Relacionamentos são como textos que escrevemos. Misturamos gêneros, mas predomina o dissertativo argumentativo em que buscamos responder a tese de por que estamos envolvidos emocionalmente. Fazemos uma introdução em que apresentamos o relacionamento, desenvolvemos os argumentos em parágrafos e fechamos a conclusão do texto retomando os tópicos desenvolvidos.
Mas importante mesmo é saber pontuar. Há relacionamentos que recebem um ponto final e encerram a ideia. Outros recebem vírgulas e nos deixam com a sensação de que a frase não acabou. Alguns trazem dois pontos e sabemos que algo vai ser dito e ainda não foi. Algo vai ser enumerado, aí vem uma lista. Os de ponto e vírgula são angustiantes, pois não vai ser dito nada, mas alguma série de coisas vai aparecer daqui a pouco. Coisas boas ou más? Não sei.
Os travessões criam a iminência da fala... travessões são ideais quando os olhos se cruzam e as bocas não conseguem reter o que vai ser falado. Nesse momento, sempre se espera algo, menos a indiferença.
E por fim os relacionamentos de exclamação. Não esperávamos e eles nos surpreendem. É impossível um relacionamento de exclamações sempre, mas uma exclamação de vez em quando faz tanta falta que sua ausência acaba remetendo a um amor de reticências... E se perde no vazio do que não foi dito.
Amores de interrogação são cheios de vírgulas também. Nós nos perguntamos se devemos prosseguir, se acabou mesmo, se não vou me arrepender depois ou se vou me arrepender de ficar agora... enchemos esses amores de vírgulas. Nesse caso, melhor mesmo é deixar que o tempo pontue para nós.
Ele jamais irá colocar pontos finais em frases que não foram concluídas.
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