Já há alguns dias que vazou (ou vaza?) petróleo de uma das plataformas da bacia de Campos. Aparentemente, nada que chegue perto do desastre no Golfo de México há uns anos atrás, nem do derramamento de óleo no Alasca há outro tanto de tempo. Nada que se compare, mas nada que nos exclua dessa possibilidade ou de algo pior.
Um desastre de grandes proporções nas bacias petrolíferas do estado do Rio seria o suficiente para acabar por muitos anos com toda e qualquer atividade de pesca, turismo e comércio em geral no litoral fluminense. Seria um impacto que, possivelmente, poderia levar o estado a bancarrota, a mais absoluta falência, pois suas contas são do tamanho de sua pujança como unidade federativa.
E, no caso de uma tragédia dessa proporção, quem pagaria a conta do estado? Será que todos os outros estados da federação, inclusive aqueles que não extraem nem uma gota de petróleo e, na maioria das vezes, vivem às custas de verbas federais topariam trabalhar durante alguns anos para manter o setor de pesca, comércio e serviços em geral das regiões afetadas? Huum. Acho que não. Cada um com o seu cada um não é mesmo?
Discutir a mudança nas regras dos royalties só tem espaço na lógica se colocarmos em questão a distribuição de todas as riquezas (naturais ou não) de todos os estado entre todos os outros na mesma medida. Por que não dividir o ouro, ferro e outros metais extraídos de Minas, Pará e Goiás entre outras riquezas naturais com todos também? E por que não partilhar os ganhos de turismo de um estado contemplado pela natureza como Ceará, a Bahia ou Pernambuco com todos: afinal de contas, beleza é recurso natural. Ignoremos o risco que os estado têm de investir, o risco ambiental etc em nome da hipocrisia política que garante votos junto a massa acéfala.
Vamos dividir o petróleo por uma questão de justiça? Sim.
Vamos dividir TUDO de todos os estados por uma questão de justiça.