
Acho que foi por conta desse poder de síntese que algumas tribos entraram em extinção. Explico. Chegou-se a um ponto tal que para o líder da tribo dar uma bronca o cara só olhava e falava: Ó...! e todos já entendiam seu sermão sobre a virtude, a honra, a sensatez e a presença de um deus imenso e bondoso que cuidava de todos. Num estágio evolutivo posterior, era só uma levantada de sobrancelha e os demais se prostravam de joelhos.
Era um silêncio ensurdecedor.
Com o passar do tempo, todos morreram.. de tédio.
Mas, tudo isso é para falar que nessa busca por explicar os nomes surgem coisas absurdas e que me fizeram perder o gosto por etimologia (estudo da origem das palavras) muito cedo. Vez por outra aparece um a jornalista (sic) explicando que uma palavra se origina em uma outra expressão ou apresentando uma história mirabolante de uma palavra. No fundo, é um chute atrás do outro, mas que é tão bem bolada que a gente sai repetindo por aí com ares de verdade universal.
Bom, salvo raríssimas exceções, me esquivo de etimologias e assumo que uma palavra significa o que ela quer dizer. Já gostei de contar que morcego vem do latim mus (rato) e cecus (cego) porque os antigos romanos acreditavam que morcegos eram ratos que envelheceram e criaram asas.
Continuo gostando das historinhas, mas para mim, morcego é um mamífero que parece com o rato e que voa. (ponto final)
P.S.: A coisa mais absurda que já ouvi foi que a expressão cuspido e escarrado para referir-se a semelhança entre pessoas vinha do termo “esculpido em carrara”. E desde quando quando alguém é igual ao outro parece com uma estátua de mármore carrara. A idéia é esculpido (semelhante fisicamente) e encarnado (semelhante no jeito de ser).
Quem gosta do assunto pode dar uma olhada no www.areadeletras.com