sábado, 28 de junho de 2008

Falsos raciocínios... falácias e outros engodos (ostrogodos e visigodos)

O Veríssimo tem um texto fantástico chamado “Os Bárbaros”. Inspirei meu título nesse último. Acho essa relação entre palavras muito espirituosa, mas agora, o que gosto mesmo são de frases lugares-comuns. O senso comum nos leva a repetição mecânica de algumas coisas que me fazem pensar até quando vamos colocar o cérebro no piloto automático. Fiz uma lista das minhas frases automáticas preferidas:

O brasileiro não sabe votar.
Pois, antes não soubesse. Dessa forma, nem ia lá. Ou errava o caminho sempre. O problema é que sabe, mas ainda não percebeu que o que motiva o seu voto está longe do ideal comum e que sua miséria (financeira ou moral) o impele a decidir por fulano ou beltrano. Antes não soubesse votar.
A voz do povo é a voz de Deus.
Acredito que Deus não assine embaixo disso. Ou, então, tentemos convencer ao que nos mostra a história da Alemanha nazista... A voz do povo não foi a voz de Deus. Ou Deus estava de brincadeira com os negros e judeus. Não creio nisso.
É melhor ser pobre com saúde do que rico com uma doença terrível.
Caramba... Não dá para ser rico e ter saúde. Que compensação! E pobre com doença terrível... Esse cara está ferrado. Motivo para rir? Só quando chegar o vidro de chumbinhos e as giletes.
O governo quer ver o povo mais ignorante.
Para início de conversa, governo é uma abstração mítica, já diz uma amiga minha. O governo não quer ver o povo mais ignorante. O governo, no geral, não quer ver o povo... ignorante ou não.
A vida começa depois dos 40Se você nasceu com 39 anos, 11 meses e 28 dias (mais ou menos), isso é uma profunda verdade. Se não... corre, camarada que a expectativa de vida de um brasileiro só te dá mais um turno desse.
No sentido figurado, acho que quem disse isso pela primeira vez, teve uma merda de 39 anos anteriores...

Abdicamos do senso crítico e nem percebemos que o uso mecânico das palavras veicula uma ideologia dominante quando nos impelem a repetir sem pensar, agir sem refletir.

Em tempo: já viu propaganda de banco que alardeia que AQUI SUA POUPANÇA CRESCE TODO MÊS! Lá e em tudo que é poupança no mundo. Se não for assim, não é poupança, é conta corrente, né...

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Blogue ruim..., no fundo, é bom.

Tudo começa EM COMENTE O BLOG ACIMA...

Muito já bati nos blogues ruins (kkk legal seu texto, visite o meu), mas chego à conclusão de que fui profundamente injusto e, agora, faço um postagem de redenção do blogue ruim. Venho me retratar das críticas que fiz sobre os blogues de CTRL+C/CTRL+V, os blogues de cópia de outros sites, os blogues sócios do youtube, o blogues de diários sobre minha vida, os blogues com quadrinhos de desenhos de bonecos de palitinhos sem um roteiro específico, os blogues de fotomontagens repetidas na internet, os blogues de piadinhas repetidas, os blogues de todos aqueles que tem boa vontade e, com certeza, algum dia (sic) serão grandes escritores (por enquanto precisam aprender, entre outras coisas, que exceção é com Ç. Mas isso é um detalhe que não deve interferir em nossa avaliação).
Enfim, peço desculpas a toda sorte de blogues cujos donos, movidos pela vontade de fazer algo, mas não tendo o que fazer, nada fazem. Retrato-me de minhas críticas a todos aqueles que sentiram na internet a oportunidade de divulgar as suas idéias, ainda que não as tenham, mas que um dia podem vir a ter (creio nisso com uma fé inabalável.... e a fé remove montanhas). A todos aqueles insistem para que comentemos aquela piadinha ou aquele vídeo do youtube que só ele acha que ninguém viu, àquele que escreve poesias toscas rimando paixão com emoção, com coração e por que não, constipação. O que vale é o sentimento de cada um, não é mesmo?
A você, caro colega, agradeço os minutos que me poupou de raciocinar, de ler um texto denso e complexo, crítico ou sarcástico que me obrigasse a me posicionar, a organizar as minhas idéias e expô-las de maneira inteligente em seu comentário para fazer jus a qualidade da postagem. Isentou-me de ler com atenção o seu poema que traz sua dor de largado (acho que a ex tinha suas razões) e desobrigou-me de criar relações intertextuais, analisar e apresentar pontos em que a construção poética aproximasse ou distanciasse de um estilo especial. Num ato de bondade celestial, liberou-me de ler qualquer coisa mais densa para pensar com um videozinho do youtube que me bastou dizer: legal o vídeo, voltarei mais vezes (confesso que menti, mas sei o quanto essa mentira fez bem para você. Eu sempre quis o seu bem).
Ao colega que deixou o "kkk... legal seu texto. Parabéns. Visite meu blogue" nos meus comentários, e me poupou de ir ao seu blogue procurar algo diferente do alcance intelectual de alguém que escreve "Kkkk... legal o seu texto" como comentário de uma postagem. Foram minutos preciosos em minha vida e que devo a você. Obrigado por prencher de mais tempo minha existência.
Dedico este texto a toda blogosfera que como um universo de livre expressão (e que o seja assim para sempre. Falo sério aqui) permite que todos se manifestem livremente: dos mais hábeis aos menos favorecidos pelo raciocínio e pelos dons mínimos necessários para escrever algo merecedor de ser lido.
Viva a liberdade e viva a todos aqueles que nos permitem colocar o cérebro no piloto automático de vez em quando.

Em tempo:
Será que é preciso dizer para alguns que o texto acima é uma ironia? Por favor, nos comentários, vamos dar uma força aos colegas com necessidade de especiais de interpretação antes que me chamem de preconceituoso, autoritário, anti-semita, racista, elitista, egoísta enquanto, na verdade, o único ISTA que sou é Flamenguista. E só.
Ah... e bloguista!

sábado, 21 de junho de 2008

É big, é big, é big é big... é hora, é hora, é hora, é hora...

Aniversário é um dia sempre especial. A pessoa sente que acordou mais velho... Subitamente, isso deixa de ser especial no dia em que percebemos que todos os dias acordamos mais velhos.
Quando crianças, contamos os dias para o nosso aniversário como se este fosse uma espécie de marca de chegada em que registramos mais uma volta na corrida da vida.
Somos consumidos pela espera da festa e dos personagens que a povoam: o filho do amigo do seu pai (de quem você não gosta nem um pouco), mas tolera porque o pai dele vai trazer presente. O infame, em represália (parece que estava adivinhando) lhe dá uma blusa.
Para seu desespero, chegam nas mãos de alguns adultos alguns pacotes moles.... Pacotes moles são sempre assustadores. Aos 7 anos de idade ganhar uma blusa é como ganhar um pacote de papel higiênico de presente. Você sabe que vai usar, mas isso não é coisa que se dá de presente.
A festa, aos poucos, se enche com as crianças e com as tradicionais tias velhas que mantêm um padrão digno de uma franquia internacional. Usando vestidos ou saias e blusinhas de viscose, elas chegam sozinhas ou em bandos. Agrupam-se nos cantos das salas atraídas pela TV que passa novela. Passam boa parte da festa conversando entre si, assistindo a novela e reclamando entre dentes das crianças que passam correndo na frente da TV.
Os colegas sem noção dos seus pais também chegam. Aqueles caras ou aquelas mulheres que não casaram, ou são separados e aparecem na festa com a desculpa de prestigiar seu aniversário, mas, na verdade, estão atrás da cerveja que seu pai comprou e de um lugar para falar mal de alguém que trabalha com eles. A frase deles é ...”pois é... hoje, vou dar uma passada na festa do garoto do fulano”.
Não os repila. Normalmente, trazem bons presentes. Brinquedos.
O clima esquenta e o número de incidentes com crianças em um espaço físico tende a aumentar: Sua mãe, sabiamente, decide que é hora do parabéns.
Nessa altura, você já contabilizou alguns presentes bons (brinquedos) e outros não tão bons (roupas) que a sua mãe recebeu com um sorriso no rosto e forçou você a agradecer com um sorriso amarelo. Nossa! Que bom! Ele estava precisando mesmo de um par de meias. Agradece a tia, fulano.
E você agradece. Fazer o quê?
Todos se reúnem, Apagam as luzes. Parabéns tradicional... é big,é big... é hora, é hora..., Ra tim bum... Fulano, fulano...
Mas quando tudo parecia terminado.. eis que um infeliz puxa o famigerado: com quem será, com quem será... vai depender, vai depender... ela aceitou... Nunca soube onde termina essa macaquice, mas sempre a inseri nos meus cálculos como a distância entre mim e o bolo.
Por fim, o constrangedor “primeiro pedaço de bolo”... Momento em que, impossibilitado pela física, somos obrigados a agraciar uma pessoa em detrimento do resto da humanidade...
Uma difícil decisão aos 7 anos de idade... Vai para mãe que já é de praxe. Ela sorri toda boba.
***
Pois... um dia, despertamos e, aos 37 anos, sentimos que acordamos mais velho hoje... e amanhã também.

A festa acabou,
A luz apagou,
E agora, você.
E agora... Drummond.

Ficam as lembranças e uma saudade com gosto de bolo de chocolate comidos com garfinhos de plástico...
Ah sim... Continuo achando abominável o “com quem será...” que sempre atrasa o momento de cortar o bolo.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Esse sedutor Orkut...

Não adianta me convidar para o myspace, GAZZAG, HI5... sei lá. Sinto um Q de lealdade ao Orkut. Afinal, foi ele que nós ensinou compartilhar informações com amigos via scrap, expressar nossos gostos e expectativas, encontrarmos pessoas como nós em comunidades, acharmos velhos colegas de escola e, até mesmo, aprendemos a cultuarmos o ócio com a dignidade das comunidades sem sentido (EU RESPIRO ENQUANTO DURMO, EU SOU IRMÃO DO FILHO DO MEU PAI, MEU VIZINHO MORA PERTO DA MINHA CASA...).
É claro que há os pervertidos que em seus momentos de ócio mais absoluto saem pelo Orkut dando bom FDS para Deus e o mundo, mas isso é patológico. Precisa de tratamento médico, não de críticas.
De uns tempos para cá, o Orkut assume tons até de oráculo e coloca mensagens dignas das mais profundas idéias dos livrinhos de bolso: seu dia trará uma grande e feliz descoberta. Sua sorte irá lhe sorrir nesse dia. A vida abrirá novos caminhos para você.
O pessoal do Orkut é tão legal... vi um cara na TV que foi atropelado por uma carreta quando trocava pneu. Matei a charada... esse não checou o seu Orkut hoje. Se o tivesse feito, isso não teria acontecido. É por essas e outras que não passou um dia sem saber o que o Grande Orkut tem reservado para mim.
E as fotos atualizadas dos colegas de perfil. Vez por outra, aparece um monte de fotos de um monte de gente que você nem se lembrava de que tinha adicionado como “amigos”. Aí você pensa; caramba, quem é esse cara? Tudo isso colocado estrategicamente em cima de uma listinha ao estilo das escolas primárias: aniversariante do mês. E, nesse momento, saímos dando um monte de parabéns que se dependesse de nossa memória, nem saberíamos que os camaradas faziam aniversário naquele dia. Olhamos nossa lista. Digitamos em um scrap e saímos distribuindo CRTL+C/CTRL+V para os ilustres, porém desconhecidos aniversariantes.... ”de onde eu conheço esse cara mesmo?” Sei lá. Mas o parabéns me fez sentir uma pessoa melhor... mais atenciosa com o mundo. Graças ao Orkut.
De vez em quando uma alma caridosa enche o nosso scrap com mensagens de paz e amor que eles insistem em dizer que lembraram de você quando a viram, mas não dizem que lembraram dos outros 976 perfis adicionados como amigos dele/a também.
Aos mais sacanas, sempre deixam um scrap de uma moça (até bonitinha) que faz de tudo na frente de uma webcam ou que o namorado malvado divulgou as fotos deles transando e ela se encarrega de alardear. Ah... quase esqueci da festa do BBB que a Globo não mostrou. Mas o Orkut está lá para mostrar tudo.
E aqueles scraps com letrinhas que formam uma imagem... que doçura! O colega de perfil te mandou (você nem lembra quem é o infame), mas o cara lembrou de você junto com os outros 976 perfis dele... Quanta consideração.
Olha, chegou uma mensagem... Ah.. aquele colega bacana que manda mensagem de paz e esperança para você no scrap... Olha anjinhos... poxa, que bom que ele lembrou de mim! De mim e de mais 976 perfis na página dele...
Caramba.. De onde eu conheço esse desgraçado mesmo?!

sábado, 14 de junho de 2008

Garimpeiro de leitores

Escrever em blogues é um ato de garimpagem. Todos querem ser lidos, mas nem sempre querem ler, disse-me um colega de blogue em um comentário há poucos dias. Concordo com ele. E de lá para cá passei a observar o fluxo de visitas a partir dos comentários deixados no Saco de Filó e mesmo em outros que visito com freqüência maior do que os meus comentários deixados lá dão a entender.
Gosto do prazer do bom texto, pelo simples prazer do bom texto. Ars Gratia Ars (A arte pela arte). Hoje, entendo que os comentários mais toscos são decorrentes de uma lógica bem particular. Por aqui, já ironizei, já escrachei os colegas do “kkkkk legal seu texto. Visite o meu blogue”. Mas, atualmente, entendo como alguns mecanismos funcionam e pego menos pesado. Aos nossos textos, chegam diversos tipos de leitores e vejo, nessa diversidade, material para pensar. Eis os leitores comentadores:

O Voraz - Lê porque se sente compelido a ler por sua natureza. Vai do início ao fim e ainda deixa um comentário de uma pertinência que impressiona. As observações deixadas instigam a gente a ir no blogue do cara sem ele precisar dizer o clássico: visite meu blogue. Figura rara, mas se você tem um cative-o, pois isso é como o ouro.

O autômato - Lê como uma máquina e com uma ansiedade louca de chegar ao fim. Parece estar bebendo um remédio ruim. Vira tudo de uma vez ao estilo leitura dinâmica. Normalmente, faz uma vaga idéia do que você falou e faz um comentário superficial. (Tipo: É, acho que as pessoas são o que são. É isso aí. Visite meu blog.) Desperta curiosidade de saber: sobre o que escreve esse cara? E nos atraem, às vezes, para o blogue deles.

O distraído – Lê, mas é como se não o tivesse feito. Comenta uma opinião como se discordasse de você, mas no fundo não está divergindo em nada. Ele é que acha que está porque não entendeu uma linha do texto. Normalmente, assume uma postura rebelde quando discorda e não faz idéia do quanto chega a ser cômico. Às vezes, nos desperta a dúvida. Esse cara sabe ler no sentido mais amplo da palavra? Deve ser engraçado o blogue dele, vou lá comentar um vídeo do youtube.

O trapaceiro – Não lê uma palavra. Quando muito o título do que se escreveu e vê a figurinha ao lado. Precisa desesperadamente de justificar o tópico COMENTE O BLOG ACIMA da comunidade, mas acha que textos com mais de 5 linhas são impossíveis de serem lidos. Deixa sempre um: bom blog, legal. Visite o meu. Um dia escreveram no meu: não gosto de texto, meu negócio é goodies... Passei alguns dias para descobrir que diabos é isso. Mas descobri. Muito a contragosto, Fui ao blogue do cara. Ele me venceu.

O revoltado – Lê qualquer coisa para discordar. Discorda inclusive do que acabei de falar. Normalmente, lê, mas tem uma limitação de raciocínio assustadora e não consegue diferir ironia de crítica direta. Comenta a postagem com um dicionário ao lado que o permite usar termos herméticos que lhe dão um respaldo de vocabulário para encobrir a restrição de raciocínio. Costumam não permitir a visita de volta porque omitem o perfil ou quando não omitem... Meu Deus, melhor não tivéssemos ido!

Escrever em blogues é garimpar bons leitores. O bom leitor te deixa o desejo de ir ao texto dele, pois, com certeza, quem escreve bem, lê bem. E vice-versa. O comentário de um texto é o seu melhor cartão de visitas em um blogue. Tornei-me um garimpeiro de pessoas interessantes e se você chegou até aqui e entendeu aonde quero chegar, acabei de encontrar mais uma pepita de ouro na minha mina de palavras.
Ganhei meu dia.

Em tempo: Nesse mundo sem rosto da blogsfera, sua cara são suas linhas.
E tem gente que anda precisando de uma cirurgia plástica, um botox, uma limpeza de pele... sei lá, algo que dê uma forcinha à natureza.

sábado, 7 de junho de 2008

Internet: terra do nunca, país das maravilhas ou mundo de OZ.

A internet é terra do nunca. Uma terra que nem J.M. Barrie, autor de Peter Pan sonhou criar. Uma terra em que o real e o imaginário navegam na mesma embarcação. Uma terra em que um e-mail nos traz a solução para conquistar mulheres em dez lições, um perfume que nos tornará irresistível mesmo que você seja uma figura ao estilo Quasímodo, o corcunda de Notre Dame (ou a cara do Amaral que jogou no Corinthians). Mulher alguma resistirá às dicas que você recebeu e que somada ao perfume... meu Deus. Que perigo você se torna!
E se seu pênis é pequeno: acabou o problema. Os e-mails trazem um método revolucionário de ENLARGE YOUR PENIS (aumente seu pênis)... Você terá em poucos dias um daqueles instrumentos que se assemelham a tacos de beisebol... Usar bermuda... Nunca mais... Agora, só calça comprida. Você deixará com cara de tacho aqueles que um dia te apelidaram de verruguinha nos vestiários da escola nas aulas de educação física. E, de posse de assustadora e avantajada ferramenta, ainda ganha grátis um guia do orgasmo feminino. Dez dicas de levar qualquer mulher a loucura.. uma espécie de mapa rodoviário dos pontos de prazer do corpo feminino. E com alguns reais a mais, talvez venha até um GPS para você achar o ponto G. Isso é que é modernidade!
Ainda abro um e-mail que me oferece uma chance imperdível de obter uma renda de até 3000 reais, trabalhando em casa, fazendo o meu horário, sem precisar de fazer prova, concurso ou o diabo que o seja... É uma chance única que uma alma caridosa me oferecer de ficar rico, ter meu próprio negócio, conseguir minha independência financeira total com um pequeno investimento inicial. Caramba, que cara legal. É o que eu digo: ainda tem gente boa no mundo. Mas declino da oferta.
Isso tudo chega na leva dos e-mails do Orkut. Aquele montoeira de colegas que estão em seu perfil e que mandam os convites para você participar de comunidade que se tornam cada vez mais imprescindíveis para a perpetuação da vida no planeta e para me próprio crescimento pessoal como: EU CONHEÇO O FULANO, EU AMO A LILI, EU JÁ TOMEI SORVETE SÁBADO DE MANHÃ, EU JÁ VI ALGUÉM TIRANDO MELECA, EU SOU FÃ DA JUJU...
Recebo dúzias desses e-mails e atentei para um fato: em alguém no mundo virtual tem gente achando que eu sou um desastre com as mulheres, tenho pau pequeno, não entendo nada de dinheiro e que eu ando muito à toa... sei não, fez meio mal para minha auto estima.
Vou encerrar aquela conta de e-mail no hotmail.

Em tempo: houve um atraso nas postagens na semana passada. Andei com uma infecção de garganta terrível e fui obrigado a ficar de molho mesmo. Repouso total... caramba. Como recebi mensagem de “atrasou por quê?” Fiquei feliz com a suspeita de que são mais de 11 leitores.. abraços

quinta-feira, 5 de junho de 2008

O dom da ubiqüidade - o que é isso?

A palavra é difícil, mas o significado é legal. UBIQUIDADE tem origem no termo latino UBI que era utilizado como um pronome interrogativo (ONDE está você) ou mesmo como um pronome relativo (Eu vi ONDE ele estava). Mas o fato é que seja de um jeito ou de outro UBI se referia especificamente a um LUGAR. Logo, ubiqüidade é a "o dom" daquele que consegue estar em vários lugares ao mesmo tempo. Dizem que Santa Clara tinha esse dom, daí ser padroeira da televisão (uma imagem que está em vários lugares ao mesmo tempo). Tem a história, inclusive de Santo Antônio de Pádua, que teria, durante um culto, saído do corpo e ido até um local distante onde seu pai estava sendo julgado para ser punido com a forca. Daí a expressão "tirar o pai da forca".
Mas o que impressiona é que tenho sérias razões para crer que algumas coisas ainda guardam os segredos da ubiqüidade. Vejamos: Quando eu era aluno de graduação, lembro de um grupo de bolivianos tocando músicas com flautinha no pátio da minha faculdade, quando comecei a trabalhar em outra cidade (em outro estado), havia o mesmo grupo de bolivianos, nos meus tempos de Mestrado, eu sempre os via em algum lugar no Rio e, pasmem, quando estive nos EUA, pelos menos umas 3 vezes, lá estavam eles. Os mesmos bolivianos, com as mesmas flautinhas e com a mesma banquinha de CD. Em tempos diferentes, mas em vários lugares a um tempo.
Assim o são outras coisas também. Um flanelinha me parou em Fortaleza e falou: e aí tio, pode tomar conta? Quando estive em Curitiba, presenciei um garoto falando para o motorista que me conduzia: e aí Tio, posso tomar conta? Fiquei me coçando para perguntar se ele tinha parentes no Rio e em Fortaleza. A mesma cara, o mesmo jeitão e o mesmo: aí tio, posso tomar conta.
A partir daí passei a observar aqueles que vivem da ubiqüidade e constatei que McDonald é algo assustador. Os atendentes têm a mesma cara, pedimos do mesmo jeito, sempre há uma plaquinha de WET FLOOR (chão molhado) em todos os lugares do mundo. Será que é a mesma pessoa que coloca aquela plaquinha?
E, por fim, constatei apavorado que os chineses (desses, eu já suspeitava da ubiqüidade há tempos) são os grandes mestres dessa arte. Consigo ver um chinês na TV que treina para a abertura dos jogos olímpicos e o mesmo chinês, pasmem, no caixa da pastelaria em que como um pastel de carne toda semana. Há algo de estranho no ar. Será que os bolivianos, os funcionários de Mc Donald, os flanelinhas e os chineses são parte de algo que transcende a nossa compreensão.

Música de suspense, por favor...
Frase de arquivo X
The truth is out there" (A verdade está lá fora)