A experiência mostra que a exposição do homem ao poder potencializa o que ele tem de pior e, muitas vezes, tem a capacidade de quase apagar o que ele tem de bom. A sensação de onipotência faz com que seus recalques e frustrações emerjam das mais recônditas profundezas de sua alma e aquele complexo de inferioridade que ele trazia por vir de uma classe mais baixa, ou por ser negro, ou por ser gay, ou por ser qualquer coisa que ele julgue que o desmereça em relação aos outros se torna um enorme monstro que será a justificativa de sua consciência para que haja com ira e crueldade contra todos que ele considera que o desmerecem porque têm uma situação financeira melhor, por serem "brancos", heterossexuais. Grandes líderes se tornaram cruéis tiranos nessa mesma lógica, mas isso é algo mais comum do que se imagina no dia-a-dia. Todos os dias, muitos chefes em suas corporações adotam essa mesma postura. Agredir. Ignorar e desmerecer funcionários capazes e comprometidos, mas que são tudo aquilo que ele não é. É uma relação doentia de amor e ódio. É o desejo intenso de ter/ser o outro que não podendo ser realizado se torna um desejo de destruir o motivo de sua frustração: olhar todo dia o objeto de desejo e amargar os seus complexos de inferioridade que aquela imagem lhe traz.
Isso é tão comum. Isso é tão cruel.
Cada dia me convenço mais de que desequilíbrio mental se torna uma questão de saúde pública.
3 comentários:
Isso me fez lembrar de um antigo ditado que diz que "O poder corrompe. E o poder absoluto corrompe absolutamente.".
E quanto ao desequilíbrio mental, realmente não acredito que haja mais ninguém completamente são no mundo.
O fato de alguém precisar ferir o outro porque é melhor se chama inveja. Tenho pena.
Querido Professor, esta saúde mental a que se refere fica evidentemente mais exarcebada quando relacionada ao alto descontrole da péssima distribuição de rendas, que se encontra em nosso país, este abismo criado entre altos salários em comparação com o parco salário mínimo cria um disparate entre nós humanos que o delírio, não saudável obviamente, se torna uma constante entre estas relações sociais, um mal realmente.
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