segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Só para explicar.. quem é Pollyana?

Pollyana é a personagem de um livro do mesmo nome de Eleanor H. Porter. Eu li este livro quando era criança na escola. Odiei. Era a história de uma menina totalmente alienada que entrava numa "jogo do contente". Acontecia uma desgraça e a menina sempre via um lado bom. Perdia uma perna e pensava: Oba! Agora vou ter 50% de desconto na compra de sapato.

A autora lançou o Pollyana, a menina e não achando que era o bastante, lançou Pollyana, a moça. E a minha professora me fez ler os dois.

Bom, não vejo mal nenhum em ver o lado bom das coisas, mas acho que essa política aliena. Há coisa que tem um lado bom tão pequeninho que só se enxerga de lupa. Às vezes, passamos anos para conseguir ver o lado bom de uma situação.

Agora, lanço Tia Pollyana, a professora, aquela que acha que é ruim com ele, mas pior sem ele.

Então, apanha, Tia Pollyana.

Tia Pollyana lida bem com as diferenças e é fã do Tony Ramos

Há uma lógica perversa dentro da chamada "política de inclusão" de pessoas portadoras de necessidades especiais (Maldito termo politicamente correto que não define nada). É simples, inserimos em um grupo de pessoas "normais", uma pessoa com alguma deficiencia (física e mental) e... pronto, ela já está incluída. O problema está resolvido.
Mesmo que esta inserção seja feita sem levar em conta o tipo de deficiência, em uma sala com 50 alunos e com uma professora e uma instituição totalmente despreparada para a situação.

Pronto, agora incluímos o cidadão. Somos uma sociedade democrática e com espaço e oportunidade para todos.
Não somos, não.

Colocar um pessoa que necessita de um atendimento especial (principalmente no caso de deficiência mental) no meio de outros não resolve nada. Muito pelo contrário, cria mais um. E, por incrível que pareça, pessoas não curam por osmose nessa situação... sabe, só de ficar perto... tchummm melhora.

Isso, na verdade, esconde a economia porca que se faz quando não se investe em instituições de ensino e nem e qualificação profissional à altura para lidar com as diferenças.

Ser diferente é normal, anormal é passar recibo de burro para quem paga imposto.

P.S.: Tia Pollyana acha lindo suas salas cheias e seus incluídos. Melhor que nada né... Que bom que ainda tem umas duas carteiras vazias ainda para encher. Que bom!