Acho que não lido bem com períodos de término e início. No fundo, acho tudo uma chatice sem fim até porque toda hora alguma coisa está acabando e outra começando. Já há um bom tempo que desisti das festas de fim de ano em grandes grupos porque tenho sempre a sensação de replay. Sabe aqueles sonhos que se repetem e quando você percebe, pensa... caramba.. lá vou eu de novo.O torturante show da virada, todo mundo de branco e a contagem regressiva com a imagem dos fogos de Copacabana são tão chatas quanto à musiquinha do domingo maior que anuncia uma segunda-feira daqui a pouco. Antigamente, ainda havia uma tela sem nada com uma voz ao fundo: “faremos uma pausa em nossa programação...” Penso que aquilo foi a causa de inúmeros suicídios.
Tempos depois vieram as redes de TV evangélicas que durante a madrugada tentavam converter os insones com depoimentos de pessoas que são ex-viciados, ex-macumbeiros, ex-ladrões, ex-assassinos, ex-traficantes e te faziam pensar: caramba, eu que não sou ex-nada não tenho lugar aí. Um pastor com cara e voz de bonzinho com um quadro de paisagem ao fundo sempre terminava recomendando que você comparecesse ao culto na rua tal, no dia tal.
De volta às festas de fim de ano, faltam poucos minutos para chegar ao zero. 3, 2, 1....
Pronto.
Bum..fogos em Copacabana, um grupo de pagode cantando e pessoas pulando como se aquela merda não acontecesse todo ano... parentes e conhecidos embriagados te abraçando como se aquilo estivesse acontecendo pela primeira vez. Calma, gente, ano que vem tem mais... Pessoas de branco com roupas íntimas coloridas (dizem) que você, às vezes, nunca viu, saúdam com ares de amizade de longa data.
Gosto do ano novo igual a um parto de cesariana com anestesia geral. Eu durmo, acordo e ele está lá, novinho. Sem dor, sem chatice sem gosto de café requentado.
Feliz 2016.
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