Depois da festa da democracia, a ressaca pós-urnas. Nesse domingo (02/10), foi eleição e muitos colegas de outras cidades estão relatando casos de vereadores que estavam no 3º, 4º ou 5º mandato e que agora não vão mais ususfruir da vereança pelos próximos anos. Em 4 anos não sei, mas, por hora, voltam à condição de mortais, sem foro privilegiado.
Parece que realmente, alguma coisa está mudando na cabeça de quem vota... Há, pelo menos no que se refere ao legislativo, um modelo antigo que vai se desconstruindo aos poucos. Obviamente, em um ritmo muito mais lento do que gostaríamos, mas que se desconstrói.
[modo ironia ON]
Todavia, a minha preocupação é onde vamos encaixar esses colegas que viveram tantos anos nessa condição parasitária. Seria necessária uma readaptação à sociedade produtiva. Mas que seja algo suave e sem mudanças bruscas. Um emprego de meio período 3 vezes por semana, logo a seguir, um de meio período até sexta. Alguns meses depois, um período de 8 horas diário e, com sorte, poderíamos expô-los até a uma carteira de trabalho novamente. Não podemos prometer nada... Mas isso vai depender muito como ele vai reagir no processo inicial de adaptação. Penso que grupos de apoio seriam de grande valia nesse momento.
As crises de abstinência de poder e do dinheiro fácil para duas sessões por semana na câmara (além dos ganhos de ordem duvidosa) podem gerar comportamento agressivo, irritabilidade e carecer de acompanhamento psiquiátrico e medicamento adequado. É uma árdua e longa tarefa reintegrar essas pessoas à sociedade produtiva, mas é um dever de um estado que zela pelo bem estar de seus cidadãos.
Ficar tanto tempo sem produzir nada é uma condição que causa dependência física e psicológica. "O corpo desacostuma e o metabolismo passa a operar em ritmos próximo ao ponto zero de fadiga", relata Dr. Willen Kraus, da Universidade de Oxford em sua pesquisa sobre a improdutividade total da classe política brasileira. "A exposição a fatores como horário, folha de ponto e contracheque podem causar danos irreversíveis naqueles que ficaram tanto tempo em condição parasitária do estado", conclui o pesquisador.
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