domingo, 28 de junho de 2015

Paranóia, eu quero uma pra morrer...


Adalberto tinha certeza de que estava em andamento um plano encabeçado pela Globo de dominar os cérebros humanos e tudo começaria no Brasil. O Tancredo foi ela quem matou, sabia? Dizia ele. Ele descobriu esse plano, ou chegou bem perto, e quando eles (a Globo)  perceberam, entraram em contato com a CIA, a parceira deles nesse plano, junto com os Iluminati e os cavaleiros do priorado de Sião e deram um jeito de colocar uma substância imperceptível (e jamais apareceria em uma autopsia) em seu vinho que provocou uma série de doenças conduzindo-o à morte. Completava triunfante.
E nessa lista vão outros mais, dizia sempre ele. A Globo colocou um piloto suicida treinado pelos Ilimunati (um ex-agente da CIA) no helicóptero do Ulisses Guimarães, outro que sabia dos planos dela. Mandaram colocar uma peça com problema no carro do Sena para provocar o acidente e aumentar a audiência... Cara, eles estão disposto a tudo, reiterava apavorado. E durante o funeral, repetiam aquele musiquinha do Sena
que nada mais é do que, se ouvida ao contrário (já está provado), uma espécie de mantra desenvolvido na área 51 (onde os estados Unidos, guardam os discos voadores) e aliens resgatados para dominar as pessoas. Assim, conseguiram reeleger o PSDB com a população já submetida a uma programação mental. Pode checar, as datas batem. Só não vê quem não quer, concluía.

A isso somamos o caso do Ronaldo Fenômeno passando mal na copa de 1998, os acidentes com os aviões da TAM em S. Paulo, o acidente da Gol se chocando contra um avião menor norte do país, o aparecimento do Ebola na África, os atentados contra as Torres Gêmeas em 2001... Esses caras são podres, têm muito poder e estão moldando o mundo. Quem elegeu o Obama foram eles... É.. Eles.

Até a luz lá em casa tem faltado com mais frequência. Eles não querem que eu leia e já devem saber que eu descobri o plano ou boa parte dele. Sou um inimigo do sistema e eles já estão por me monitorando, o que eu falo, o que como, o que eu compro e até, quem sabe, o que eu penso. Sou uma ameaça à matrix, uma espécie Neo (personagem de Keanu Reeves) de Xerém.

Adalberto saiu de casa para ir a um botequim, local onde a vigilância e a as escutas eram menos ocasionais. Os lares eram o foco da Globo, maldita Vênus platinada, maldita... (Repetia baixinho rangendo os dentes) Pobres lares...  Entre uma cerveja e outra, uma ida ao banheiro com as pernas já bambas.

Uma mijada longa, uma sacolejada, uma virada brusca para ver de onde vinha um barulho e vupt, um tombo. A cabeça se choca fortemente contra a louça do mictório. Sangue e sensação de luzes se apagando que se unem a forte fedor de urina.

No chão do banheiro, sentia o frio do piso no seu rosto e em uma folha de jornal popular colocada pelo rapaz da limpeza se via que as letras de uma manchete de primeira capa mais o texto de uma propaganda de carro tinham todas as letras (obviamente se se procurasse com atenção e detalhismo) para formar a frase "nós vencemos".Em outra folha, um resumo de novela da Globo, respingado com gotas de mijo.

Adalberto suspirou pela última vez, um suspiro de quem sucumbia a um sistema muito maior que ele, um suspiro de derrotado. Agonizando, pensou que se unia agora a Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, Ayrton Sena e sabe mais quantos outros...

Ao fundo musiquinha de edição extraordinária da Globo anunciava mais uma desgraça. 

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