Com toda popularização de uma tecnologia, vem o efeito reverso que nos força a buscar qualidade no meio de tanta quantidade. Antigamente, quando fotografávamos, seguia-se a isso uma via sacra em busca da foto impressa. O cara da loja de revelação recebia e já adiantava que só ficaria pronto em uns 15 dias. Obviamente, sem falar no custo absurdo que ficava revelar um filme de 36 poses. Ou seja, fotos, só para eventos importantes.
No final da década de 90, as máquinas digitais popularizaram a fotografia e permitiram que qualquer um tirasse fotos de qualquer coisa a qualquer momento. Eu acompanhei toda essa revolução e só comecei a estudar o tema quando me foi permitido tirar fotos à vontade sem ficar refém do homem da loja de revelações.
O efeito contrário dessa popularização é o show de horrores que pipoca nas redes de relacionamento. Uma montoeira de fotos tiradas com celular em luz péssima, desfocadas, em ângulos esquisitos com garotas fazendo um biquinho para o espelho da porta do guarda-roupa ou do banheiro que era para ser sexy, com certeza, era. Ou pelo menos, parece ser que era para isso. (Olha, conheci poucas pessoas lindas e fotogênicas suficientemente para ficarem bem nessas fotos). Rapazinhos fazendo pose com latas de cerveja na mão em churrascos ou na noitada para as pessoas olharem e dizerem: olha é um homenzinho e já até bebe. Olha como ele é farreiro... Isso sem falar no tradicional sinalzinho de metaleiro com os dedos que frequenta além dos show de rock, os pagodes, sertanejos universitários, exposições agropecuárias e bailes funks.
Tudo isso com poses sem noção, com fundos horrorosos tirados com câmera meia boca (ou celular que é tão meia boca em sua imensa maioria das vezes) ou, quando tiradas com máquinas razoáveis, essas são mal reguladas e mal usadas (o que ocorre em boa parte dos casos).
Apontou, fez pose, tirou.. clic.. pronto.
Olha só que merda.. mas vai para o Orkut.