quarta-feira, 29 de junho de 2011

Quem nunca fez que atire a primeira pedra..


  • Cantar músicas em inglês repetindo sons que nada se aproximam do que o cara da letra está dizendo;
  • Beber água no gargalo quando abre a geladeira e ninguém está por perto;
  • Soltar um pum dentro de carro fechado sozinho e bater arrependimento posterior ao fato;
  • Fingir que está dormindo quando alguém pergunta: fulano(a),cê tá dormindo?
  • (Homens)Ficar na expectativa de um movimento ideal de corpo para a plena visualização diante de um decote promissor;
  • Achar que é alguém muito azarado só porque na sua vez acabou o que estava sendo distribuído;
  • Disfarçar que nem notou o cacoete, dente sujo ou uma baita mancha cabeluda de alguma pessoa com quem se conversa;
  • Meter o dedo na boca quando ninguém vê para tirar um pedaço de milho de pipoca que está incomodando desde a saída do cinema;
  • Mentir para não ir à escola;
  • Fuçar no nariz quando ninguém está vendo;
  • Lamber a tampa do iogurte para aproveitar;
  • Mentir dizendo que está de saída ao telefone para encurtar a conversa;
  • Dizer para o cara do telemarketing que está dirigindo quando atende o celular, mesmo estando em casa sentado no sofá;
  • Dizer para a namorada/esposa que nem notou que a roupa da fulana deixava tudo a mostra;
  • Fuçar um machucado quase cicatrizado e atrapalhar todo o processo que já estava quase concluído;
  • (Homens) Ver uma mulher bonita chupando pirulito e pensar besteira (quase inevitável);
  • No restaurante, ficar tenso em como vai ser dividida aquela baita conta em que você só bebeu um guaraná e comeu alguns bolinhos de aipim e o povo todo todo tomou dezenas de cervejas e comeu dezenas de bolinhos de bacalhau;
  • Dizer: De nada. Não foi nada. Mesmo quando deu um baita trabalho para fazer aquilo que foi feito.

Enfim, a eterna arte de fazer uma baita cara pau e dizer: olha, nem notei. Quando todo mundo notou e constrangeu o protagonista do fato.

Conclusão: viver é a eterna arte do poker face.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O saco de filó mudou, agora você participa com seu texto

Nunca quis mexer no formato do Saco de Filó. Resisti durante anos a trocar um pouco a cara antiga e quanto a abrir o blog à contribuição externa, mais resisti ainda. Mas sabe que depois de quase 4 anos de blogue, acho que chegou a hora. Afinal, são mais de 400 leitores de feed, 330 seguidores do meu perfil (profmleite) no Dihitt, 370 seguidores pelo Google, 2870 seguidores do blog no Dihitt (8º Blogue do ranking geral e 1º na categoria Opinião) e uma média de 1400 Leitores por semana. Fico feliz que, despretensiosamente, tenha chegado a esses números. 
Alguém diria, mas o que são 1400 acessos na internet? Pois é... em acesso não é nada, mas em leitores já me coloca num patamar de blogueiros lidos sem promoção, sem troca de selo, sem troca de link, sem troca de textos de louvor mútuo. Além do mais, se eu quisesse acesso indiscriminadamente, teria feito um site de vídeos e fotos pornôs amadoras e teria mais de 10000 acessos/dia. Mas não é essa a ideia. Leio vários blogues e sou lido, pelo prazer de ler. Ou seja, Ars Gratia Artis A arte para e pela arte, no caso, de escrever.
Não vivo disso e nem pretendo viver. Divirto-me com isso. Sou blogueiro amador mesmo.. daqueles que se ligam o radical da palavra, que faz por amor, e só.
Enfim, o que muda a partir de fins julho...

As postagem serão atualizadas às terças, quintas e sábados no seguinte formato:

Sábado - Curta história
Uma série de microcontos dentro do padrão saco de filó, humor, ironia, reflexão. Sempre no formato de número de linhas e de palavras que consagrou o blogue.

Terça-feira - Comenta aí...
Texto já padrão do sacodefilo com comentários e opiniões sobre o cotidiano e o mundo dos blogues. 

Quinta-feira - Dia de visita
Espaço aberto para leitores, colaboradores enviarem seus textos que serão lidos e, se necessário revisados e publicados no Saco de Filó com os devidos créditos, email, referência e blogue do autor como link. 

Para participar mande um texto de 200 a 300 palavras para o email profmleite@sacodefilo.com que selecionaremos os mais adequados ao perfil do blogue e entraremos em contato para o pedido de autorização de publicação. O seu texto será publicado e o seu blogue será colocado na lista de parceiros na página parceiros do Saco. A partir daí, faça um banner de até 120 X 60 pixels que, depois da sua 5ª contribuição publicada, seu blogue passará a estar na página inicial do saco de filó.

O novo formato entra em funcionamento a partir da última semana de julho de 2011 (25/07).

A equipe do saco de filó aguarda sua participação
(a equipe, no caso, sou eu mesmo...rs)

sábado, 25 de junho de 2011

O Brasileiro e o complexo de vira-lata.

Em 1958, vivíamos o que definia Nelson Rodrigues como complexo de vira-lata. Resultado, obviamente, de uma maçaroca de teorias escalafobéticas de que a mestiçagem ora nos fazia um povo de párias, ora um povo de heróis, enfim, antes de tudo, um forte, concluía Euclides da Cunha. A seleção foi para a Suécia com os jornais propagando o turismo canarinho. Talvez, à exceção de Nelson e Mário Rodrigues, seu irmão e grande jornalista esportivo, todos tinham como certa a nossa vergonha nessa Copa.
Entretanto, não foi assim, em meio dribles de Garrincha, Pelé, Zagallo e outros, voltamos com o título. O primeiro, aquele que não veio em 1950 no Maracanã. Recuperamos, ou melhor, começamos a construir uma autoestima como povo. 
Já ouvi gente dizendo que os países do norte forjaram seu caráter nas guerras e privações. Nós não teríamos como forjar esse caráter e essa identidade, afinal, de qual guerra podemos tirar grandes lições e privações? Bem, até agora, felizmente nenhuma. Fundamos nosso orgulho, então, em ser a nação que ganhou 5 Copas do Mundo, que mostrou sua superioridade entre quatro linhas de um gramado. Ou entre as quatro linhas de uma quadra de vôlei. 
Mas não. Cadê o sangue dos mártires? Cadê as privações do povo? Cadê? Não tem. No ápice de nosso orgulho nacionalista, temos a imagem de um homem de camisa amarela erguendo uma taça dourada enquanto outros comemoram ao seu redor. Um narrador histriônico grita: Brasil, Brasil, Brasil...
Não há imagens de soldados, nem de bandeiras ensaguentadas, nem de mães que choram os filhos perdidos na batalha... Por causa disso, inculcou-se que somos um povo vira-lata, sem fibra, sem brio.
Se esse é o custo da identidade, permita o destino que sejamos vira-latas, hoje e sempre... 190 milhões de felizes vira-latas.


quarta-feira, 22 de junho de 2011

O chato "essencial"

Você posta um texto falando que gordinhos tendem a mentir dizendo que não comem nada e ele, o sujeito chato em sua essência, coloca um comentário dizendo que você deveria respeitar as pessoas e seus problemas de compulsão. Você escreve uma postagem sobre um aspecto ruim em uma cidade e ele manda um comentário dizendo que você não tem o direito de falar nada sobre nenhuma cidade, afinal, você mora em uma cidade pequena, sem nada etc. Você por fim, escreve um texto que critica uma tecnologia ou uma nova moda e o cara essencialmente chato lá vem com seu sermão de quem é você para falar mal daquilo. Você já fez melhor? Diz ele... 
O chato essencial tem necessidade quase que vital de ser aquilo que ele é melhor, chato pra cacete. Levantar polêmicas que não tem fim, não tem pé, o que se dirá de cabeça... O que ele precisa é da polêmica estéril e eterna. Vasculha blogues e sites dando opiniões sempre contra qualquer coisa. A lógica é simples. Você critica a postura de um político e ele usa argumentos do tipo: todos fazem isso, estão pegando o cara para Cristo. Você é membro da imprensa golpista (a expressão mais imbecil que já ouvi em 40 anos de vida) e não tem proposta e não quer deixar quem está no governo trabalhar e, por fim, o clássico: quem você pensa que é?
E a resposta para isso eu já tenho consolidada.
Eu sou um tolo desocupado que perde seu precioso tempo lendo os comentários do eterno chato essencial.

Comentário clássico: Quem você pensa que é para rotular alguém como chato essencial? Com certeza, você se acha muito esperto.. e bla, bla, bla...
Ass.: O chato essencial

P.S.: Do fundo do meu coração: vá para o diabo que te carregue. E fim de papo.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Não se faz 40 anos todo dia.... ainda bem! (postagem de aniversário)

No dia de hoje, comemoro que há 40 anos meus pais deixaram de ser filhos somente e se aventuraram na mais sinuosa e arriscada das aventuras, ser pais. Planejados ou por acaso, por querer ou sem querer, ei-los logo ali, filhos, acordando de noite, dando problemas na escola, tirando nossas noites de sono. E sabe por que? Por que quem tem filhos tem razões de sobra para dormir menos, sair menos, ir ao teatro menos, etc menos.. pois eles são aquela versão de Camões sobre o amor: um contentamento descontente, uma dor que desatina sem doer.
Por isso, nesse meu aniversário de 40 anos, quando já há três anos deixei de se só filho e entrei para a categoria dos “paiê” (duas vezes, Daniel e Bruno), acho que devo dar parabéns a eles (meus pais) que tocaram esse barco durante tanto tempo comigo. Conviveram com a angústia de não saber no que iria dar aquele menino, um sucesso, um bandido, um neurótico, um canalha, sei lá... Talvez até um político. Não, minha mãe não seria capaz de imaginar algo tão ruim para seu filho nem nos piores pesadelos.
Mas eis-me aqui, professor. Se não há motivos para comemorar efusivamente, pois eu ganho talvez um pouco menos do que o Neymar, também não é motivo de se envergonhar. E meus pais que, depois de tanto tempo abandonaram a categoria de ‘só’ pais, ingressam na categoria dos avós. Uma espécie de mar calmo da existência familiar onde sua única função obrigatória e ajudar de forma efetiva a deseducar os meus menininhos que, por tendência natural, se incorporam a essa empreitada dos avós com maestria.
Agora, vou atender o meu Daniel que está me convocando para brincar com o seu Hulk. Paiê...!
Enquanto isso, ficamos com a musiquinha de sempre, mas remodelada. Parabéns para vocês (pais), nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida.

Ah sim... e eu continuo o mesmo. Carinha de 40, mas corpinho de 39 (e meio).

sábado, 18 de junho de 2011

Caia na real! Você não é o centro do universo

Somos eternos presunçosos. Achamos que há coisa que só acontecem com a gente. Como se uma entidade superior a todos fizesse pequenas coisinhas só para nos sacanear. É algo como Deus acordar de manhã e pensar: Putz, tô sem nada para fazer... Ah, já sei, vou sacanear o fulano. 
Não seja tão pretensioso! Você acha que algum ser mágico e poderoso dedicaria seu tempo para te sacanear por quê? Vai. Me dá uma boa razão. Pois é... não tem. Então pare com essa de "só pode ser de implicância comigo" e entenda algumas coisas:

Quando estamos com pressa, o carro mais lento do trânsito anda na nossa frente e vai para o mesmo lugar que vamos. Além disso, no caminho não há nenhum ponto de ultrapassagem. Acredite, todo mundo que dirige passa por isso algum dia.

Todo mundo que trocar de fila no engarrafamento vê a sua ex-fila andar muito mais rápido do que a que estamos e que tínhamos certeza de que estávamos fazendo um grande negócio ao passar para ela.

Algum dia você reserva hotel, paga pacote, viaja para a praia e chove. Não precisa mentir quando voltar e dizer: olha, lá nem choveu. Só caiu uns pinguinhos no primeiro dia e depois fez um solzão.

Velhinhas que pagam as contas com moedas do fundo de sua bolsa quando você está na fila do supermercado com pressa é um evento normal. Velhinhas gostam de pagar com moedas e gostam de filas de mercado. Você é que está com pressa.

O seu pão e o de todo mundo cai com a manteiga virada para baixo.

Quando se tem dinheiro não tem tempo, quando se tem tempo não tem dinheiro. Isso é uma regra geral. Poucos conseguem burlá-la. Pense que poderia ser pior: não ter tempo, nem dinheiro.

Diz aí.. o que você acha que só acontece com você. Saco de filó ajuda você a entender que é menos importante do que pensa.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O poder e os recalques, as frustrações e a ira.

A experiência mostra que a exposição do homem ao poder potencializa o que ele tem de pior e, muitas vezes, tem a capacidade de quase apagar o que ele tem de bom. A sensação de onipotência faz com que seus recalques e frustrações emerjam das mais recônditas profundezas de sua alma e aquele complexo de inferioridade que ele trazia por vir de uma classe mais baixa, ou por ser negro, ou por ser gay, ou por ser qualquer coisa que ele julgue que o desmereça em relação aos outros se torna um enorme monstro que será a justificativa de sua consciência para que haja com ira e crueldade contra todos que ele considera que o desmerecem porque têm uma situação financeira melhor, por serem "brancos", heterossexuais. Grandes líderes se tornaram cruéis tiranos nessa mesma lógica, mas isso é algo mais comum do que se imagina no dia-a-dia. Todos os dias, muitos chefes em suas corporações adotam essa mesma postura. Agredir. Ignorar e desmerecer funcionários capazes e comprometidos, mas que são tudo aquilo que ele não é. É uma relação doentia de amor e ódio. É o desejo intenso de ter/ser o outro que não podendo ser realizado se torna um desejo de destruir o motivo de sua frustração: olhar todo dia o objeto de desejo e amargar os seus complexos de inferioridade que aquela imagem lhe traz.
Isso é tão comum. Isso é tão cruel.
Cada dia me convenço mais de que desequilíbrio mental se torna uma questão de saúde pública.

sábado, 11 de junho de 2011

Fotos digitais: popularização e horror ao acesso de todos

Com toda popularização de uma tecnologia, vem o efeito reverso que nos  força a buscar qualidade no meio de tanta quantidade. Antigamente, quando fotografávamos, seguia-se a isso uma via sacra em busca da foto impressa. O cara da loja de revelação recebia e já adiantava que só ficaria pronto em uns 15 dias. Obviamente, sem falar no custo absurdo que ficava  revelar um filme de 36 poses. Ou seja, fotos, só para eventos importantes.
No final da década de 90, as máquinas digitais popularizaram a fotografia e permitiram que qualquer um tirasse fotos de qualquer coisa a qualquer momento. Eu acompanhei toda essa revolução e só comecei a estudar o tema quando me foi permitido tirar fotos à vontade sem ficar refém do homem da loja de revelações.
O efeito contrário dessa popularização é o show de horrores que pipoca nas redes de relacionamento. Uma montoeira de fotos tiradas com celular em luz péssima, desfocadas, em ângulos esquisitos com garotas fazendo um biquinho para o espelho da porta do guarda-roupa ou do banheiro que era para ser sexy, com certeza, era. Ou pelo menos, parece ser que era para isso. (Olha, conheci poucas pessoas lindas e fotogênicas suficientemente para ficarem bem nessas fotos). Rapazinhos fazendo pose com latas de cerveja na mão em churrascos ou na noitada para as pessoas olharem e dizerem: olha é um homenzinho e já até bebe. Olha como ele é farreiro... Isso sem falar no tradicional sinalzinho de metaleiro com os dedos que frequenta além dos show de rock, os pagodes, sertanejos universitários, exposições agropecuárias e bailes funks.
Tudo isso com poses sem noção, com fundos horrorosos tirados com câmera meia boca (ou celular que é tão meia boca em sua imensa maioria das vezes) ou, quando tiradas com máquinas razoáveis, essas são mal reguladas e mal usadas (o que ocorre em boa parte dos casos). 
Apontou, fez pose, tirou.. clic.. pronto. 
Olha só que merda.. mas vai para o Orkut.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Músicas cantadas erradas: o ranking das dez mais

Reconheço que, como minha esposa diz, não ouço bem as coisas e acabo entendendo tudo errado. Mas me limito a entender errado e não repetir, pelo menos, não muito. Por outro lado, conheço gente que entende errado, enche a boca e sai repetindo ad nauseam. Até porque não sabe que está errado até que tirem um sarro da cara dele(a). No campo da música a coisa assume proporções impressionantes e basta um pouquinho de atenção para ver gente cantando “do que a terra, margarida, teus risonhos, lindos campos têm mais flores...”. Tudo bem, vá lá.. Ninguém usa a palavra garrida.. ainda mais "MAIS GARRIDA"... Agora, a palavra margarida tem um uso bem difundido, desde a namorada do Donald até a florzinha. Mas o que me diverte foi o que já ouvi e vi... Cantem comigo e se quiser veja o link para a música certa.

"Se alembra" dessa paixão, faz sorrir ou faz chorar.. (A lenda, cantada pela Sandy e Júnior)
Se o quê??? Ah.. eu “me alembro” sim..

Um novo tempo, “apesar dos amigos” (Novo tempo, Ivan Lins)
Pô.. esse cara tá mal de amigos, hein.

Na madrugada, vitrola rolando um blues. "Trocando de biquini" sem parar.. (Noite do Prazer, Claudio Zoli)
Tá legal... Pra que ficar trocando de biquini sem parar? De madrugada?

"Corri pela ilha", descansa meus olhos... (Sonífera ilha, Titãs)
Correu por onde?

Vai no cabeleireiro/ "No eletricista."/ Malha o dia inteiro. /Vida de artista (Burguesinha, Seu Jorge)
No eletricista... ah sim.

Mas é você que é "mal passado" e que não vê que o novo sempre vem... (Como nossos pais, Belchior)
Então é um bife.

Mais fácil "apedrejar pôneis em Bali" (Se, Djavan)
É. Apededrejar pôneis em Balli não é fácil não..tá rindo de quê?

Vital e sua moto, mais que "um leão" feliz (Vital e sua moto, Paralamas)
Sim. Um leão, mas um leão feliz. olha só que bonito.

Um filme e "atolar num patê" (Tão seu, Skank
Atolar num patê é quase erótico, né não?

Amanhã, às duas horas, "na Finlândia" (Faroeste Caboclo, Legião Urbana)
Esse foi longe... 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A capacidade de mobilização em prol de uma cidade

Em 22 de janeiro de 2011, a revista nrote-americana Newsweek publicou uma reportagem sobre cidades nos EUA que apresentavam um declínio de população. Entre elas havia a cidade de Grand Rapids no estado de Michigam. Concluía o repórter: Grand Rapids not just sick, it's dying, Grand Rapids Não está só doente, está morrendo. 
Em tempos de tribunais em moda, cabia um processo de danos morais que alegasse que a cidade sofreu um dano de imagem que gerou um prejuízo de milhoes de dólares. Isso sem falar em milhares de cartas e emails desaforados para a imprensa e, por fim, a declaração da jornalista que escreveu a matéria como “personna non grata” pela câmara de vereadores.
Entretanto, não foi isso que aconteceu. No último dia 22 de maio, eles mobilizaram recursos, patrocínio e muitas pessoas e setores da cidade para fazer um clip da música American Pie, de Don Mc Lean (um clássico dos anos 60). Li no kibe loco e fui atrás de mais informações sobre o clipe. Fiquei impressionado com a capacidade de mobilização deles.
Em um anti-americanismo completamente fora de contexto são tecidas milhões de críticas aos americanos. Crítica de muita gente que nunca botou os pés nos EUA e só fala do que ouviu falar. Quando estive lá aprendi que era um país como qualquer outro, cheio de qualidades e defeitos. Porém, duas coisas me chamaram atenção: eles possuem um senso de coletividade e uma capacidade de mobilização que talvez nunca vejamos por aqui.
Fiquei com vontade de conhecer Grand Rapids.
Experience Grand Rapids.. It sounds great now...

Vale a pena assistir

sábado, 4 de junho de 2011

Feio por fora e por dentro também

Muito se fala de beleza interior e isso já gerou até piadas do tipo “quem gosta de beleza interior é decorador”e vai por aí. Falou-se de pessoas belas que são feias por dentro ou de pessoas feias que são belas em seus sentimentos. Disso tiraram clássicos das histórias ocidentais como a Bela e a fera ou mesmo a história do Quasímodo, o corcunda de Notre Dame. Mas o fato é que ninguém abordou as pessoas que conseguem ser feias por fora e muito piores por dentro. É claro que conceitos como o de beleza são altamente variáveis de pessoas para pessoas, de época para época e de cultura para cultura. Entretanto, há pontos relativamente universais em alguns casos. 
Até hoje não conheci uma cultura que achasse bonita uma pessoa completamente vesga, nariguda, com sobrancelhas da largura de um dedo polegar, verruga no nariz, orelhuda e sem dentes. Isso é universal. Não encontramos pessoas assim por aí pela rua todo o tempo, mas lidamos com pessoas, às vezes, que fogem um pouco ao padrão estético e ouvimos observações do tipo: - caramba, como o fulano é feio! Aí, você, que está muito acostumado com a cara da pessoa, diz: - Ah.. acho que nem tanto.
Mas tudo isso é para dizer que conheci pessoas bonitas e feias fisicamente, mas o que me impressionou eram pessoas que independente de uma coisa ou outra trazia em si sentimentos tão mesquinhos, raiva, maldade, rancor, sentimento de vingança que, quando bonitas ficavam feias, e quando feias nos davam a certeza de que aquela cara feia que nos olhava nem era tão feia se comparássemos com o que trazia aquele coração.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Estamos prontos para amar o "imperfeito"?

Filhos são a maior lição de amor incondicional que a vida nos dá. A verdade é que ninguém quer filho doente mental, deficiente físico ou com um déficit intelectual, ou mesmo homossexual, ou feio... Enfim, trabalhamos com um padrão socialmente programado de filhos belos, inteligentes, perfeitos, heterossexuais e bem sucedidos na vida quando adulto se tornarem. Mas isso é um padrão, não uma realidade. 
O fato é que a vida nos dá filhos fora desse padrão exatamente para aprendermos que as limitações ou as diferenças são lições de amor. Amar o que é belo e perfeito é muito fácil, amar o amigo é muito fácil, difícil é amar o inimigo, é amar o feio, o imperfeito, o que margina ao padrão de ideal.
Mas a vida prega peças e nos ensino que se não estamos preparados para amar o que foge ao padrão, definitivamente, não estamos preparados para amar ninguém. Condicionamos a capacidade de se doar a um padrão preparado pela sociedade e que nos foi imposto desde tempos em que nem sabíamos o que era padrão ou sociedade.
Mas é assim. Digo isso, por que me choquei quando vi um juiz da infância dizendo na TV que o maior entrave para adoção são as exigências que as pessoas fazem e entre elas, chocou a de não quererem crianças negras ou que apresentem algum problema. Querem um "produto" perfeito, senão devolvem. Fico pensando... será que quem exigem tanto tem direito de adotar alguém? Acho que não.
Mais ou menos assim seguem as coisas com os filhos... Todos querem filhos biológicos perfeitos dentro de padrão de qualidade socialmente aceito desde o nascimento até sempre. Mas as coisas não são assim.

Eu sempre me pergunto, será que as pessoas estão preparadas para amar alguém?
Não sei, não sei mesmo.