Muito se fala de beleza interior e isso já gerou até piadas do tipo “quem gosta de beleza interior é decorador”e vai por aí. Falou-se de pessoas belas que são feias por dentro ou de pessoas feias que são belas em seus sentimentos. Disso tiraram clássicos das histórias ocidentais como a Bela e a fera ou mesmo a história do Quasímodo, o corcunda de Notre Dame. Mas o fato é que ninguém abordou as pessoas que conseguem ser feias por fora e muito piores por dentro. É claro que conceitos como o de beleza são altamente variáveis de pessoas para pessoas, de época para época e de cultura para cultura. Entretanto, há pontos relativamente universais em alguns casos.
Até hoje não conheci uma cultura que achasse bonita uma pessoa completamente vesga, nariguda, com sobrancelhas da largura de um dedo polegar, verruga no nariz, orelhuda e sem dentes. Isso é universal. Não encontramos pessoas assim por aí pela rua todo o tempo, mas lidamos com pessoas, às vezes, que fogem um pouco ao padrão estético e ouvimos observações do tipo: - caramba, como o fulano é feio! Aí, você, que está muito acostumado com a cara da pessoa, diz: - Ah.. acho que nem tanto.
Mas tudo isso é para dizer que conheci pessoas bonitas e feias fisicamente, mas o que me impressionou eram pessoas que independente de uma coisa ou outra trazia em si sentimentos tão mesquinhos, raiva, maldade, rancor, sentimento de vingança que, quando bonitas ficavam feias, e quando feias nos davam a certeza de que aquela cara feia que nos olhava nem era tão feia se comparássemos com o que trazia aquele coração.