sábado, 15 de janeiro de 2011

Desastres das enchentes e carnaval, todo ano tem.

O problema das catástrofes no Brasil é que elas sempre ocorrem antes do carnaval. Todos ficam indignados até começar a aparecer a globeleza com aquela musiquinha chata para cacete, as reportagens sobre como curar a ressaca, as coberturas do carnaval na Bahia (que se colocar um vídeo de 1990 é a mesma coisa que hoje), a apuração das escolas de samba (Dez, nota dez... bateria: Dez, nota dez - com aquela voz cavernosa do locutor). Daí, todo mundo esquece desabamento, enchente, construção irregular em encosta e tocam sua vida como se nada tivesse acontecido há algumas semanas antes. Vivemos um ano de absoluta paz em uma país sem esses problemas de enchentes e chuvas.
Mas aí vem o Natal, vêm as festas de final de ano e vêm as chuvas de janeiro com suas já tradicionais desgraças. Então, questionamo-nos sobre quem deixou construir em área de risco, sobre por que a população não foi avisada em tempo hábil, por que a defesa civil não estava equipada, o que fizeram das verbas liberadas no ano anterior... Quem é o culpado por tanta dor? A indignação toma conta do país e se mescla a dor das famílias que enterram seus filhos, pais, irmão, mulheres etc. O país chora suas vítimas da imprevidência nacional...
Isso até começar a aparecer a mulata que dança com o corpo pintado. Um sinal de que é hora de esquecer e cair na folia... na tela da TV no meio desse povo, a gente vai se ver na Globo...
Uma solução para isso seria marcar o carnaval para antes das tragédias, por exemplo, em dezembro ou novembro. Assim as pessoas teriam um ano para não esquecer e cobrar que fossem tomadas medidas com relação a isso.
O maior problema no Brasil não é estrutural ou financeiro, é cultural. Gostamos demais do pão e circo com que compram nossa consciência.