quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Onde perdemos a ternura no caminho

Em algum ponto da nossa existência perdemos a dimensão do zelo com o outro em nome de ideologias que com o vento vem e na mesma brisa se vão. Lembro-me de algumas mulheres que conheci em minha vida que repetiam com orgulho que estava para nascer o homem que as faria ir para cozinha, nem para buscar água, concluíam. 
Eu entendo que há toda uma carga histórica da cozinha como ambiente de opressão da condição feminina, mas nos esquecemos de que por trás do ato de cozinhar para o outro, está o ato de cuidar. Acho que negar esse gesto como manifestação de carinho é um grande equívoco. De uma mulher, recebemos o primeiro alimento que se confunde com carinho e proteção, o seio. O alimento é a maneira mais ancestral de dizer ao outro que amamos, que nutrimos, que cuidamos.