segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Um Brasil de escrevedores e escritores

“Digo isto porque tenho medo que, um dia, você também me esqueça...”
Dora, personagem de Fernanda Montenegro no filme Central do Brasil.



Não foi com esse filme que trouxemos o Oscar para Brasil... Entretanto, ele é o ponto de partida de mais uma série de reflexões sobre o país que temos e o país que queremos.
Central do Brasil foi a grande demonstração de amadurecimento do cinema brasileiro, mostrando que dos arroubos do Cinema Novo, das inovações e óticas engajadas de Júlio Bressani e Glauber Rocha entre outros, brota um cinema maduro, bonito e sensível que constrói a apresentação de nosso perfil cultural ao mundo de maneira clara, lúcida e cada vez menos estereotipada.
Mas o que mudou na face do Brasil de Glauber e Júlio para o Brasil de hoje?
Dora e Josué ainda são a cara do Brasil. Milhões de brasileiros ainda vivem afundados no analfabetismo e distanciados dos bens de consumo da sociedade capitalista. Ainda não temos os rostos bonitos e bacanas das novelas das oito. Estamos mais para Central do Brasil do que para a fábrica de sonhos da Globo.
Para início de conversa, falta, no Brasil, um programa educacional sério que vise à formação do usuário da língua em primeira instância. O ensino fundamental ainda se confunde em seus objetivos e, em meio ao despreparo dos profissionais, entende que dar aula de português é falar de “regrinhas” e exceções.
A primeira visão que devemos ter do nosso idioma não é a imensa lista de regras com as quais, muitas vezes, nos inundaram a cabeça na escola. Estudar a Língua Portuguesa é dar ao falante o manejo da língua escrita (e, obviamente, oral) a fim de habilitá-lo a exercer sua plena cidadania.
Nunca entendi, por que toda tentativa de ensino efetivo da norma culta de nossa língua começa pelo soterramento do indivíduo com regras que por si só assustam. Afinal de contas, a gramática é feita em função do uso e não o contrário.
Fala-se, por vezes, na formação do leitor, entretanto, é muito difícil gostar de ler se as aulas de português não são momentos de incentivo à leitura e à produção dos próprios textos. Não estamos falando, necessariamente, da leitura de livros, mas de qualquer texto que deveria ser trazido para a sala. Obviamente, que tragam consigo a semente da reflexão e da formação da consciência crítica. Músicas, avisos, leis, textos de jornal, material de revistas, publicidade, tudo escrito em língua portuguesa é válido.
Que a língua simples das ruas, da realidade do aluno seja trazida para a sala de aula, não para ser ensinada (mesmo porque, essa ele já conhece), mas para amparar a reflexão sobre a norma culta que se origina, creiam ou não, dela.
Não acredito que seja possível ensinar português sem cruzar o universo escrito da norma culta com a realidade oral do aluno. Todo ensino que não leve em conta esse cruzamento de universos lingüísticos é uma ode à alienação. O ensino de português sem a língua em formas de textos ou sem o uso do universo oral é a repetição dos erros já apontados e condenados no ensino da língua materna.
Mesmo correndo o risco de cair no lugar comum, ainda assim, como Dora, digo isto, diariamente, a meus alunos tanto na faculdade de Letras como aos de ensino médio, talvez, porque, no fundo, tenho medo de que não levem a sério a mensagem e, fatalmente, me esqueçam.
Por fim, que o milênio que se inicia seja o milênio da consciência, da leitura, da reflexão. Uma Era de cada dia menos de Josués e escrevedores.
Amém.

Imagens impressionantes de marte!


Foto do 'Pé-Grande de Marte' chama atenção na internet
Planeta tem tradição de imagens controversas
SÃO PAULO - Seria o Pé-Grande - o mítico primata da América do Norte - um marciano? A questão causou alguma polêmica na internet nos últimos dias, por conta de uma imagem feita em 2007 pelo robô Spirit, da Nasa, que guarda uma estranha semelhança com uma das supostas aparições do monstro terrestre.

***
O saco de filó vai além e mostra fotos que são definitivas no mistério do planeta vermelho. mantidas em segredo pela NASA até 2007, agora estas fotos chegam a todos como o início de o fim de uma grande conspiração marte.

Veja a foto de uma espinha inflamada que estourou e foi futucada. Futucada por quem??? Só o tempo irá dizer.

Abaixo a imagem de uma mesa coberta por uma toalha que simula uma cor de terra. Observe o contorno da mesa e dos talheres, pratos, castiçais...

Quem eles estariam esperando para jantar? O mistério persiste. E por que não querem que vejamos o que eles colocaram na mesa embaixo da toalha?

Veja na foto acima, na parte inferior da imagem, um agrupamento de celulites gigantes no solo de marte. Observe também, próximo as celulites, um rosto que parece feminino com um leve sorriso de ironia. Seriam as celulites seres de martes que fazem as mulheres da terra como suas hospedeiras? Uma mulher cheia de celulite seria um alienígena entre nós? As perguntas se acumulam...

Por fim, a mais impressionante de todas. O espermatozóide gigante de marte. Veja as imagens de um imenso espermatozóide em solo marciano.

O que eles querem dizer com isso? Quem somos nós? Para onde vamos? De onde viemos? Quem vai ganhar o BBB 8? O que aquela ministra comprou que gastou mais de 170 mil reais em um ano no cartão de crédito?.... O mistério persiste.

A verdade está lá fora.
Fox Mulder

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Tinha um vândalo no meio do caminho...

Deu em OGLOBO - 03/02
Estátua de Drummond volta a ficar sem os óculos, mostra leitor

RIO - Pouco mais de dois meses depois de ter sido consertada, a escultura em homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade voltou a ficar sem os óculos. A estátua, que fica no posto 6, em Copacabana, pode ter sido depredada por vândalos mais uma vez. As fotos foram tiradas na manhã deste sábado de carnaval.

É o momento oportuno de atualizar Drummond...

No meio do caminho tinha um vândalo tinha um vândalo no meio do caminho tinha um vândalo no meio do caminho tinha um descaso.
Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de estátua depredada. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha um vândalo tinha um vândalo no meio do caminho no meio do caminho tinha um descaso....

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Bebida, carnaval e Barbie..

Nesse carnaval, se for beber, não dirija.

Só queria saber quem foi o sacana que fez essa montagem com a barbie... Humor negor, mas muito maneiro.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Deu em O GLOBO - 28/01 - não dá para perder a piada.

Droga
Jovem de classe média é preso com skank na Lagoa

RIO - O guia de turismo Pedro Simões Lopes de Miranda, de 28 anos, foi preso na noite de domingo, em flagrante, por policiais militares do Serviço Reservado do 23º BPM (Leblon). O jovem de classe média alta estava com dez gramas de skank. Segundo os policiais, Pedro mora com amigos num apartamento na Avenida Epitácio Pessoa, na Lagoa, e operava um esquema de disque-droga na Zona Sul.

***
Droga que é droga não deveria chamar Skank, mas algo do tipo Molejo, Araketu, Mc Serginho e Lacraia, Dança do Créu, Calypso.. sei lá.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Boas propagandas... obras de arte, por que não?

Eu sempre achei que publicidade é uma forma de arte. Imagine que você tenha 30 segundos para dizer tudo que você tem para dizer. E o mais complexo: fazer com que as pessoas se lembrem de você depois de saírem da frente da TV. As propagandas a seguir são dois casos de genialidade sintética

É a propaganda de um atum (light)... mas dá a sensação que muita gente anda por aí assim.

Nessa outra, o pessoal do MacDonald nos faz pensar como um monstro do lago é útil em certas situações..

Tem uma sugestão de propaganda legal? Mande para a gente...

admin@areadeletras.com

sábado, 26 de janeiro de 2008

Parece piada, mas não é. (OGLOBO - 26/01)

Corte austríaca conclui que macaco não é gente

Por ser macaco, Matthew Hiasl Pan não pode receber donativos. Ele corre o risco de ser mandado embora do país.

A Suprema Corte da Áustria bateu o martelo na última terça-feira (15): chimpanzé não pode ser considerado gente. A Association Against Animal Factories, grupo sediado em Viena que luta pelos direitos dos animais, tentou fazer com que um macaco fosse considerado uma pessoa. Nome de gente, pelo menos, ele tem: Matthew Hiasl Pan. O nome humano também já foi motivo de briga com a Justiça, em setembro de 2007, em outro round dessa briga. O objetivo do grupo era ser nomeado tutor de Matthew e, assim, ganhar sua guarda. A Suprema Corte rejeitou o pedido.
***

E eles tiveram que fazer várias sessões na suprema corte da Austria para chegar a brilhante e supreendente conclusão: macaco não é gente.

Estou passado.... a partir disso, não duvido mais de nada.

Estão na corte de Viena os seguintes tópicos:
Minhoca não é mamífero;
Pardal não um aracnídeo...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Porcos solitários...

Deus está vendo tudo que você faz.
Tem muita gente que não leva isso a serio e na solidão, abusa...




Pois é, festas surpresas podem dar nisso.
...uma surpresa para os convidados

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

É sempre bom repensar... Cotas de novo

Deu no Jornal Estadão - 21/01
Suspensão de cotas na UFSC causa polêmica no Estado
Na segunda, a Justiça determinou que o sistema fosse suspenso na univerdidade porque não foi criado por lei

Voltemos à política de cotas...

Ações afirmativas ou interrogativas?

Chega ao Brasil uma política que já é moda nos EUA há uns vinte anos pelo menos: a política de ação afirmativa. Para quem não sabe o que é isso é mais ou menos como a estória do português que chega em casa e pega a mulher o traindo com outro homem no sofá. Indignado, toma uma atitude: vende o sofá. Na verdade, piadas à parte, é fazer a lei chegar onde a justiça social continua a passar longe.
É importante se perguntar constantemente se reservar cotas de vagas para afro-brasileiros (agora não se pode usar outra designação) em universidade e em cargos públicos é uma solução razoável. A exclusão de milhões de brasileiros (aí incluo os negros, mulatos, pardos, brancos e índios) do sistema de ensino assim como das oportunidades no serviço público se dá (muito mais me parece) por uma exclusão nos acessos a meios de formação dignos e que habilitem o indivíduo à competição em condições de igualdade no mercado de trabalho.
O precedente é perigoso e estamos sob o risco de lotearmos o país em nichos étnicos e mesmo sexuais. Há algum tempo, li no jornal que um líder gay na Bahia exigia que o governo reservasse uma cota de vagas para os homossexuais. Já imagino, sancionada tal lei, um candidato a um emprego ser entrevistado:
“Gosta de Gloria Gaynor? Já fez teatro infantil? Foi criado pela avó? É sensível? Acha o Alemão ex-bbb um gato?”
Ou pior ainda, justifica o entrevistador ao candidato que foi rejeitado a uma vaga:
“Seu currículo é muito bom. O fato de você ter se formado em Harvard e falar 4 idiomas faz um diferencial significativo na sua proposta de trabalho, mas infelizmente... você não é gay e temos que preencher a cota gays como manda a justiça.”
“Mas, Sr... Eu nem gosto tanto de mulher assim. Sou solteiro... vê?”
“Não é o suficiente.”
“Uma vez... quando eu era moleque....”
“Não me venha com estórias. O próximo. Interrompe o examinador bruscamente.”
Mas voltando a questão das comunidades afro-brasileiras. E em uma hipotética situação em que dois homens empatam na disputa por um cargo público, um deles mulato com cabelo crespo, outro, mulato, mas com o cabelo cortado rente o suficiente para dificultar a identificação como crespo, mais ou menos, ou quase liso ou mesmo liso. Qual o critério de desempate? Espera-se o cabelo crescer para tomar uma decisão. E quem fez chapinha... como fica?
É lógico que, em uma situação hipotética (e até absurda, mas não impossível) como essa, se expõe o ridículo de tal lei. Entretanto, infelizmente, constatamos que se tenta resolver na caneta o que não se resolveu com trabalho. Não é através de loteamento das instituições para essas classes excluídas que iremos alcançar a melhor distribuição de riquezas e a redução significativa das desigualdades sociais, mas sim através de políticas de investimento na qualidade de ensino e geração de empregos. Ouvimos falar em política de ação afirmativa, mas e quanto aos trabalhos sociais junto às comunidades? Por enquanto, por lá só chegaram algumas ONGs com o patrocínio de estrangeiros. A quem serve essa política do sofá?
Por fim, ficam algumas perguntas no ar:
Por que é que só negros pobres precisam de ajuda? O que fazem os burocratas supor que nosso país é composto só por afro-brasileiros pobres? Será que também não é uma forma de preconceito?
Será que resolve vender o sofá?