quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Sabe como vai ser 2015? De novo...

Espere que vai ser um ano interessante. Você aprenderá muitas coisas e esquecerá outras tantas. Investirá em novos projetos e ideias e desistirá de outros tantos. Nesse ano, você irá conhecer novas pessoas e nunca mais ver outras. Alguns afetos se tornarão desafetos e você encontrará lealdade onde menos esperava. Assim como deslealdade onde não acreditava haver. Você ganhará dinheiro, mas perderá dinheiro pagando contas, impostos, tarifas, boletos etc. Haverá dias de chuva, outros de sol, engarrafamentos, trânsitos livre embora esses sejam cada dia mais escassos.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

1984 nunca foi tão real

Outro dia, recebi uma postagem de um site de humor na internet que brinca com notícias no facebook. Eles diziam que um casal gay havia sido proibido de adotar um surfista de 22 anos. Obviamente, uma brincadeira, uma piada... No meio de diversos comentários de "rs" e "kkkkk" surgem alguns dizendo que não existem graça em se fazer humor com isso, rir do oprimido exalta o opressor (hã??); outro, de uma associação de pessoas que adotam outras pessoas mais velhas escreveu um manifesto de repúdio e revolta com a piada. Era muita raiva e revolta verbalizada ali. 
Tempos atrás, vi um site em que havia uma piada de português também receber comentários sobre Xenofobia (hã???) e outro que trazia uma piada de caipira, receber críticas pela exaltação do estereótipo que contribui para a perpetuação do preconceito e da exclusão. Em um site com uma piada sobre papagaio, uma moça, em um comentário virulento, dizia que enquanto rimos, incentivamos o desrespeito e desprezo as espécies de animais. Enfim...

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Um é artista é um artista e ponto final

Na década de 60, surgiu o mito da arte engajada. Uma ideia meio torta de que a arte só é válida se possui um vínculo político, um comprometimento com a mudança e os ideais revolucionários (sic). As pessoas esquecem que o revolucionário de hoje nada mais é do que um reacionário que ainda não teve sua vez de cultivar suas ojerizas às mudanças. Afinal, outros revolucionários sempre virão para se opor aos velhos que se tornarão os reacionários de então.
Mas não estou aqui para isso. Sempre fui meio parnasiano e admiro a arte pela arte, Ars gratia Artis. Admiro pelo poder contemplativo que ela tem de me remeter a um estado de êxtase que não se compromete com nada a não ser com o momento em que me sequestra da realidade.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Meus medos

Meu filho, Bruno, pede sempre que eu arrume a cama dele antes de dormir e faça o Nescau. Ele gosta da cama esticadinha e do Nescau mais forte que eu faço. 
Bruno me vê como uma espécie de super herói. Tudo isso, diferente do meu filho mais velho, Daniel, que tem uma visão mais próxima da realidade e, frequentemente, me vê e me trata como se eu fosse eu irmão mais velho. Quando a coisa azeda, eu o lembro que não sou irmão, sou pai. Acho que ele tem memórias além desse corpo que o confundem.
Mas o meu pequeno Bruno olha para mim como se eu fosse um ícone, um herói. Tomou vacina olhando para mim e disse: viu? Eu não tenho medo. E completou: Igual a você.

sábado, 25 de outubro de 2014

Às vezes, mas só às vezes...

Às vezes, mas só as vezes, tenho muito medo do rumo que as coisas seguem no plano da ideias por aqui. Não estou falando de obras, governos, políticos, partidos... Com relação a esses, concordo com todos para não desagradar meus amigos e, ao mesmo tempo, manter-me livre e longe de suas argumentações, mas fico mastigando minhas ideias durante muito tempo sobre o que penso. Não. Não vou compartilhar isso. Você está certo e eu estou, bem, estou calado e assim desejo ficar sobre esse assunto. 

Mas não. Não falo disso. Falo das ideias. Acho que se chegou a um ponto em todas as argumentações migraram do campo das ideias para o campo pessoal e fulano está errado porque é de uma elite dominante, logo, o erro, o preconceito, a tendência a exploração, enfim, tudo que há de ruim lhe é inerente. Nem precisa abrir a boca. Ele está errado.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O que aprendi em 20 anos de magistério

Lá se vão 20 anos de magistério e sempre penso que depois dessas duas décadas, muito mais do que ensinei, aprendi. É aí que elenco mentalmente algumas centenas de coisas que me foram ensinadas como professor e aqui listo algumas. Entrei na sala de aula há 20 anos pela primeira vez para ensinar Língua Portuguesa e carrego hoje tudo que aprendi  com, pelos meus cálculos, mais de 5.000 alunos, na verdade, mais de 5 mil professores que me ensinaram quase tudo do que sei com relação minha mais difícil tarefa nessa existência, viver e conviver.

1. Alguns alunos irão amá-lo, outros odiá-lo e outros serão completamente indiferente a sua existência. Todos pela mesma razão, pelo que você é. Não dá para agradar todo mundo, mas tentar ser amigo e justo com eles é uma meta que não se pode descartar nunca;

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Um blefe por uma bela história? Negócio fechado.

Toda vez que lhe perguntavam seu nome ele respondia: 
- Shihum. 
As sobrancelhas se franziam e ele explicava que Shihum foi um guerreiro chinês da dinastia Ming que durante as lutas de libertação de seu povoado no ano de 1624, deparou-se com um dilema que o colocava entre lutar pela liberdade ou buscar abrigo para si e todos os seus nas montanhas. E cortado pela luz do por do sol, o guerreiro fez um belo discurso enfatizando que a uma vida sem liberdade e fugindo era por si só a morte. Depois disso, lançou-se de peito aberto contra os inimigos e como protegido pelos deuses derrubou uma tropa de mais de 100 guerreiros.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O mito da mal amada - o drama feminino

Freud já dizia que o desejo do homem é ser objeto de desejo do outro e assim alimentamos no fundo a vaidade e direcionamos nossa libido. Com base nisso, é fácil entender a mal amada, ou para os mais curtos-e-grossos, a mal comida.
Elas se revelam em ambientes de trabalho ou acadêmicos, pois é o meio que lhes permite projeção e canalização da libido. Apresentam um comportamento obsessivo com a perfeição e controle de tudo o tempo todo. Além, é claro, de uma tendência de agredir tudo aquilo que, de alguma forma, lhes ameaça o status ou o poder adquirido. Normalmente, são solteironas, separadas ou casadas frustradas e infelizes...

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O mal resolvido - o dilema do macho da espécie

A autoestima masculina não nasce necessariamente no mesmo lugar que nasce a da mulher. Fomos educados para sermos os donos do poder, o mantenedor, a viga mestra da sociedade. Somos "o todo poderoso macho adulto".
Nem tão poderoso, pois estamos submetidos a todas as intempéries de todos os mortais sejam homens ou mulheres. O poder representado pelo dinheiro e pela dominação sexual pode se esvair com muito mais facilidade do que imaginamos e perdê-los implica um ataque arrasador à autoestima masculina.

sábado, 6 de setembro de 2014

De médico e louco... Será que todo mundo tem um pouco? Ou um muito?

Paro de ler meu jornal...
Penso que tenho sérias razões para crer que estamos vivendo uma epidemia de paranóia de perseguição. No trabalho, em casa, no clube, nas ruas em todos os lugares encontro pessoas que incorporam ideias obsessivas que assumem tom de verdade absoluta. Chego a me perguntar se não estão certos e eu é que estou alienado a tudo e todos, uma espécie de autismo opcional de minha parte.
Conheço pessoas que têm certeza de que perderam o emprego ou o relacionamento por causa de conspirações que vão além da nossa compreensão. Tramas engendradas de tal forma, envolvendo mentiras, jogo de poder, rancores, armadilhas de linguagem, arrivismos internos, enfim, elementos de uma trama de Hollywood. Há conspirações por toda parte e aquela pessoa que te sorri, na verdade, aguarda o momento para, ao ouvir a palavra-chave, fazer o seu papel na imensa trama para puxar seu tapete ou desforrar um rancor guardado há anos de algo que você nem sabe que foi capaz de atingi-la... Há uma enorme armação para o destruir, para o desacreditar.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Estatística... 1 em cada 3 se preocupa com isso

Se há uma coisa que me apavora é estatística. Saber que estamos sujeitos à tirania dos números e seus senhores me deixa em pânico. Abro o jornal e leio de cara as terríveis estatísticas. A possibilidade de chover, de subir a inflação, de pegar AIDS, de ser atropelado, de ganhar na loteria... Ufa ! Quanta possibilidade!Acordo de manhã e vejo que há possibilidade de chuvas esparsas no fim do período, o PIB cresceu 5% ano passado, meu time tem 45% de chance de se classificar para a próxima fase do campeonato, o carro que comprei tem uma desvalorização anual de 12% e eu, meu Deus, até eu... tenho 20% de chances de ser assaltado. É claro! Uma em cada cinco pessoas já foram e eu ainda não fui. O próximo, com certeza, sou eu.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

As coisas têm gosto de quê?

Quando a gente nunca comeu algo, costuma-se a fazer a célebre pergunta: tem gosto de quê? Ou ainda, parece com o quê?
Na verdade, nada se parece com nada. Rã tem gosto de quê? Putz, sei lá, meio frango, meio peixe, mas não crie expectativas... é diferente dos dois. Gosto é uma percepção intangível para quem não prova e, normalmente, inadequado às palavras de que dispomos no nosso vocabulário.
Pior ainda são os gostos de cheiro. Aquelas coisas que tem o gosto do cheiro de outra. Por exemplo, sempre achei que alguns tipos de maçãs têm gosto de cheiro de Superbonder... vai entender...

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Números, números, números.... Vale a pena ler de novo...

Os programas de telemarketings se valem de argumentos no mínimo esdrúxulos para nos convencerem de que precisamos de algo que, no fundo, não nos faz a menor diferença na vida. O mais cômico deles é a relação numérica. Um produto para cortar batatas em quadradinhos (sem o qual ficaríamos muito bem sem ele) custa 800 reais. Sempre anunciado que o preço é menor do que se você comprasse um equipamento profissional no mercado. Aliás, quem disse que eu queria um equipamento profissional mesmo? Não queria nem um amador...
Ah... se você comprar fora, e à vista, ele sairia por apenas R$ 0,73 por dia. Isso sem comentar que o custo está diluído em 1095 dias em três anos....

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Entre justificativas e desculpas

As razões para não se fazer alguma coisa são sempre mais fortes do que a razão para fazer. A começar pelas tentações do estado de inércia absoluta. O prazer de não fazer nada nos coloca em uma situação passiva diante da vida enquanto agentes fazem o mundo girar.
E aquele que opta pela inércia segue a criticar sempre dizendo que há maneira melhor de se fazer, a dele, no caso. Mas que, no fundo, ninguém sabe se é um a maneira boa ou má já que quem poderia fazer não vai fazer mesmo.
Vejo, muitas vezes, que, diante de uma tarefa que levaria duas horas, as pessoas passam os primeiros vinte minutos imaginando uma boa desculpa para não fazê-la. O tempo, as circunstâncias, o entorno, o clima, enfim, tudo serve para justificar a sua inércia absoluta.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Guia do depressivo moderno ou "no dos outros é refresco"

Há uns anos foi o caso Isabella: um casal entra em um apartamento e minutos depois uma menina é jogada pela janela. Não foi ele, não foi ela, não foi ninguém... Na verdade, foi uma terceira pessoa. Bom, até onde sei, a primeira pessoa, EU, a segunda pessoa, TU e a terceira pessoa... ahá.. ELE (ou ela). O advogado se prepara para dizer que a mulher sofria de depressão.
Pouco depois, em São José dos Campos, São Paulo, um pai tenta jogar um filho pela janela, mas não obtêm o êxito de seus depressivos inspiradores. Não foi dessa vez... O advogado já se apressou em relatar a depressão do seu cliente.
No Paraná, uma mulher jogou um bebê de seis meses pela janela, dessa vez, bingo... conseguiu. Os policiais a detiveram e ficaram surpresos porque ela não manifestava o menor arrependimento. Resoluta, afirmou que queria se livrar do bebê... E que tomava fortes remédios de depressão. Antecipou ao advogado que iria dizer que ela sofria de fortes crises de depressão.

domingo, 10 de agosto de 2014

Eu não odeio segundas-feiras...


O Garfield odeia segunda-feira, eu não. Aliás, acho que todo mundo odeia segunda-feira.
Vítima de injustiças sociais e culturais, a segunda-feira é considerada o primeiro dos dias.... e o pior deles. Espera aí.. primeiro é domingo, mas só porque você fica à toa vendo Faustão, você considera que a grande vilã da semana é a segunda. Isso acontece porque você  esquece que segunda tem trabalho, mas não tem Faustão e isso já era o suficiente para louvarmos este dia da semana.
Na segunda, começamos um regime e ficamos mais magros, começamos a economizar dinheiro e ficamos mais ricos (ou menos endividados), começamos uma promessa e ficamos mais mentirosos, seremos outra pessoa (igualzinha a essa que você vê, mas bem melhor)... Voltaremos para a academia. Claro. Você já viu alguém tomar uma decisão importante em sua vida numa quinta-feira? Quinta-feira é o dia mais sem graça da semana.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Filosofia popular pela metade... Daí...

Alguns autores de linguística dizem que não existe o texto incoerente, nós é que não conseguimos ancorar a compreensão no plano em que o enunciado se origina.
Sei não...
Não que eu discorde totalmente, mas acho que tem gente que abusa desse argumento, às vezes, sem ao menos saber que ele existe.
Conheci uma senhora que adorava ilustrar os seus discursos com um dito popular que, vez por outra, não dizia nada com coisa nenhuma. Certa vez, contando-lhe o caso de um rapaz que estava namorando uma moça que era encrenca pura ela disse: é isso aí, o bom filho a casa torna. Outra vez, uma pessoa próxima lhe narrou um caso de um homem que traiu a mulher, morreu na casa da amante e foi a mulher que teve que buscar o seu corpo. E ela concluiu: Em casa de ferreiro, o espeto é de pau.

sábado, 2 de agosto de 2014

Em tempos de guerra e eleição, a primeira vítima é sempre a verdade.

Ô coisa difícil (para a maioria das pessoas) é pensar. Ainda mais em tempos de eleição... 
No geral, há 3 coisas que motivam fortemente o ser humano em aderir um uma campanha de um partido/candidato X ou Y: 1. Interesse pessoal. Você é um profissional que trabalha com o partido ou o candidato, obtém proveitos pessoais em conseqüência disso e é natural que defenda seus interesses; 2. Ingenuidade. Você acredita que fulano vai mudar alguma coisa, que tem boas intenções que quer um mundo melhor além dos vídeos de campanha em que ele mostra jovens balançando bandeiras nas ruas e sorrindo. 3. Parasitismo. Esse caso não trabalha com o candidato e nem quer isso. Ele vive às custas do poder político há décadas não necessariamente com emprego mas com situações de intermediário em processos bem lucrativos para ele. Precisa do político para manter e expandir o seu parasitismo.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Que história de outra face é essa?

Uma das coisas lidas de forma mais errada no Cristianismo como filosofia é a história de dar a outra face. Muitos interpretaram isso como uma atitude mansa e conformista de se, ao baterem em você, ofereça o outro lado para bater. 
Vamos lá, primeiro isso é uma metáfora. Alôôô... Metáfora - figura de linguagem que estabelece uma comparação não expressa literalmente. No caso, não se está falando nem de cara, nem de tapa, mas de ação é reação. Reação diversa de ação.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

A vida é uma novela

Só assisto a novelas às quarta-feiras e percebi que a Globo segue uma lógica básica desde sempre. Agora, ainda insere de uns anos para cá mais um horário de novela do fim de noite que serve para atrasar mais ainda o Jornal da Globo e colocar o programa do Jô de madrugada. Considerando que o Jornal da Globo mostra as mesmas coisas dos outros jornais e que o Jô é chatinho pra cacete. Acho que é uma maneira de nos poupar dessa programação raspa-do-tacho. Mas veja só...

De tarde
Novela velha que passou há um cacetão de tempo e vai ser assistida por gente que, com certeza, não tem nada para fazer. Aí eu penso: olha, o fulano, novinho nessa época. Pensamento bem óbvio esse.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Bem no meio do seu...

Outro dia, eu passava pela porta dos Correios de minha cidade e ouvi duas senhoras de uma certa idade (mais de 65, elas tinham com certeza) conversarem. Eu ia subindo a ladeira logo atrás delas enquanto a mais exaltada contava uma história que não entendi direito, mas ouvia aos pedaços. Só peguei a parte em que ela dizia: - Aí, eu disse a ela, quer bem, não quer vai tomar bem no meio do seu c*!
Fiquei com aquilo na cabeça. Quem despertava tamanha ira naquela senhora que deveria ir tomar bem no meio do seu c*.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Tudo aquilo de que eu não preciso pra ser feliz

Uma das coisas de que mais gosto quando passeio em um shopping é ver a quantidade de coisas de que eu não preciso para ser feliz. Passo pelas lojas e contemplo um monte de coisas que eu poderia comprar, mas que não me despertam o menor interesse. Imagino como dever ser ruim querer aquilo tudo e não poder, mas pensem como é libertador poder e não querer.
Vejo camisas sociais que eu consigo comprar por 80 sendo vendidas por 350. Pessoas comprando uma camisa polo que valeria uns 50 reais por 250 só porque tem uma etiqueta que fará com que os outros pensem que elas têm um dinheiro que não têm.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Brasileiro: o mais feio dos patinhos

Que o brasileiro tem complexo de patinho feio, isso nós já sabemos. Quando viaja para o exterior volta com a arma carregada falando mal de tudo que se encontra do aeroporto para fora. Tudo no exterior, das pessoas às coisas, tudo é perfeito. Quando moram lá durante alguns anos relativizam as coisas e veem que há coisas e pessoas boas e ruins em todos os lugares, mas enquanto é turista, tudo é lindo e perfeito.
Quando houve a vaia ao hino do Chile em Belo Horizonte, uma multidão de seres ilibados e tocados pela perfeição divina, encarnação tupiniquim dos anjos que cercam o Pai, se apressaram a pedir perdão aos chilenos, quase de joelhos demonstrando sua superioridade a todos os bárbaros que nessa terra compartilham o mesmo título de brasileiro.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

E aí? Está lembrado de mim?

Não tem nada mais desconcertante do que alguém o abordar na rua do nada e perguntar: E aí, fulano? Quanto tempo? Se bem que tem coisa pior sim... é ele perguntar: E aí, está lembrado de mim?
Em alguns minutos nos sentimos o maior pulha do universo. Um canalha, um ingrato desmemoriado que não se lembra do nome de uma pessoa que efusivamente saiu de onde estava, caminhou até nós e com um sorriso nos lábios no saudou. É.. nos saudou, mas perguntou a única coisa que não poderia ter perguntado. 
Não se pergunta isso aqui a ninguém. 
Seguimos, então, naquele joguinho falso de ficar ali no papo meio vazio tentando buscar referências, sugestões.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Você tem razão...

Na semana passada eu fiz 43 anos, há 43 invernos que estou por aqui, afinal, nasci no primeiro dia dessa estação. Nessa idade, pelo menos para mim, as coisas são muito mais claras do que aos 23. O tempo que eu vivi, provavelmente é maior do eu vou viver. Não tenho mais tempo para desperdiçar. O relógio corre contra mim e, por isso, tornei-me extremamente seletivo. Meus minutos seguem em uma contagem regressiva que não me dá mais tempo em me empenhar na comprovação de que sou mais inteligente, mais culto, mais esperto (até porque é bem provável que não seja mesmo fazendo isso).

segunda-feira, 16 de junho de 2014

O xixi e a missão de cada homem

Certa vez, li em uma revista americana que uma empresa de produtos sanitários colocou uma imagem de uma mosquinha em alto relevo em um daqueles tapetinhos que ficam dentro do mictório. O motivo disso foi o argumento de que os homens focariam o xixi sobre a mosquinha e não fariam fora do local certo para isso.
É não é que deu certo. Eles agiram com extrema psicologia e conhecimento da mente do macho da espécie humana.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Brasil: o país da autossabotagem


Pode parecer estranho, mas uma coisa com a qual custou-me a adaptação no Brasil é a autossabotagem. Para entender melhor isso é de grande valia assistir a um filme chamado “Uma primavera para Hitler” (the Producers, em inglês), 1968,  de Mel Brooks. O filme é muito divertido e conta a história de uma peça de teatro que é feita para dar errado (um golpe, claro), mas, catastroficamente, dá certo. É o fracasso que daria lucro... tese estranha?

quinta-feira, 5 de junho de 2014

É Friboi? Tem um cabelo na minha comida!

Aquela propaganda da Friboi se torna aos poucos um pesadelo meu. As pessoas estão em casa, na sua intimidade de um almoço em família, alguém comenta sobre a carne, um diz que "é claro, é Friboi" e do nada, surge o Tony Ramos.
- Caraca, Tony Ramos, tá maluco, véio.. você surgiu de onde, porra!?? 
Bom, mas ninguém reage assim. Sai do nada uma cópia de Monga, a mulher gorila e ninguém se assusta e ainda acham graça do Tony Ramos sair detrás da geladeira e dizer: sim, é Friboi.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Marketing ostensivo do traveco

Outro dia tive que ir ao prédio do ministério público no centro do Rio e, para chegar lá, passa-se por uma rua chamada Erasmo Braga que tem um trecho em que só circulam pedestres. No meio de passantes e fachadas de restaurantes comerciais, percebi que ali jaziam ainda os últimos exemplares da espécie dos orelhões que tiverem sua extinção quase decretada com o surgimento dos Celularis Personalis, que hoje superam o número de habitantes do país. Se eles adquirirem direito de voto, em breve nosso presidente será um iPhone ou um Galaxy Samsung.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

A esteira ergométrica do mal

Para início de conversa, tenho inúmeras restrições àquelas pessoas que fazem ginástica que somam dançam, ritmo e multiculturalismo. Não desgosto das pessoas na verdade, o que me irrita é o sorrisso delas. Parece que elas acordam, dão um sorriso e aplicam fixador. Daí, seguem o dia com a cara do Coringa: Why so serious
E o cara diz que você perde peso se divertindo. Alô, amigo, eu me divirto jogando Call of duty e não perdi UM quilinho sequer! Isso é como dizer para o cara que descarrega farinha que ele ganha músculos e perde peso trabalhando. Uma política Pollyana de ser.
Quer coisa melhor que isso? Olha… se não for pedir demais, quero sim.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Eu estou só curtindo sua foto

As redes sociais criaram um código novo. Compartilhar, curtir, postar...exibir sua vida pessoal, o que se come, aonde se vai, o que se faz, o que se pensa. Ainda que ninguém tenha perguntado sobre sua opinião, as pessoas são compelidas a dizer o que acham. Discussões no Facebook se espalham e surgem apelidos como coxinha para todo aquele que não ecoa e reproduz em eco o pensamento obrigatório de esquerda, o atual politicamente correto da moda. O politicamente correto é ditatorial e autoritário.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Teatro de horrores de personagens patéticos


Uma vez eu escrevi sobre o poder que deforma aqui no saco de filó. Hoje cedo, acordei com uma postagem de uma frase atribuída ao presidente do Uruguai José Mujica, o popular Pepe Mujica, um cara do bem, bacana mesmo. Uma exceção no meio de tanto Zé Ruela da política mundial. Ele dizia que o poder não muda as pessoas, mas as revela verdadeiramente.
Na minha trajetória de vida, vi o que o poder pode fazer com as pessoas. Ele funciona como um potencializador de suas características. Ele não o muda, ele o potencializa no que você já é.

segunda-feira, 31 de março de 2014

O clichê dos clichês... Clichezando a segunda-feira.

Sonhei que eu era um sujeito estranho, aparência de "sem banho", tinha um cachorro, morava em um apartamento mal cuidado, tinha sido largado pela mulher, era desajustado, rebelde e estava em uma investigação para vingar a morte de um amigo meu. Meu chefe, um "negão" boa praça e que se compadecia das minhas dificuldades com álcool me olhou, pediu meu distintivo, minha arma e disse:

- John, fique fora disso.

Eu nem me chamo John, mas daí pra frente saquei que era um filme policial passado em Los Angeles... Uau!

Já sei como termina...
Sem estresse daqui para frente.
Respirei aliviado...

segunda-feira, 24 de março de 2014

O que é realmente essencial? O que faz a diferença?

O fato é que, na vida, muitas vezes, o que faz a diferença é uma camisa dentro da calça. Camisa dentro da calça foi a curiosa, mas apropriada maneira de falar a respeito de algumas coisas que fazem uma diferença considerável.
Por que não dizer, muitas vezes, uma estúpida diferença.
Na porta de uma festa, o indivíduo tenta entrar. O porteiro o interpela.
"Convite senhor."
O homem enfia a mão no bolso e tira um papel amarrotado, logo entregando-o ao funcionário.
"Aqui!"

terça-feira, 18 de março de 2014

O tempo e as jabuticabas - Rubem Alves

[Nunca publiquei um texto no Saco de Filó, em 7 anos, que não fosse meu. Mas esse texto de Rubem Alves é tão perfeito que eu queria que fosse meu. E publico dando os devidos créditos]

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. 
não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Webchatos e outras modernidades

A internet é cheia de lendas urbanas. Vira e mexe somos bombardeados com e-mails de pessoas que acham que estão prestando um favor imprescíndivel para nossa existência ao nos avisar que se não repassarmos o e-mail para mais X pessoas, nossa conta no hotmail será deletada, nosso perfil do facebook será apagado ou outro serviço de web (FW REPASSEM PARA SEU AMIGOS... ATENÇÃO!!!). Estas pessoas acreditam que precisam nos proteger de um grupo de bandidos (FW: REPASSEM...) que oferecem perfume no estacionamento do shopping, desmaiam a pessoa e roubam-lhe os rins... os dois.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Requeijão vencido

Mesa do café da manhã. Mulher serve o café de roupão e senta à mesa. O marido pega o requeijão e nota que tem bolor no requeijão e que está velho. 

- Amor, é impressionante! Você compra queijo, requeijão, presunto.. não dá conta de comer tudo e acaba estragando. Você ainda não percebeu que é muita coisa e sempre estraga uma...
- Está estragado não...
- Tá sim... tem uns bolores meio verdes nele.
- Ih.. tem mesmo e o pior é que nem vi e estou comendo isso desde ontem. (cara de nojo)

- Pois é. Eu falo. Eu até li outro dia na internet que esses bolores do requeijão dão alucinação, delírio.. esse troço pira a cabeça do cara. É.. meio droga, meio chá de cogumelo.. bolor alucinógeno... Argh!

segunda-feira, 3 de março de 2014

Carnaval, tudo igual...

"Em fevereiro, em fevereiro... tem carnaval, tem carnaval..." (Esse ano veio em Março...) já diz a musiquinha do século passado. E tem mesmo, sempre, tudo igual, de novo, outra vez, o mesmo. A Globo vai mostrar flashes do carnaval de Pernambuco com um monte de gente jogando as pernas para frente com sombrinha na mão e o tal do Galo da Madrugada com aqueles bonecões que parece coisa de trabalho escolar. Na Bahia, vários trios elétricos com um monte de gente suada atrás e sempre há uma dança nova exatamente igual a velha, mas com nome de impacto (esse ano é o Lepo-lepo que, sabe lá Deus que merda é essa...).

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Propagandas que nos fazem pensar.... besteira.

Há alguns comerciais atualmente que me deixam sempre encucado. Um é o do Activia. Um iogurte que facilita o funcionamento do intestino. Uma vez que é um problema predominante de mulheres (Homens são mais propensos a fazerem merda… #énois) ele sempre traz mulheres que se encontram em lugares públicos e, logo depois de um “Oi” já entram no papo de como vai o seu intestino. Sinceramente, não sei o que as mulheres conversam, mas eu estranharia se um colega me perguntasse: e aí, fez cocô hoje? Putz, que papinho merda!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Todos somos substituíveis…

Falar isso em um mundo de politicamente correto é colocar a cara na reta da rajada de metralhadoras. Mas vamos lá.... É óbvio que não estamos falando do aspecto afetivo da questão. Se gostamos de alguém, não dá para substituir esse alguém por outro e gostar exatamente igual. 
Entretanto, no ambiente de trabalho esse discurso não cola e só serve quando sua intenção é fazer com que a autoestima das pessoas melhore um pouquinho e elas sintam que são mais importantes do que realmente são.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A cômoda poltrona da “vítima”, a inversão dos papéis

Vivemos em uma triste e esquizofrênica era em que ser vítima é o sonho inconsciente de muitos que, enquadrados em uma minoria (sic) podem invocar para si direitos de proteção do estado e legitimação de qualquer asneira que ele fizer. Trabalhei com um cara, certa vez, que fazia muita besteira no ambiente de trabalho e toda vez que o acuavam ele disparava: fazem isso porque eu sou X.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A lógica obscura e perversa do "idealismo"

Em uma sociedade capitalista, quando um não trabalha e come e se veste é porque outro está trabalhando por dois para ele comer e se vestir. Quando o camarada abandona seu posto produtivo (se é que ele o tem) e parte para a rua a fim de quebrar coisas que lhe estão pela frente, confrontar polícia, usar bombas e rojões, alguma coisa o motiva além de um idealismo que, no fundo é conversa mole para boi dormir. No final desse arco-íris, temos sempre o mesmo pote de ouro, dinheiro e poder. Não necessariamente nessa ordem.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Coisas sobre os homens... é sempre legal saber (coletânea web)

1. Fale o que pensa. Não é por mal, mas não somos muito bons com indiretas;

2. Quando fizermos uma cagada, fale somente uma vez. Não precisa repetir 2354 vezes a mesma coisa. Nós entendemos de primeira;

3. Você fica extremamente sexy com aquele seu pijama velhinho de algodão. Aliás, até com calcinha bege você fica sexy... nós gostamos de sexo e não de roupas;

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Qual o preço da justiça das ruas?

Existe um abismo entre o que pensamos, o que falamos e o que fazemos. A sociedade criou um sistema de coerção (para o bem da nossa convivência) que permite que essas três instâncias da nossa existências sejam bem policiadas. O que fazemos é restrito por leis que limitam as ações e garantem os direitos de nossos semelhantes, o que falamos é limitado pelo senso comum e pelo politicamente correto que nos dá fronteiras em que nossas palavras seriam agressivas e feririam o próximo. Por fim, restou o que pensamos. Um território quase incontrolável e desprovido, muitas vezes, de todo e qualquer limite que não os definidos pelos instintos animais mais primitivos nossos, proteção, destruição, vingança e vai por aí.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Tudo tua culpa...

A imensa maioria das pessoas que conheço e com quem convivo possuem uma capacidade surpreendente de achar culpados. Diante de um problema, todas as energias se convergem no sentido de encontrar um culpado que não seja ele mesmo, é óbvio. 
O fato é que, nessa vida, conheci pouquíssima gente que vê o resultado negativo, analisa e conclui, “fiz besteira”. O responsável fui eu mesmo porque fui negligente, porque não estava à altura de dar conta, porque fui incompetente de verdade.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Da geração Coca-cola só ficou um arroto...

Hoje, as passagens no Rio subiram de 2,75 para 3,00 reais e esse aumento de uns 9% me fez lembrar aquela histeria coletiva em junho do ano passado. Manter a lucidez em meio a uma legião de bonecos de fantoches de redes sociais gritando “não é pelos 0,20” foi esforço quase insano. Vi gente boa e que eu, até então, considerava inteligente gritando no facebook “o gigante acordou!” E eu pensava “caramba, que gigante?”. Por fim, lembrei de um colega de rede social que eu considerava um idiota, mas não um idiota  perfeito (afinal, ninguém é perfeito) que postou que estava detonando os reacionários do seus grupos de amigos. Por reacionários, entendam, todos que discordavam da histeria coletiva vigente.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Malhando a coisa errada...

Quando eu era mais novo malhava para ficar sarado, hoje, malho na expectativa de não ficar doente. E isso me basta. Fico realmente impressionado (e penalizado) com as pessoas que andam obcecadas por isso e acredito que os vermes ficarão satisfeitos ao devorarem um defunto tão em forma no futuro.
Vejo uma obsessão que tomou conta das pessoas em não comer nada, malhar muito, tirar medidas para ver se a delas se encontra perto da perfeição e, na verdade, nunca se encontram, pois a perfeição é como a ponta do nariz para os olhos. Quando um chega, o outro já está um pouco à frente.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Mentiras e verdades da mídia

Mentira deslavada é o nome se dá a tudo que a mídia divulga e que contraria nossa opinião ou interesse. Já verdade, é aquilo que a mesma mídia divulga e que serve como dados para endossar nossas opiniões e garantir a manutenção de nossos interesses.
Se um jornal divulga dados negativos quanto ao índice de empregos no país, por exemplo, trata-se de uma mídia golpista, tendenciosa e manipuladora. Entretanto, se esse mesmo jornal divulga números favoráveis, esses dados são usados para comprovar as ideias que defendemos...

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A questão do "rolezinho" sob outra ótica

Tudo bem.. eu sei que pensar no contrafluxo do senso comum é quase um crime inafiançável, mas vou correr esse risco. Essa história de rolezinho não tem nada de conotação de luta por direitos civis, igualdade etc... Isso é balela!
Não se está lutando pelo direito de ir ao shopping. Esse direito, as pessoas sempre tiveram e, se houve algum tipo de discriminação algum momento, foi divulgado pela mídia e e punido de acordo com a lei.

Isso é frustante para maioria das pessoas que buscam discriminação em tudo e todos que estão em volta. Não digo que não haja preconceito no Brasil, seria hipocrisia, mas ficar achando preconceito e discriminação em TUDO já é uma patologia e precisaria de tratamento psiquiátrico e não de incentivo.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Triste é não ter e ter que ter pra dar

Tem uma música do Djavan chamada Esquinas que diz “sabe lá o que é não ter e ter que ter pra dar”. Acho que, quando a gente entende isso, alguma coisa muda por dentro realmente. 
Não receber quando se espera algo é dolorido, mas ter que ter para dar e não ter o que dar, tendo a consciência disso, é mais pesado ainda. A única vantagem de estar na posição de quem não tem pra dar é que, na imensa maioria das vezes, a vida poupa a pessoa da consciência dessa condição e, de certa forma, alivia o que seria uma dor e frustração maior do que a de quem não recebe.