não podemos desejar a morte a esse indivíduo que se encontra em um estágio precário de evolução humana...


Salvo se esta morte for bem lenta, cruel e dolorida.

Pois como diz o pessoal da Apple:


- Aí pode.
(não resisti ao trocadilho)

36 comentários:

Marcus "HEAVY" disse...

Caramba Marcelo... queria ter metade dessa criatividade pra trocadilhos infames... rs

E os exemplos da vaga e da fila de banco são os mais recorrentes. O caso do cigarro eu nem ligo mais, minha mãe e metade dos meus amigos fumam e eu já virei fumante passivo por maioria de votos...

http://chamandocoringa.blogspot.com/

Alexandre Silva disse...

Acho que li nesses livrinhos de auto ajuda uma vez que: "é mais fácil vc fazer 100 amigos em 1 semana se interessando por eles do que em 1 ano falando somente de você". Na verdade todo mundo tem essa vontade de ser o centro das atenções, egos grandiosos. Até mesmo quem se diz desprovido dele...
O caso do vizinho da Banda Calypso só fica melhor se vc mora num prédio e tem outro vizinho fã de Iron Maiden, que puto com a manifestação cultural do outro vizinho decide também impor a sua :D
Aí é que pode msm... :P
Abraço
http://falandoprasparedes.blogspot.com

Karla Hack dos Santos disse...

hehehe
Acho que todos os meus vizinhos sofrem deste mal!!
Tolerância tem limite também.. heheh
Gostei da seqüência do seu texto..
Tem um humor sarcástico.. o que aprecio!

;DD

bjus

jonas Urubu disse...

Trocadilhos super infames se não fosse o que mais vissemos por aí. Não convivo bem com a alteridade, porque não a ignoro, ams não consigo compreender bem seu mecanismo.

hehe

Anônimo disse...

super legal teu blog e teus trocadilhos
beijos!

Anônimo disse...

Ótima colocações Marcelo.
"Uma vedade inconveniente...somos todos ingratos"
BY: Dalete

Danilo Cruz disse...

Já passei por uma dessas situações citadas. Não dá para ser compreensivos com esses caras...

jakared disse...

conheços bem um filho da puta do intem "e".

O Frango... ® disse...

Me identifiquei com o cara que coloca suas coisas no banco do lado, mas nem por isso sofro do mal da alteridade (eu acho... heheehhe)

Só senti falta de uma coisa: quando você falou sobre algo que você já tinha dito, podia ter colocado um hiperlink... ia facilitar minha vida...a gora vou ter que procurar manualmente ...
heheheheheheh

Anônimo disse...

HSUAHSUAHS
1°, nem eu resistí ao trocadilho.

Você tem um senso critico bem apurado (y) parabéns.
Eu até ja passei décadas da minha vida (quem ve pensa que eu tenho 70 anos) pensando nesse tipo de 'coisa', e a melhor conclusão que pude chegar foi de seguir com minha vida, sendo educado com quem é deucado comigo, sendo elgal com quem é legal. Ou seja, os "des-voluídos" da espécie não merecem minha atenção (:

@Taylguedes disse...

ameiii!

agora ter paciencia com este pessoal!! ah é dificil !
eu moro no pará e sei muit bem o que ´´e ouvir dez e meia da noite banda calipso no volume maximo,pior que isso so os tecnobregas.
!!!


haja paciencia eim!! ..mas como vc disse..sejamos cristãos =)

bjus

http://taynalu.blogspot.com/

@Taylguedes disse...

ameiii!

agora ter paciencia com este pessoal!! ah é dificil !
eu moro no pará e sei muit bem o que ´´e ouvir dez e meia da noite banda calipso no volume maximo,pior que isso so os tecnobregas.
!!!


haja paciencia eim!! ..mas como vc disse..sejamos cristãos =)

bjus

http://taynalu.blogspot.com/

Paulão Fardadão Cheio de Bala disse...

Na fila é foda. Eu reclamo.

Anônimo disse...

Fumo passivo não dá pra aceitar. Não aceito. Se me perguntarem delicadamente se incomoda, respondo com o mais delicado dos sorrisos que, na realidade, incomoda sim (porque, pra quem tem asma e alergia, é demais da contíssima). Como diria a Marina Colasanti naquele texto que sempre recordo, "Eu sei, mas não devia", a gente "se acostuma" a coisas de mais, a coisas inclusive às quais não deveria se acostumar, por autodefesa mesmo. Às vezes, é caridoso dar um toque delicado na outra pessoa de que ela simplesmente não pode ocupar mais de um lugar no mundo, só o dela. Porque isso também vai facilitar as futuras relações dela com outras pessoas. Às vezes, se ela perceber que incomoda sim, que as pessoas realmente podem rejeitar o cigarro ou otras cositas más que sugerem indiferença ao desconforto alheio, essa pessoa incômoda pode aprender a viver melhor com seu parceiro, com seus próprios amigos etc. Não é ser grosseiro também, mas precisamos educar uns aos outros. Temos essa obrigação. Para conosco e para com as outras pessoas, as incômodas. Muitas vezes, fazem o que fazem por pura falta de educação no sentido mais infantil do termo. Não raro, simplesmente não tiveram quem lhes chamasse a atenção na casa dos outros (porque não podiam mexer em nada, não podiam gritar, não podiam fazer manha nem incomodar, NÃO!), quem canalizasse seus primeiros impulsos egoístas, coibindo as ações que invadissem o espaço alheio. Pois então: quem não teve isso, ou não aproveitou a educação que poderia receber e ignorou, pode e deve ser educado por outrem. Com educação, é claro. Tem alguém que sai beneficiado de uma aceitação de fumo passivo, por exemplo? O não-fumante sai dali mais doente e mais ressentido, e o fumante sai dali, hum... mais doente e mais egoísta, acostumado ao fato de impor sua fumaça aos outros. Alguém ganha? absolutamente ninguém. Certas fraquezas em reclamar (serenamente) são, também, atos egoístas em algum grau, entendendo-se que deveríamos fazer o possível para melhorar as coisas -- sempre.

Wander Veroni Maia disse...

Oi, Marcelo!

O pior dessas ações que relatou é a pessoa que faz isso não tem semancol. Achar que o mundo gira em torno do seu umbigo é deprimente pq o cara acaba por se isolar na sua redoma de vidro. Todo o mundo está errado: menos ele.

Abraço,

---------------------------
http://cafecomnoticias.blogspot.com

All3X disse...

Pefeito o final da crônica... estava chegando à mesma conclusão..rs
E muito bom sua definição de egoístas, egocêntricos e ególatras. Agora irei passar a usá-las, foi muito criativo e contundente.

Mas acho que fenômenos como esses estão se difundindo na sociedade, afinal, a todo momento encontramos sujeitos que atuam das formas mencionadas no texto. O que me faz refletir sobre a alteridade, ou em como exterminar com ela...rs
Até mais,
All3X

Leco Viana disse...

Acho que vale pena ser analisado aqui, através dos exemplos do teu texto, o quanto somos individualistas. Falando em uma concepção de sociedade mesmo, onde todos deveriam (teoricamente) se organizar coletivamente de forma que todos iriam conviver de forma harmoniosa. É interessante já que esse papo de individualismo, egocentrismo, ególatra etc está totalmente conectado com forma que nos apropriamos desse mundo aqui. Veja, em tempos de discussões sobre aquecimento global, salvar a amazônia não se discute essa forma de viver do homem. Forma de viver antropocêntrica e também egoica. Não se discute mecanismos de "auto-regulação" e "sustentabilidade" do homem com os demais. Enfim, não sei ao certo o porque das minhas palavras irem até a questão ambiental, mas acho que temos muito pano pra manga para se discutir isso. Mais uma vez, parabéns pelo texto.

Abraço!


___________________________________
http://soperspectivas.blogspot.com/

Veiga disse...

é mt cara de pau!!!

HUAshuHASuhUAS

Unknown disse...

Vc conheceu meu ex marido? RSRSRS

Come ele não morreu e nem tenho vocação pra assassina.... me separei!!!!!!!

Sei exatamente como são estas pessoas affffffffff

Henrique Hemidio disse...

Muito bom os exemplos cara...pricipalmente o do ego sentado no banco vazio...eu sou assim e, putz! sou filho único...
Abraço!

Henry Barros disse...

Muito bom o texto cara, e muito bom blog, gostei \o

Fabio Aleixo disse...

fnomenal... inteligente sarcastico... meus prabens...rs

Ariana disse...

Nossa, ter um vizinho que escuta Calypso as dez e meia da noite não deve ser muito legal!
Odeio pessoas que furam fila! ¬¬
Adorei seu texto! (principalmente o trocadilho!)

beeeijos :*

http://cogumelosverdes.blogspot.com

Leonardo disse...

Verdade....
a letra c é a que mais vejo no dia a dia...

Abraços!

2 dedos de vodka disse...

I aew Marcelo..blz?
como, nao posso usar certas palavras como ''legal'' gostei'' Parabéns''Bom texto'', diga apenas isso...ganhou mais um espectador..rs..Abrc's

Anônimo disse...

Eu estava para escrever algo parecido sobre aquele que considero ser o maior mal da vida em sociedade: a mania de transformar em problema dos outros um problema que é seu. Ainda escreverei sobre isso. Post sensacional. Virei leitor.

Anônimo disse...

Adorei!

Cada vez melhor!

Diogo

Anônimo disse...

O mundo seria tão melhor se tivessemos o poder de desaparecer com pessoas com um estalar de dedos. Mas acho que a vida não teria tanta graça, se essas pessoas não existissem.

Exemplo; Se seu vizinho compartilha o gosto musical dele com você, as 10 e meia da noite, retribua. Compartilhe também o seu gosto musical com ele na noite seguinte.


vlew.

Anônimo disse...

O caso da fila do banco já presenciei muito, dá vontade de dá uma voadora no indivíduo...mas sinceramente acho q sofro um pouco desse mal, costumo compartilhar meus rock'n'rolls com os vizinhos e em troca recebo palavras de carinho - abaixa o som filha da p...e eu - a mãe!
é isso ae viva a alteridade, rsrsrs...

carolina abdalla disse...

adooro seus textos e o modo como escreve!
"e) o vizinho liga o som e compartilha com você em volume máximo o último CD da Banda Calypso e da Taty Quebra Barraco mais de 5 vezes cada um... detalhe às 10 e meia da noite."

NOOOOOOOOOOSSA,quando eu funk então dá vontade de maaatar eles,meeu deus!bom desfecho (:
beijocas

Provisório disse...

Essas situações sao um saco mesmo...
o ego tomou lugar de pessoas..ta louco!
adorei o trocadilho!

Anônimo disse...

Aqui costumamos chamar isso de falta de "semancol". E o mundo, que já era cheio deles, está ficando cada vez pior conforme avançamos em uma sociedade de culto ao indivíduo e ao prazer individual acima de tudo. òtimo texto.

Anônimo disse...

Hum, interessante. Mas quem nunca cometeu gafes como estas? O engraçado é que muita gente até tenta, sabe, ser menos egoísta, egocêntrico e "egocetera", mas chega um momento que a pessoa fica tão fulo da vida de ser deixado para trás sempre que começa a fazer as mesmas coisas que os outros. Até porque, como diz meu irmão caçula, o mundo é dos espertos. =S

Gostei do seu blog, adicionarei no meu Reader. =D

Stela Tannure disse...

Fui filha única até os quinze anos, quando o meu irmão (hoje com cinco anos e muita "saúde") chegou por acidente. Acidente que me fez muito bem! Por mais que eu fosse uma filha única que não tinha muito do egoísmo e egocentrismo habitual, nunca é demais aprender a dividir mais um pouco, certo?

Desaprendi um pouco desse desprendimento morando sozinha. Fiquei cheia de manias de organização e quase surto quando recebo visitas bagunceiras...mas, vá lá, depois que eu respiro fundo acho um ótimo jeito de me lembrar que não estou sozinha no mundo como estou nessa "ovanete" juizforana!

Ótimo texto!
(todas as vezes que vim aqui, adorei o que li!)

Bjo!

Unknown disse...

Que bom ler o que você tem escrito.
Polêmico, atual e envolvente.
Gostei muito, vou me tornar uma assídua, nos tempos vagos. RS!RS!

Saudades!
Bjos

Eduardo Franciskolwisk disse...

essa das vagas foi muito boa... gostei bastante deste dseu post

http://franciskolwisk.blogspot.com/