Aprendi a respeitar profundamente as crenças individuais sejam elas quais forem e penso, sinceramente, que o fato de uma pessoa crer em algo que não me parece muito razoável não a torna errada e também não me torna superior por me parecer que aquilo em que creio é mais ajustado a minha razão. Lido com pessoas que adotam crenças, principalmente, políticas que me parecem tão desprendida da realidade, mas reconheço que elas se vinculam a uma razão própria dessas pessoas, mas não a minha. Enfim, respeito e não sinto necessidade nenhuma de mostrar que talvez estejam equivocados. Até porque não sei se estão equivocados dentro de suas lógicas pessoais.
Mas um dia conversando com um dos colegas que assumiu para si o papel de paladino por um mundo melhor (o mundo dele, é claro) e uma nova ordem mundial (baseada nas ideias dele, é claro) eu tive que atualizar minhas definições de respeito ao outro.
O tema eram crenças esotéricas como um todo, todo tipo mesmo... e, lá pelas tantas, ele soltou um pérola da antítese discursiva.
- Não, cara, eu respeito as pessoas que acreditam nessas coisas... Se o cara teima em acreditar numa coisa idiota de retardado, sem sentido, estúpida dessa, é problema dele se tem esse tipo de debilidade mental...
Minhas definições de respeito precisaram ser atualizadas naquele momento.
O fato é que as pessoas têm uma necessidade tão grande de parecer do bem que seu desespero atropela a lógica do discurso. No fundo, todos querem ser do bem, todos acreditam no bem (mesmo que seja um conceito pessoal e autoritário de bem), todos trazem a certeza de que suas ideologias são o melhor para a humanidade. Até por isso aderem a elas...
Inclusive os nazistas pensavam assim... Ou você duvida de que eles acreditavam estar fazendo algo por um mundo melhor?
Tenho muito medo do mundo melhor que as pessoas preparam para mim.
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