quarta-feira, 27 de abril de 2011

O eterno samba do crioulo doido

Lembro do jornalista Sergio Porto e seu samba do Crioulo doido escrito em 1968 e que contava a história de um sambista que escrevia letras sobre fatos históricos. Em certo ano, decidiriam que o tema seria a atual conjuntura política. Ele saiu juntando os pedaços dos fatos históricos, uma obrigatoriedade nos sambas da época desde o Estado Novo, que conhecia e escreveu um samba que não dizia nada com nada (Se não conhece, veja a letra aqui). Hoje em dia, o Stanislau Ponte Preta, pseudônimo do jornalista seria execrado pela patrulha do politicamente correto e seria obrigado a dizer samba do afrodescente portador de necessidades especiais e ainda assim seria odiado por estar fazendo alusão a um povo oprimido e que deveria ser louvado para se resgatar a dívida dos anos de escravidão e não ironizado em uma paródia símbolo do poder opressor do branco europeu. Fico feliz que ele tenha escrito em outra época, pois foi poupado dessa estupidez.
O fato é que eu lembrei dele ao ouvir no rádio um representante de uma escola de samba (não sei se do Rio ou de São Paulo) que falava sobre seu o tema que era o fogo, fogo que purificava, mas com que a inquisição “queimou Joana D’Arc, que virou santa logo após, Galileu e outros tantos cientistas que também morreram na fogueira.”
Vamos lá, Joana D’Arc foi realmente queimada pela igreja, mas só virou santa em 1920, não foi logo depois. Galileu se retratou com a igreja e não foi queimado. Galileu era cientista, Joana D’Arc, não. E, por fim, não foram outros tantos queimados, pois era comum a retratação, afinal, poucos eram burros o suficiente para se deixar queimar por teimosia. 


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