Toda vez que lhe perguntavam seu nome ele respondia:
- Shihum.
As sobrancelhas se franziam e ele explicava que Shihum foi um guerreiro chinês da dinastia Ming que durante as lutas de libertação de seu povoado no ano de 1624, deparou-se com um dilema que o colocava entre lutar pela liberdade ou buscar abrigo para si e todos os seus nas montanhas. E cortado pela luz do por do sol, o guerreiro fez um belo discurso enfatizando que a uma vida sem liberdade e fugindo era por si só a morte. Depois disso, lançou-se de peito aberto contra os inimigos e como protegido pelos deuses derrubou uma tropa de mais de 100 guerreiros.
Obviamente, isso é uma lenda, mas seu nome ainda é cantado em versos da cultura popular da Manchúria como um símbolo da coragem e da liberdade. Tanto é assim que o governo comunista baniu de seu calendário as festas dedicadas a lenda de Shihum. Coincidentemente, concluía, Shihum significa em chinês arcaico, coração livre ou aquele que vai além das fronteiras do peito.
Obviamente, isso é uma lenda, mas seu nome ainda é cantado em versos da cultura popular da Manchúria como um símbolo da coragem e da liberdade. Tanto é assim que o governo comunista baniu de seu calendário as festas dedicadas a lenda de Shihum. Coincidentemente, concluía, Shihum significa em chinês arcaico, coração livre ou aquele que vai além das fronteiras do peito.
Todos ficavam bestificados com a bela história e lamentavam não terem algo a contar sobre seus nomes que fosse tão bonito e marcante.
...
Quando chegava em casa, dona Shirley e seu pai Humberto sempre o ensinavam que mentir era coisa muito feia e inventar histórias era um hábito repreensível. Mas afinal, que graça teria se ele contasse que seu nome era um pedaço do nome da mãe e outro do pai? E quando alguém conhecia seus pais e associava uma coisa a outra, ele, com ar de enfado e superioridade, simplesmente, comentava:
- coincidência, mera coincidência.
Afinal, uma bela história é sempre uma bela história, não é?
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