Camões nunca se casou e nem teve filhos, mas sinto que o soneto 11 dele se aplica muito bem a quem os tem. Filhos, filhos, filhos... melhor não os ter.. Diria o poeta. Será? Depois deles, a liberdade de ler um livro ou sair para uma peça de teatro demanda uma logística quase de operação militar com babás, vovós, listas de recomendações. Isso é um estar preso por vontade e é um ter por quem nos mata (pelo menos nossa liberdade) lealdade. Ficamos horas dedicados 100% a eles, brigando, dando bronca, rindo... e quando dormem, deixam um gostinho de saudade do tempo que estavam acordados exigindo toda nossa atenção. Isso sim, é um contentamento descontente, uma dor que desatina sem doer.
É cuidar de alguém que você sabe que única coisa que é certa é que um dia, ele irá sair pela porta e cuidará de sua vida. Sua casa ficará vazia novamente e você voltará ao solitário andar por entre a gente. Afinal, amar os filhos é cuidar que ganha em se perder.
E mesmo sabendo disso, amamo-los. E quem passa pela vida sem os ter dificilmente conseguirá entender o significado da palavra perda e da palavra medo.
Realmente, sem amor, eu nada seria... obrigado Daniel e Bruno por essa lição de cada dia.
4 comentários:
OI Marcelo uma coisa é certa quem nunca teve um filho e os criou não compreender mesmo. Só tenho um filho e lhe digo é uma das benção da minha vida,assim como eu que um dia sai e deixei os meus pais e tiver a possibilidade de ter um filho , ele também vai sair. Mesmo sabendo que um dia ele vai embora vale a pena ter Filhos!!!
Um belo dia
Marcelo,
O que diria Camões a meus pais que tiveram 12 filhos.
Filhos é para quem os quer e possa criá-los no seio da família, o resto eles aprenderão quando crescerem que é melhor tê-los também.
João Bosco
jotabemafra.blogspot.com
Marcelo, se é melhor tê-los ou não, eu não sei. Só sei que fiquei com vontade de dizer o mesmo que tu: obrigada João, Sofia e Sara por essa lição de cada dia.
Abração!
Posso afirmar, sem medo, que é melhor tê-los, mesmo que a dor da perda seja tão profunda e dolorosa, tanto quanto é profundo nosso amor por eles. Meu abraço, Marcelo.
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