sábado, 5 de março de 2016

Vampiros nas redes sociais

Há muitos anos, li sobre vampiros em um artigo de uma revista enquanto esperava em um consultório para ser atendido. Obviamente, não se tratava de sugadores de sangue noturnos das histórias. Era uma reportagem superficial que falava de pessoas que se alimentam da energia dos outros e nem se dão conta da vampirização que fazem. Procurei ler mais sobre o assunto depois daquele dia e comecei a perceber que, realmente, há pessoas que se alimentam da  nossa energia. 
Já percebeu que há pessoas que lhe causam intenso cansaço co breves períodos de convivência? Conversar com elas por 20 minutos equivale a horas de conversa pesada, tensa e terminamos como quem correu uma maratona?
Normalmente, elas se focam em problemas, reclamações, críticas, relatos trágicos e lamúrias de doenças e infortúnios intermináveis que ocorreu a elas ou a alguém que elas conhecem.
Com o tempo passei a prestar a atenção e, de certa forma, aprendi a me blindar contra esse processo parasitário. Não somos uma fonte inesgotável de energia e, ao mesmo tempo, que cedemos a nossa também absorvemos as deles (nada boas). Por fim, a convivência faz de você outro vampiro sem perceber. O vampiro de energia nunca se dá conta de que o é e, como aqueles dos filmes, morde e faz outro vampiro que também não se dá conta. 
Pois é. A tecnologia chegou e, como era de se esperar, os net vampiros chegaram às redes sociais. Primeiro chegaram tímidos pela blogosfera em um comentário ou outro. Quando eu entrei (saco de filó começou em 2007), conheci um ou outro no mundo dos blogues, mas eram poucos e sem força. Entretanto, eles acharam as redes sociais e é nessas redes que encontram um campo de ação amplo.
É fácil identificá-los. Um primeiro tipo, o exibicionista,  gosta de se mostrar e poluir as redes com coisas ruins, negativas, derrotistas e possui ideia fixa em certos temas (Por exemplo, só fala de futebol, só fala de política partidária, só fala de ideologias da moda... Ele seleciona sua obsessão cuidadosamente e a digere por anos). Ele é incapaz de postar uma mensagem positiva ou falar sobre uma música boa. Ele se alimenta da dor e da amargura que provoca.
Um segundo tipo é mais ativo do que o exibicionista, ele pouco posta, mas se ocupa em por em prática a discórdia. Sempre prega um discurso de diálogo, nem que tenha que partir para a agressividade para que haja diálogo. (Ele precisa do canal de comunicação para chegar a você.)  Para ele não é uma opção, é um imposição dialogar qualquer coisa, de política econômica à cobertura de cupcake. Possui ideias fixas e se envolve em pelo menos uma dúzia de tretas de internet por dia em comentários em postagens de outras pessoas. Ele se alimenta da discórdia e da obsessão de ser alguém escolhido para mudar algo maior, um neomessias digital. Todos são seus inimigos em potencial. Principalmente, os que deles discordam ou que esboçam alguma dissonância ao seu conceito de "bem" maior.
Esses dois sãos os mais ativos em redes como Facebook, mas há subtipos que mereciam ser estudados caso a caso. Eles são vitoriosos cada vez que conseguem plantar na cabeça do outro a obsessão de que eles sofrem. Com certeza, se você tem mais de 100 "amigos" conectados você tem alguém assim na sua rede social. Mas a notícia boa é que há algumas maneiras de se blindar contra eles:

1. Acesse o perfil do vampiro e clique em deixar de seguir (isso funciona maravilhosamente bem com o primeiro tipo). Mas com o segundo, esse vai em seu encontro o tempo todo e requer mais cuidado; 
2. Acesse o perfil vampiro de energia, clique em amigo. Abrirá uma janela, aparecerá a opção "adicionar à outra lista". Clique e selecione na lista a opção "Restrito". Fica lá no final.

Esse segundo método é bem eficiente, pois impede que o vampiro veja o que você posta, já que só os seus amigos (menos os restritos) conseguem ver. Mantenha a opção postar "amigos" e não "público". E mesmo se ele acessar o seu perfil, ele não consegue comentar, já que a opção não aparece para ele. Só pode, no máximo, compartilhar. 

Em última situação, você pode desfazer a amizade e bloquear o contato, mas todo conflito com o vampiro é negativo (ainda mais se você convivem no plano fora do virtual), pois você está numa área em que ele é senhor, o conflito, a discórdia, a irracionalidade, o fanatismo. Ele é melhor do que você nesse campo. Não se disputa em terreno que o adversário conhece melhor o local do que você.

No mais, todo tipo de contato virtual deve ser evitado. Sem comentar o que ele posta, sem comentar o que alguém postou e o que ele comentou também. Se necessário apagando as suas postagens de postagens em que as dele se encontram. Sem responder qualquer tipo de estímulo e contato possível. As pessoas chegam a nossas energias pela comunicação. Se você rompe essa entrada, eles perdem o canal principal. Há até outros, mas são muito complexos e daria um livro sobre cada um deles.

Nada vale a nossa paz. Cedê-la é permitir a vampirização de suas energias.


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