quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

1984 nunca foi tão real

Outro dia, recebi uma postagem de um site de humor na internet que brinca com notícias no facebook. Eles diziam que um casal gay havia sido proibido de adotar um surfista de 22 anos. Obviamente, uma brincadeira, uma piada... No meio de diversos comentários de "rs" e "kkkkk" surgem alguns dizendo que não existem graça em se fazer humor com isso, rir do oprimido exalta o opressor (hã??); outro, de uma associação de pessoas que adotam outras pessoas mais velhas escreveu um manifesto de repúdio e revolta com a piada. Era muita raiva e revolta verbalizada ali. 
Tempos atrás, vi um site em que havia uma piada de português também receber comentários sobre Xenofobia (hã???) e outro que trazia uma piada de caipira, receber críticas pela exaltação do estereótipo que contribui para a perpetuação do preconceito e da exclusão. Em um site com uma piada sobre papagaio, uma moça, em um comentário virulento, dizia que enquanto rimos, incentivamos o desrespeito e desprezo as espécies de animais. Enfim...
Assim como no livro 1984, de George Orwell, em que havia um Ministério da Verdade, onde o grande Irmão decidia as palavras que podíamos usar e as verdades em que deveríamos acreditar, hoje existe algo mais perigoso, existem dezenas de milícias do Politicamente Correto que decidem quais palavras devemos usar, quais verdades em que se deve acreditar e de quais coisas se é lícito rir ou não.
Tenho receio dos rumos que as coisas tomam e da virulência com que essas milícias do PC agem na internet. Como paladinos da verdade e do bem, vivem sobre a presunção da virtuosidade pessoal e escondidos por trás dos teclados do mundo virtual se apresentam como seres corretos, conscientes, esclarecidos e acima de tudo, com a missão de converter todos ao bem e a verdade. 
Obviamente, o bem e a verdade deles.

1984 nunca foi tão real. O lado bom é saber que, pelo menos a princípio, não há um governo no comando e o lado ruim é que o grande irmão está mais perto do que se imagina e ninguém se dá conta disso.

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