Na semana passada eu fiz 43 anos, há 43 invernos que estou por
aqui, afinal, nasci no primeiro dia dessa estação. Nessa idade, pelo menos para mim, as coisas são muito mais claras do que
aos 23. O tempo que eu vivi, provavelmente é maior do eu vou viver. Não tenho
mais tempo para desperdiçar. O relógio corre contra mim e, por isso, tornei-me extremamente seletivo. Meus minutos
seguem em uma contagem regressiva que não me dá mais tempo em me empenhar na
comprovação de que sou mais inteligente, mais culto, mais esperto (até porque
é bem provável que não seja mesmo fazendo isso).