sexta-feira, 31 de julho de 2015
terça-feira, 28 de julho de 2015
Ideologias e piadas
Por trás de uma piada, sempre há uma ideologia.
Essa frase é tola porque é um pleonasmo pretensioso (quase uma tautologia - ou seja, uso de palavras diferentes para expressar uma mesma ideia; redundância - se é linguagem é lógico que é ideologia). Ela é amplamente usada por quem se presume alguém de um nível de consciência social muito acima do resto dos mortais.
Entretanto, seu uso demonstra significativo desconhecimento do que é a linguagem.
A verdade é que por trás de toda linguagem há ideologia. Todo ato comunicativo é um ato social e ideológico que posiciona o enunciador no mundo em que ele vive.
"Por trás de uma piada, sempre há uma ideologia" é uma frase tola porque, na pretensão de ser politicamente correto e virtuoso, seu usuários se esquecem de que, por trás dela mesma (dessa frase), há uma ideologia, às vezes, menos suave do que uma piada.
sexta-feira, 24 de julho de 2015
O Atleta e a continência: uma tempestade em copo d'água
Nos últimos dias, surgiu uma polêmica sobre os atletas patrocinados pelo Exército nos jogos Pan-americanos no Canadá. A questão era a saudação que faziam quando subiam ao pódio, eles batiam continência. Pois é, aquele sinal de natureza militar com que se saúdam os pavilhões nacionais e autoridades. A mão que sobre esticada e toca a testa próximo a sobrancelhas.
Daí, foi feita uma tempestade em copo d'água pela imprensa, disseram que os atletas eram obrigados (ninguém é obrigado a nada e se houver uma diretriz no seu financiador que o incomode, troque de financiador.
terça-feira, 21 de julho de 2015
Fé customizada
Os católicos têm trabalhos de caridade e uma liturgia tão bonita. Já os evangélicos (os de verdade, não os da teologia da prosperidade) possuem uma ideia de reabilitar o indivíduo do vício, do mal que se aproxima bem do que eu entendo como Cristianismo. Pois é. O Cristianismo me fascina. Os protestantes me impressionam por sua coragem de, em um passado, peitar uma das maiores instituições da história e sobreviver. Os judeus me encantam por seus relatos de experiências na convivência entre humanos desde tempo imemoriais. Mas o Budismo também é muito interessantes com as ideias de alma, corpo, evolução espiritual, a ideia de Kharma me atrai e a inexistência exatamente de um Deus chefe geral e controlador de tudo e de todos atendendo a pedidos e punindo me soa interessante.
domingo, 19 de julho de 2015
quinta-feira, 16 de julho de 2015
Uma piada é só uma piada
Rir é o melhor remédio? Mas não sei se curaria ranhetice da turma do politicamente correto. O fato é que algumas pessoas perderam a capacidade de entender que uma piada é só uma piada.
Piada, linguisticamente falando, é um texto em que predomina em estilo narrativo, usualmente em 3º pessoa, contado de forma curta e cujo intuito é única e exclusivamente fazer rir em face de um evento inusitado que rompe a expectativa do ouvinte e provoca o riso pelo grotesco. Esse é o efeito do humor. Não confunda humor com algo engraçado. O humor é decorrente da ruptura do usual gerando o grotesco que pode ser engraçado ou não. Inclusive, isso varia de pessoa para pessoa, uns acham graça de uma coisa, outros não.
segunda-feira, 13 de julho de 2015
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Apaixonando-se por seus erros
O tempo traz muita coisa para gente. Rugas, cabelos brancos, fragilidades mil decorrentes da idade, mas quem se foca na casca perde a essência das coisas. O tempo me trouxe muita coisa boa, mas a que mais tenho degustado atualmente é a capacidade de me apaixonar por meus erros. Isso não quer dizer que eu queira errar cada vez mais mais para me apaixonar mais. Muito pelo contrário, quero me apaixonar mais para errar menos.
É óbvio que fazemos tudo com o objetivo de não errar, mas só não erra quem não faz e, vez por outra, batemos de cara com o fracasso. Planejamos tudo, executamos e ficamos perplexos e desejoso de saber onde foi que erramos. Às vezes, esquecemos que não fomos nós que erramos, mas as coisas é que deram errado, pois não controlamos todas as variáveis de uma situação e mesmo aquele 0,0001% pode ter sido o suficiente para colocar tudo a perder.
terça-feira, 7 de julho de 2015
As veias sutis da estátua
As pessoas, atualmente, possuem uma maneira muito sórdida de alardear suas virtudes, ou pseudovirtudes. Outro dia, postei algo sobre como são sensatas e inteligentes aqueles que concordam com a gente para chamar a atenção das pessoas a essa vaidade idiota dos tempos modernos. Entretanto, dirigindo para o trabalho e digerindo as ideias, cheguei à conclusão de que, quando acentuamos as virtudes daqueles que concordam com a gente, estamos, na verdade, em um ato de narcisismo absoluto elogiando a nós mesmos.
É como se disséssemos: olha como ele é o espelho do que eu sou, se ele é sensato e virtuoso e ele me reflete, logo, eu sou sensato e virtuoso.
domingo, 5 de julho de 2015
sábado, 4 de julho de 2015
Parafraseando Pessoa em tempos de internet
(paráfrase de Alvaro Campos - pseudônimo de Fernando Pessoa)
NÃO: Não quero ouvir sua opinião.
Já disse que não quero nada.
E nem vou curtir sua postagem politicamente correta.
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se vocês têm a verdade, guardem-na!
Já sabemos que sobre vocês repousam toda consciência social.
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
NÃO: Não quero ouvir sua opinião.
Já disse que não quero nada.
E nem vou curtir sua postagem politicamente correta.
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se vocês têm a verdade, guardem-na!
Já sabemos que sobre vocês repousam toda consciência social.
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Facebook revisited
sexta-feira, 3 de julho de 2015
Mundo fake dói
Acho muito interessante o mundo fake da internet. Isso se personifica naquele camaradinha que quer defender uma ideia escrota (seja de direita ou esquerda. Há muitos escrotos dos dois lados) e que cria um personagem fake (falso) para entrar nas discussões on line solando ou dando uma voadora, ofendendo, gritando, metendo o pé mesmo.
Chega a ser engraçado quando alguém precisa de se esconder atrás de uma máscara virtual para ter suas ideias ouvidas/lidas. Se a máscara se faz necessária é porque se reconhece que as ideias não são tão boas, porque se as ideias são boas todos lhe desejam crédito.
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