
Até aí tudo bem... e chamar de arte (aqui, tudo mal).
Na poesia, vira e mexe encontro pela proa um cara que rima luz, pus, com seduz, com hálito de alcaçuz...
- Não entendi.
- Não é para ser entendido, retrucam...
- Legal ... então deu certo.
- É para ser sentido.
- Também não senti.
- Você não tem sensiblidade, conclui.
- É. Deve ser isso...
A pós-modernidade acelerou esse culto à porcaria cult. Não que a pós-modernidade seja uma porcaria (longe disso), mas sempre aparece um maluco de cabelos ensebados, coletinho de xadrez, sandálias de couro e cara com barba por fazer, suja o chão com sangue e com penas de galinhas, põe um cd no meio e em algum lugar, tem sua obra analisada por algum crítico:
"É a representação estética das conjecturas conflitantes que despertam os espíritos ecléticos e, por vezes, antagônicos da visão moderna do ser. O cd representa o circular infinito e o sangue traz a imagem da imersão da carne no cosmos e de toda a dualildade que isso traz à consciência existencial do ser humano. Em resumo: uma apoteótica alegoria da dialética ególatra na metrópole no século XXI"
Aí eu penso:
- E o cabelo ensebado do cara...? Faz parte da obra? Ah esse não... não me venha com interpretações... é só falta de banho mesmo.
Em tempo:
Outro dia deixei um rolo de papel higiênico que caiu de forma tão harmônica com a balança de banheiro e com o tapetinho de perto do vaso que me senti uma artista. Merece uma fotografia e uma análise crítica... mas achei melhor não.
Minha barba até estava por fazer, mas meu cabelo nem estava ensebado...
Droga de xampu... Se eu soubesse, ah se eu soubesse!